A chegada do Verão e a onda de calor que tem inundado o país exigem, a todos, cuidados redobrados no que toca à hidratação e à busca por um lugar fresco. Os que têm quatro patas também sentem a subida dos termómetros e podem sofrer com as temperaturas recorde.
Se o teu animal de estimação já for mais velho e tiver doenças crónicas, “nestas alturas de muito calor podem piorar”, explica Sofia Monteiro, médica veterinária, ao P3. Nestes casos, é “importante fazer um check up geral de análises”.
Nos cães, a temperatura corporal normal está entre os 37,5 e os 39 graus Celsius. “Acima de 39,5ºC já é hipertermia”, diz a médica veterinária. Os bulldogs, pugs e boxers, por exemplo, fazem parte de um grupo de risco, dado que aumentam a temperatura corporal muito rapidamente, o que pode provocar “crises respiratórias agudas e levar à morte”.“Raças de cães que têm o focinho mais achatado (cães braquicéfalos) estão mais predispostas a sofrer um golpe de calor”, afirma Sofia Monteiro.
O foco está nos cães, mas os seus velhos arqui-inimigos, os gatos, também podem sofrer com temperaturas anormalmente altas, ainda que apresentem uma maior tolerância à subida de temperatura. De qualquer modo, as manifestações externas são semelhantes.
Por isso, para que saibas o que deves (ou não) fazer com o teu animal de estimação, e a que sinais deves prestar atenção, aqui ficam as recomendações da médica veterinária Sofia Monteiro.
Cuidados básicos a ter com os animais durante uma onda de calor
- Manter sempre água fresca à disposição;
- Garantir que o ambiente é arejado e com sombra, para que o animal escolha se prefere estar ao sol ou não;
- Vigiar se o animal está a beber e a comer como é habitual. Há muitos que perdem apetite com o calor e isso pode fazer com que enfraqueçam;
- Se fores viajar, é importante arrefecer o carro antes de iniciar a viagem, ter sempre janelas abertas ou ar condicionado ligado, fazer várias paragens, ter uma taça para água e ir vigiando a respiração do animal;
- As caminhadas não estão proibidas desde que aconteçam nos períodos mais frescos — ao início e final do dia — de modo a evitar as horas de maior calor;
Sinais a ter em atenção com o cão ou gato
- Aumento da temperatura corporal;
- Alterações respiratórias, como uma respiração mais acelerada, de boca aberta;
- O animal não se mexer, não reagir;
- Palidez das mucosas (língua, por exemplo) ou o contrário, a hiperemia, que é ficarem com as mucosas muito vermelhas, muito reactivas;
O que fazer se animal sofrer golpe de calor
- Molhar e arrefecê-lo com água fresca. Em situações de temperatura já muito elevada, utilizar cuvetes de gelo (sempre com um pano a proteger na aplicação) para que o arrefecimento seja mais rápido;
- Na boca do animal não se deve pôr gelo directamente, mas pode-se colocar numa taça de água duas ou três pedras para ir bebendo;
- Caso o animal não esteja a beber, ir dando a água à boca. Existem soluções de água com electrólitos em gel que podem compensar quando os animais não comem ou não ingerem líquidos;
- Aumentar a circulação de ar — usar uma ventoinha, por exemplo;
- Se a situação não melhorar, levar o animal ao veterinário