Acidificação do oceano
Fenómeno em que o oceano se torna cada vez mais ácido devido à crescente dissolução na água do dióxido de carbono (CO2) que atiramos para a atmosfera pela queima de combustíveis fósseis e outras actividades humanas. O CO2 dissolve-se na água e forma ácido carbónico, que aumenta a acidez do mar e afecta os organismos marinhos, em particular aqueles que constroem carapaças, conchas e esqueletos de carbonato de cálcio.
Acordo de Paris
Compromisso assinado entre 196 países, em 2015, com o objectivo de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa no planeta. A comunidade internacional comprometeu-se, no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, a limitar a subida da temperatura média da Terra bem “abaixo dos dois graus Celsius” e a prosseguir esforços para “limitar o aumento da temperatura a 1,5 graus Celsius”, em relação aos níveis pré-industriais, até ao final do século XXI.
Águas azuis
Águas superficiais e subterrâneas resultantes da precipitação, ou seja, é a água doce em lagos, rios e aquíferos. Entre as várias utilizações das águas azuis está a água que se bebe, bem como aquela que é usada na rega na agricultura e que representa cerca de 70% do consumo de águas azuis.
Águas cinzentas
Águas residuais, não industriais, originadas em processos domésticos e que contêm algumas impurezas. Provenientes da lavagem da roupa, lavatórios e duches, as águas cinzentas representam 50 a 80% das águas residuais. Para vários autores, as águas da lavagem da loiça já não são águas cinzentas, porque têm níveis elevados de matéria orgânica, gorduras, óleos e detergentes, necessitando de tratamento para serem reutilizadas, por exemplo, em limpezas e na irrigação e culturas agrícolas.
Água subterrânea
Água armazenada no interior da Terra em aquíferos, ou reservatórios, preenchendo os espaços vazios entre os grãos do solo, as rochas e as fissuras. Os aquíferos podem ter uma grande capacidade de armazenamento de água – que pode ser extraída através de técnicas convencionais –, embora essa água circule de forma lenta.
Águas verdes
Precipitação que cai sobre o solo, que não escoa ou recarrega os aquíferos, mas é armazenada no solo ou temporariamente sobre o solo ou a vegetação. Esta parte da precipitação evapora-se ou transpira através das plantas.
Alterações climáticas
Mudanças no clima que persistem durante grandes períodos de tempo e que podem dever-se a factores naturais, como vulcões e a alterações na órbita da Terra, bem como ao impacto que as actividades de origem humana (antropogénicas) têm na composição da atmosfera da Terra.
Amazónia
Conhecida como o pulmão da Terra, a floresta amazónica situa-se ao longo da bacia hidrográfica do rio Amazonas, na região equatorial da América do Sul. Com 6,7 milhões de quilómetros quadrados, distribui-se desde dos Andes até ao oceano Atlântico, estando mais de metade da sua área em território brasileiro. É o lugar com maior biodiversidade do mundo e é lar de centenas de grupos étnicos. Desde o século XX que a Amazónia tem sofrido uma intensa desflorestação que pode pôr em perigo a sua existência.
Antárctida
Continente que é uma reserva natural da humanidade consagrada à paz e à ciência, onde cabem os Estados Unidos e o México e ainda sobra espaço. De acordo com o Tratado da Antárctida, de 1959, todas as pretensões territoriais que pendem sobre o continente estão congeladas — sete países reclamam territórios, o Chile, a Argentina, o Reino Unido, a França, a Noruega, a Austrália e a Nova Zelândia — e é por isso que só pode ser usado para fins pacíficos e científicos. Em 2041, o tratado será revisto.
Anticiclone
Região de alta pressão atmosférica em torno da qual o vento sopra no sentido do movimento dos ponteiros do relógio no hemisfério Norte (e em sentido contrário no hemisfério Sul), porque a pressão atmosférica é máxima no centro e diminui à medida que a distância ao centro aumenta. É o caso do anticiclone dos Açores, que influencia o tempo e o clima em vastas áreas da Europa, do Norte de África e das Américas.
Antropocénico
Proposta de época geológica para descrever a fase mais recente da Terra em que algumas actividades humanas têm impactos significativos sobre o sistema terrestre. Ainda não têm um estatuto oficial. É frequente considerar que o início do Antropocénico coincide com o começo da Revolução Industrial, ainda que também se avancem outras propostas de início, como a detonação das bombas nucleares de Hiroxima e Nagasáqui, em 1945.
Aquecimento global
Termo que descreve o aumento da temperatura média da atmosfera à superfície do planeta e dos oceanos. Este aumento tem sido observado de forma mais clara nas últimas décadas.
Árctico
Região onde o impacto das alterações climáticas tem sido muito visível, como a cada vez menor extensão e grossura do gelo marinho. Há projecções que indicam que o gelo marinho do Árctico desaparecerá dentro de algumas décadas, o que abrirá novas rotas de navegação e uma disputa pela exploração de recursos. Ao contrário da Antárctida, não há um Tratado para o Árctico.
Áreas protegidas
Áreas definidas geograficamente com um estatuto legal de protecção adequado à manutenção da biodiversidade e dos serviços dos ecossistemas e do património geológico, bem como à valorização da paisagem. O diploma português que determina esta classificação também define as acções, actos ou actividades interditos ou condicionados. Estas áreas podem ser de âmbito nacional, regional ou local e podem ser um Parque Nacional, Reserva Natural, Parque Natural, Paisagem Protegida e Monumento Natural.
Áreas marinhas protegidas
Zonas marinhas geograficamente delimitadas e geridas por legislação específica. São criadas para a protecção, conservação e gestão da biodiversidade, habitats e ecossistemas marinhos.
Atmosfera terrestre
Camada de gases que envolve a Terra, composta por 78% de nitrogénio, 21% de oxigénio e 1% de vapor de água e outros gases. É composta pela troposfera, estratosfera, mesosfera e ionosfera.
Aterro sanitário
Local utilizado para a disposição final de resíduos sólidos no solo, fundamentado em critérios de saneamento, engenharia e normas operacionais específicas, permitindo o armazenamento do lixo.
Bacia hidrográfica
Conjunto formado por um rio principal e seus afluentes intimamente conectados, incluindo lagos, originando um espaço geográfico que recebe todo o escoamento superficial proveniente das precipitações ocorridas. Transporta água e sedimentos para um ponto comum – a foz, ou desembocadura. É o mesmo que bacia de drenagem e bacia fluvial.
Biocombustível
Combustível com origem em culturas agrícolas energéticas ou resíduos naturais. É uma fonte de energia renovável. Esses desperdícios vindos da actividade industrial, agricultura e floresta e resíduos domésticos podem ser utilizados para produzir energia.
Biodegradável
Todo material que, após a sua utilização, pode ser decomposto em condições naturais. O processo de biodegradação é promovido pela acção de microorganismos que transformam o material original (matérias-primas biológicas) em moléculas menores.
Biodiesel
Combustível produzido a partir de óleos vegetais ou de gorduras animais, usado em motores a diesel, em qualquer concentração de mistura com diesel.
Biodiversidade
Toda a variedade de seres vivos do meio terrestre, marinho e de outros ecossistemas aquáticos, incluindo os complexos ecológicos de que esses organismos fazem parte. O conceito de biodiversidade abrange a diversidade ao nível dos genes, das espécies e dos ecossistemas.
Biogás
Combustível de origem biológica resultante da degradação biológica anaeróbia da matéria orgânica contida nos efluentes agro-pecuários, da agro-indústria ou urbanos e ainda nos aterros de resíduos sólidos urbanos. É constituído por uma mistura de metano (CH4) em percentagens que variam entre os 50% e os 70%, sendo o restante essencialmente dióxido de carbono (CO2).
Biomassa
Toda a matéria orgânica – quer seja de origem vegetal ou animal – que existe na Terra e que pode ser utilizada como uma fonte de energia.
Biosfera
Componente biológica dos sistemas da Terra e das zonas onde a vida é possível de modo permanente, incluindo as camadas superficiais da litosfera, a hidrosfera e a atmosfera. Parte do sistema climático que compreende todos os ecossistemas e formas de vida na atmosfera, em terra (biosfera terrestre) ou nos oceanos (biosfera marinha).
Branqueamento dos corais
Fenómeno que ocorre quando a água do mar aquece: as algas que vivem em simbiose com os corais, e lhes dão os tons coloridos, começam a produzir substâncias tóxicas e deixam de fazer fotossíntese. Os corais acabam por expulsar as algas e a cor esbranquiçada do esqueleto dos corais fica visível através do seu tecido transparente. Além de esbranquiçar os corais, isto pode levá-los à morte, porque ficam sem nutrientes fornecidos pelas algas, que transformam a energia solar em energia química, através da fotossíntese.
Carbono
Elemento químico presente nas substâncias orgânicas dos seres vivos. Pode combinar-se com o oxigénio e formar gases, como dióxido de carbono e o monóxido de carbono.
Carbono azul
Carbono capturado da atmosfera ou do oceano e que é armazenado nos ecossistemas costeiros e marinhos, como pradarias marinhas, mangais e sedimentos.
Clima
Sucessão de diversos estados de tempo semelhantes num dado local e período (geralmente séries de 30 anos). Por sua vez, o “tempo” é um conjunto de condições da atmosfera num dado local e período de tempo (geralmente curto).
Clorofluorcarbonetos
Classe de compostos orgânicos que contêm carbono, cloro e flúor, usados na refrigeração, frigoríficos, aparelhos de ar condicionado, embalagens, isolamentos, ou como solventes e em aerossóis. Os clorofluorcarbonetos (CFC) acumulam-se na atmosfera superior, onde a luz solar os transforma em agentes químicos. São actualmente proibidos em vários países e têm sido substituídos por alternativas que não causam danos à camada de ozono protectora da Terra.
Combustíveis fósseis
Combustíveis que começaram a formar-se há muitos milhões de anos devido à transformação dos resíduos vegetais e animais pela pressão e pelo calor. Por levarem tanto tempo a formar-se, os combustíveis fósseis não são renováveis. Incluem o carvão, o petróleo e o gás natural.
Compostagem
Processo de tratamento em que a matéria orgânica (restos de alimentos, aparas e podas de jardins, folhas, entre outros) contida nos resíduos é degradada biologicamente, obtendo-se um produto humificado que pode ser utilizado como adubo orgânico.
Convenção do clima
Convenção-Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáticas (UNFCCC, na sigla em inglês) entrou em vigor em Março de 1994 e corresponde ao primeiro passo dado para combater as alterações climáticas. Este tratado internacional visa estabilizar as concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera num nível que evite a interferência humana perigosa com o sistema climático.
Convenção da biodiversidade
Tratado internacional que determina a protecção e o uso da diversidade biológica, que entrou em vigor em Dezembro de 1993. A Convenção Sobre a Diversidade Biológica tem três objectivos principais: a conservação da diversidade biológica; o seu uso sustentável; e a distribuição justa e equitativa dos benefícios obtidos com uso dos recursos. Com acções como a criação de áreas protegidas, pretende apoiar estratégias nacionais para a conservação, gestão e uso sustentado da biodiversidade.
Corais
Pequenos animais, chamados “pólipos”, que podem formar colónias. Estes pólipos fazem um esqueleto comum que para algumas espécies se tornam as bases fundadoras de um recife de coral. Os recifes de grandes dimensões albergam um ecossistema com grande biodiversidade e produtividade. O maior recife de coral vivo encontra-se na Grande Barreira de Coral, na costa de Queensland, Austrália, que é considerado o maior indivíduo vivo deste tipo na Terra.
Créditos de carbono
Os créditos de carbono ou a redução certificada de emissões (RCE) são certificados emitidos quando ocorre a redução de emissão de gases com efeito estufa (GEE). Por convenção, uma tonelada de dióxido de carbono (CO2) equivalente corresponde a um crédito de carbono. Este crédito pode ser negociado no mercado internacional. A redução da emissão de outros gases também pode ser convertida em créditos de carbono, utilizando o conceito de carbono equivalente/dióxido de carbono equivalente.
Crescimento azul
Designação dada à estratégia da União Europeia que procura apoiar a longo prazo o crescimento sustentável nos sectores marinho e marítimo, reconhecendo a importância dos mares e oceanos enquanto motores da economia europeia com grande potencial para a inovação e crescimento.
Curva de Keeling
Gráfico que mostra a concentração de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, um dos principais gases com efeito de estufa. O químico norte-americano Charles Keeling iniciou as medições atmosféricas deste gás em 1958, no topo do vulcão Mauna Loa (Havai). Nesse ano, havia uma concentração de 316 partes por milhão (ppm), ou seja, em cada milhão de moléculas dos diferentes gases atmosféricos, 316 eram de CO2. Desde aí, a curva de Keeling não pára de subir, devido a CO2 gerado por actividades humanas.
Dia da Terra
Celebrado pela primeira vez a 22 de Abril de 1970, quando milhares de cidadãos norte-americanos, sobretudo estudantes de dez mil escolas secundárias e duas mil faculdades, saíram à rua para mostrar que a poluição, a superpopulação e o abuso dos recursos naturais já não eram preocupações apenas dos cientistas. Pediam mais acções para proteger o planeta. Em 2009, as Nações Unidas reconheceram 22 de Abril como Dia Internacional da Mãe Terra, também conhecido como Dia da Terra.
Dia da Sobrecarga da Terra
Data anual em que a humanidade usou os recursos naturais que o planeta pode renovar durante o ano inteiro, apresentada pela Global Footprint Network. A data é calculada cruzando a pegada ecológica das actividades humanas (superfícies necessárias para produzir os recursos consumidos) e a biocapacidade da Terra (capacidade de os ecossistemas regenerarem e absorverem os resíduos produzidos pelos humanos). Em 2021, o orçamento planetário de recursos biológicos esgotou-se a 29 de Julho.
Desertificação
Degradação da terra em zonas áridas, semiáridas e sub-húmidas secas, em resultado da influência de vários factores, incluindo as mudanças climáticas e as actividades humanas. É considerado um dos principais problemas ambientais do planeta. Na desertificação, a vegetação nas áreas secas diminui e finalmente desaparece, ou seja, ocorre em terras áridas e semiáridas como as zonas de pastagem ou de matas.
Dióxido de carbono equivalente
Medida métrica utilizada para comparar as emissões de vários gases com efeito de estufa, baseada no seu potencial para alteração climática (PAC). A medida converte quantidades de outros gases para a quantidade equivalente de dióxido de carbono com o mesmo potencial de aquecimento global. Os equivalentes de dióxido de carbono são comumente expressos em milhões de toneladas métricas.
Chuva ácida
Fenómeno químico e atmosférico complexo, que ocorre quando as emissões de compostos de enxofre, de azoto e de outras substâncias são transformadas por processos químicos na atmosfera, muitas vezes longe da fonte original de emissão, e depois depositadas na terra na forma húmida ou seca. As formas húmidas, conhecidas popularmente por “chuva ácida”, podem apresentar-se na forma de chuva, neve ou neblina. As formas secas são gases ácidos ou partículas.
Ecossistema
Conjunto de organismos vivos e do meio inorgânico com o qual trocam matéria e energia. Integra componentes bióticos (plantas, animais, microrganismos) e abióticos (água, solo, entre outros), que interagem constituindo uma unidade funcional. Essa unidade, que abrange o conjunto de seres vivos e todos os elementos que compõem determinado meio ambiente, é considerada um sistema funcional de relações interdependentes.
Economia circular
Conceito estratégico que assenta na redução, reutilização, recuperação e reciclagem de materiais e energia. Substitui o conceito de fim de vida, da economia, por novos circuitos que conseguem promover a dissociação entre o crescimento económico e o aumento no consumo de recursos.
Efeito de estufa
Fenómeno resultante da concentração de gases na atmosfera e que permite manter a temperatura média da Terra em cerca de 15 graus Celsius. Sem esse efeito, a temperatura seria de 17 graus Celsius negativos. Uma parte da radiação solar é emitida pela superfície terrestre e absorvida por gases presentes na atmosfera. Como consequência disso, parte do calor é reenviado para a superfície. As actividades humanas estão a aumentar os níveis atmosféricos de gases, desestabilizando o equilíbrio energético da Terra e aumentando a sua temperatura.
Eficiência energética
Refere-se ao consumo consciente e racional da energia. O conceito de eficiência energética surgiu a partir da necessidade de um uso sustentável dos recursos energéticos, pressupondo a concretização de um trabalho com um uso de energia menor do que o esperado. A eficiência energética visa evitar o desperdício de energia combinando a alteração de alguns comportamentos com a utilização de equipamentos energeticamente mais eficientes, sem prejuízo do nível de conforto ou da qualidade de vida.
El Niño
Fenómeno caracterizado pelo aquecimento anormal das águas do oceano Pacífico equatorial, o que provoca uma série de fenómenos atmosféricos capazes de condicionar as condições meteorológicas e o clima a nível global. Essas águas superficiais mais quentes atingem em particular a costa do Equador, Peru e Norte do Chile por altura do Natal – afectando a pesca –, daí a designação de “O Menino” para este fenómeno, numa referência ao Menino Jesus e ao Natal.
Emissões antropogénicas
Emissões de gases com efeito de estufa e de aerossóis associados às actividades humanas. Estas actividades incluem a queima de combustíveis fósseis, a desflorestação, alterações do uso do solo, a criação de gado, a fertilização, entre outras, que têm como consequência o aumento das emissões de gases.
Energias renováveis
Recursos naturais que se regeneram num curto período de tempo, de forma sustentável, utilizados para produzir energia. Temos como exemplo de fontes de energia renovável a luz solar, o vento, a água, as marés, a biomassa, o calor da Terra (os géiseres e as fumarolas). Estas fontes de energia renovam-se continuamente na natureza, não sendo possível estabelecer um fim temporal para a sua utilização e considerando-se, por isso, inesgotáveis.
Energia nuclear
Remete para a energia contida no núcleo dos átomos. Pode obter-se a partir da fissão do núcleo de átomos como o urânio e o plutónio. Estes elementos são usados em centrais nucleares para produzir electricidade, que provém do calor gerado pela fissão dos átomos desses metais. É uma fonte de energia muito concentrada e com elevado rendimento. A energia nuclear por fissão é polémica e gera preocupação pelas consequências devastadoras que um acidente poderá produzir. Outra forma de energia nuclear (ainda experimental) resulta da fusão de átomos hidrogénio.
Erosão
Desgaste, dissolução ou remoção do solo ou das rochas, principalmente por acção das chuvas, ventos e degelo, entre outros, mas também pela acção humana, como a desflorestação e agricultura.
Espécie
Conjunto de indivíduos que apresentam as mesmas características morfológicas, fisiológicas, ecológicas, bioquímicas, entre outras, e que são capazes de se reproduzirem entre si, originando descendentes férteis.
Espécie endémica
Espécie biológica que só habita uma determinada área geográfica de forma contínua.
Espécie exótica
Espécie que ocorre num território que não corresponde à sua área de distribuição natural.
Espécie invasora
Espécie que desenvolve altas taxas de crescimento, reprodução e dispersão, podendo ocupar o território de forma excessiva, em área ou número de indivíduos, provocando modificações significativas nos ecossistemas e usando os recursos necessários à sobrevivência das espécies locais.
Espécie nativa, indígena ou autóctone
Espécie que evoluiu no ambiente em que habita ou que lá chegou em épocas remotas, sem a interferência humana.
Etiqueta energética
Etiqueta que informa o consumidor, no momento da compra, sobre determinadas características dos electrodomésticos, usando uma classificação gráfica para identificar os mais e os menos eficientes energeticamente. É obrigatória por lei para vários electrodomésticos novos: aparelhos de ar condicionado, máquinas de lavar loiça, de lavar roupa, de secar roupa, frigoríficos, combinados e arcas, fornos eléctricos e até lâmpadas. O dístico da etiqueta tem de estar bem visível.
Eventos extremos
Fenómenos meteorológicos como tempestades, inundações, incêndios florestais, ondas de calor ou seca, que se tornem mais frequentes e mais intensos devido às alterações climáticas.
Floresta mediterrânica
Bioma vegetal associado a regiões de clima mediterrânico, com Verões quentes e secos, e Invernos amenos e mais húmidos, que em Portugal continental está associado à região Centro e Sul do território. Apesar de já não existir praticamente floresta virgem no país, as bolsas de mata que ainda subsistem são caracterizadas por árvores resistentes à seca e ao calor. Espécies como o sobreiro, o carvalho, a azinheira, o pinheiro, o cipreste, a oliveira-brava, o medronheiro e o cedro são comuns.
Fontes hidrotermais
Manifestações vulcânicas em que ocorre a libertação de água quente vinda do interior da Terra carregada de gases, metais e minerais. No oceano profundo, à volta das fontes hidrotermais activas costumam encontrar-se formas de vida peculiares, como mexilhões e camarões, que vivem nesses ambientes tóxicos. A base da cadeia alimentar, neste ambiente onde a luz solar não chega, são microrganismos que usam como nutrientes minerais trazidos do interior da Terra, dependendo da quimiossíntese e não da fotossíntese.
Fossa das Marianas
Local mais profundo do oceano, atingindo 10,9 quilómetros, localizado a leste das ilhas Marianas, no Pacífico. Esta fossa, que acompanha paralelamente as ilhas Marianas ao longo de 2,5 quilómetros, é estreita e íngreme. O ponto mais profundo desta fossa, uma mera ranhura aos tais 10,9 quilómetros de profundidade, é conhecido por Challenger Deep, uma vez que foi descoberto numa expedição do navio britânico Challenger II, em 1951.
Furacão, ciclone e tufão
Sistema de circulação atmosférica fechado, em grande escala, com pressão barométrica baixa e ventos fortes no sentido inverso ao dos ponteiros do relógio no hemisfério Norte, e no sentido destes no hemisfério Sul. No Índico e Pacífico Sul chama-se ciclone; no Atlântico ocidental e Pacífico oriental chama-se furacão; e no Pacífico ocidental chama-se tufão. Os ventos atingem velocidades (sustentadas durante um minuto) de, pelo menos, 119 quilómetros por hora.
Gases com efeito de estufa
Os gases com efeito de estufa (GEE) absorvem e emitem radiação na atmosfera terrestre, o que causa um efeito que faz aumentar a temperatura do planeta. De origem natural e antropogénica, estes gases absorvem e emitem radiação infravermelha, a partir dos raios solares que são reflectidos para o espaço ou absorvidos e transformados em calor. Os principais gases com efeito de estufa são o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4), o óxido nitroso (N2O), o ozono (O3), os clorofluorcarbonetos (CFC) e os hidroclorofluorcarbonetos (HCFC).
Gaia
Hipótese que propõe que a Terra pode ser pensada como um organismo vivo, onde interagem atmosfera, oceanos, ciclo geológico e todos os ecossistemas, produzindo um efeito auto-regulatório que promove a própria existência da vida. A hipótese de Gaia, avançada na década de 1970 pelo químico britânico James E. Lovelock, e desenvolvida depois em parceria com a bióloga norte-americana Lyn Margulis, ganhou o nome da deusa grega da Terra. É uma hipótese controversa, não apoiada pela comunidade científica.
Geração Z
Pessoas nascidas entre 1996 e 2012 que são das que mais têm saído à rua para exigir mudanças e medidas para mitigar as alterações climáticas. A preocupação desta geração com o futuro do planeta que tem estado na génese das greves climáticas estudantis, que aconteceram um pouco por todo o mundo.
Glaciares
Massas de gelo perenes que se originam a partir da recristalização da neve e se acumulam ao longo de anos. Com o peso, os glaciares podem avançar no território. Há glaciares em várias cordilheiras da Terra, bem como na Gronelândia e na Antárctida. Os glaciares são uma importante reserva de água doce para milhões de pessoas. Nas últimas décadas, as alterações climáticas provocaram o contínuo derretimento destas massas de gelo, contribuindo para a subida do nível do mar.
Hidrocarbonetos
Compostos orgânicos com conteúdo de carbono e hidrogénio, como o petróleo, o carvão e o gás natural, que se formaram há milhões de anos a partir dos restos de plantas e animais. O gás metano e o octano (conhecido como gasolina) são outros exemplos de hidrocarbonetos.
Ilhas de plástico
Expressão que indica uma concentração elevada de plásticos em certas zonas do oceano, como é o caso da Grande Mancha de Lixo do Pacífico, descoberta na década de 1990. Não é propriamente um local no mar onde se possa caminhar em cima de plástico. Há outras ilhas de plástico, que se formaram pela acumulação de plástico flutuante que circula nos giros oceânicos, mas a do Pacífico Norte é a maior, estimando-se que atinja 17 vezes o tamanho de Portugal.
IPBES
Sigla, em inglês, de Plataforma Intergovernamental de Política de Ciência sobre Biodiversidade e Serviços do Ecossistema. Foi criada em 2012 e tem como missão fortalecer as bases para a conservação e uso sustentável da biodiversidade e desenvolvimento sustentável. Promove avaliações sobre temas específicos a nível regional e global, apoio a nível de execução de políticas com a identificação de ferramentas e também trabalha na área da comunicação e divulgação do conhecimento científico.
IPCC
Sigla, em inglês, de Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas, criado em 1998 pela Organização Meteorológica Mundial e pelo Programa das Nações Unidas para o Ambiente. O IPCC é uma organização que reúne informação científica que serve de apoio às decisões dos governos sobre políticas de combate às alterações climáticas.
Impacto ambiental
Qualquer alteração no ambiente, adversa ou benéfica, resultante, total ou parcialmente, das actividades ou produtos de uma organização.
Incineração
Processo de tratamento de resíduos que implica a destruição desses resíduos por combustão controlada a altas temperaturas – por exemplo, a combustão de lamas para a remoção da água, e redução dos resíduos remanescentes a uma cinza segura, não inflamável, que pode ser depositada com segurança na terra, em algumas águas ou em locais subterrâneos.
La Niña
Fenómeno cíclico que se traduz pelo arrefecimento das águas superficiais do oceano Pacífico ao longo da costa da América do Sul. É a contraparte fria do fenómeno que produz o El Niño. Ventos fortes levam as águas da superfície em direcção à Ásia, permitindo que água fria em profundidade suba até à superfície. Produz os efeitos meteorológicos e climáticos opostos aos do El Niño por todo o mundo.
Laurissilva
Tipo de bosque que apareceu há 20 milhões de anos, na Europa e no Mediterrâneo. A Laurissilva desapareceu do continente europeu devido à influência humana e ao frio das glaciações, mas manteve um reduto nalgumas ilhas (nos arquipélagos da Madeira, Açores e Canárias). A palavra “laurissilva” deriva do latim laurus (lauráceas) e silva (floresta, bosque). Na laurissilva da Madeira, destacam-se lauráceas como o loureiro, o til ou o vinhático.
Lítio
Elemento químico que pode ser encontrado na água marinha e em rochas como os pegmatitos. No seu estado bruto, este elemento não é reactivo nem ao ambiente, nem ao ar, nem à água. No entanto, a sua exploração, à semelhança de outras minas de materiais não metálicos, pode ter alguns impactos ambientais associados. Há projectos de exploração mineira do lítio em Portugal.
Maré vermelha, verde ou castanha
Proliferação de plâncton marinho tóxico e frequentemente fatal aos peixes, talvez estimulado pela adição de nutrientes. Uma maré pode ser vermelha, verde ou castanha, dependendo da coloração do plâncton.
Metais pesados
Metais como o mercúrio, cobre, cádmio, chumbo, zinco, cromo e níquel. Estes elementos, se presentes na água ou no ar em elevadas concentrações, podem retardar ou inibir os processos biológicos ou tornarem-se tóxicos aos organismos vivos.
Metano
Hidrocarboneto mais simples e o componente principal do gás natural. Está presente no petróleo e em jazidas de gás e é produzido por processos biológicos em lodos, pântanos, arrozais, lixeiras e nos intestinos de muitos organismos vivos, desde térmitas a vacas. Cerca de 60% da emissão de metano no mundo é produto da acção humana, tendo origem na agricultura, com destaque para a rizicultura e criação de bovinos. Contribui para o efeito de estufa, com a sua capacidade para reter o calor. Símbolo químico: CH4.
Mercados de carbono
Mercado que surgiu a partir da criação da Convenção-Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáticas. Os créditos de carbono são uma “autorização” para que uma empresa ou um país emitam gases de efeito estufa até determinado limite. Como funciona o mercado? Quem polui e emite mais tem de comprar créditos. Quem emite menos pode vender a outros países as suas licenças extra. Cada crédito corresponde a uma tonelada de dióxido de carbono (CO2).
Microplásticos
Pequenas partículas de plástico actualmente consideradas como um dos principais poluentes dos oceanos. Estas partículas sólidas baseadas em polímeros possuem um tamanho inferior a cinco milímetros. Entram em ecossistemas naturais a partir de uma grande variedade de fontes, incluindo cosméticos, roupas e processos industriais. Persistem no ambiente em níveis elevados, particularmente em ecossistemas aquáticos e marinhos e degradam-se muito lentamente.
Mitigação
Há duas formas de responder às alterações climáticas: através da adaptação e da mitigação. A mitigação das alterações climáticas corresponde sobretudo à redução de emissões de dióxido de carbono a nível global.
Monóxido de carbono
Gás incolor, inodoro e altamente tóxico que é lançado para a atmosfera. Resulta sobretudo da queima incompleta de combustíveis.
Neutralidade carbónica
Um “ponto de equilíbrio”: a neutralidade carbónica consiste na redução de emissões de gases com efeito de estufa para que o balanço entre as emissões e as remoções da atmosfera (através da floresta, por exemplo), seja nulo – uma marca que se quer atingir em Portugal até 2050.
Ozono
Molécula constituída por três átomos de oxigénio (O3), que é um dos componentes gasosos da atmosfera. Na troposfera, é formada espontaneamente e através de reacções fotoquímicas com gases resultantes de actividades humanas. O ozono troposférico actua como um gás com efeito de estufa. Na estratosfera, é formada pela interacção entre a radiação ultravioleta do Sol e as moléculas de oxigénio, protegendo a Terra da radiação ultravioleta solar e impedindo que esta chegue à superfície.
Onda de calor
Ocorre quando a temperatura máxima do ar é superior em cinco graus Celsius face ao valor médio das temperaturas máximas diárias no período de referência (1961-1990) durante, pelo menos, seis dias consecutivos – segundo a definição da Organização Meteorológica Mundial. As ondas de calor são relativamente frequentes em Portugal.
ODS
Sigla de Objectivos de Desenvolvimento Sustentável. Os ODS e a Agenda 2030, adoptados no contexto das Nações Unidas, definem as prioridades e aspirações do desenvolvimento sustentável global para 2030 e procuram mobilizar esforços globais à volta de um conjunto de objectivos e metas comuns. São 17 os ODS, em áreas que afectam a qualidade de vida de todas as pessoas no planeta.
Pacto Climático de Glasgow
Documento final da conferência do clima de Glasgow (COP26), em 2021, que representa o acordo entre os mais de 200 países envolvidos nas negociações. O Pacto Climático de Glasgow assume deliberações importantes como a manutenção do objectivo de limitar o aumento da temperatura a 1,5 graus Celsius (até ao fim do século face à era pré-industrial) e a redução das emissões de dióxido de carbono em 45% até 2030 (face a 2010). Porém, em vez do fim, só se conseguiu o compromisso de uma redução do uso de carvão. Para muitos, o pacto foi uma desilusão.
Permafrost
Solo que se mantém sempre congelado, em regiões como o Árctico e a Antárctida. Quando descongela, a matéria orgânica que contém é decomposta por microrganismos, o que gera metano e dióxido de carbono, dois gases de efeito de estufa importantes. O problema do degelo do permafrost não está tanto na Antárctida (que está quase toda coberta por gelo glaciário e o solo tem pouca matéria orgânica), mas mais no Círculo Polar Árctico, onde, além dos efeitos no clima global, serão atingidas infra-estruturas como redes de abastecimento de energia.
Plásticos
Polímeros sintéticos, criados maioritariamente com subprodutos do petróleo. O primeiro plástico verdadeiramente sintético foi a baquelite, sintetizada em 1907 nos EUA por Leo Hendrik Baekeland, que procurava um verniz isolante para revestir fios de motores eléctricos e geradores. A partir de 1910, a baquelite passou a ser vendida em larga escala em inúmeras aplicações, caindo depois em desuso com a invenção de outros plásticos. A expansão dos vários tipos de plástico acelerou-se assim que começaram a ser fabricados a partir do petróleo.
Partículas finas
As PM2.5 (ou partículas finas) são partículas em suspensão com um diâmetro inferior a 2,5 micrómetros. Estas partículas têm sido associadas a doenças e a mortes causadas por doenças cardíacas ou pulmonares. A Organização Mundial da Saúde recolheu provas científicas suficientes para afirmar que a exposição mais nociva a partículas em suspensão é a exposição prolongada a partículas finas (PM2.5).
Pegada carbónica
Expressão utilizada quando nos referimos ao total das emissões gases com efeito de estufa como resultado da actividade de uma pessoa, organização, empresa, evento, produto ou governo. Em geral, é expressa através de uma quantidade de dióxido de carbono ou seu equivalente.
Pegada ecológica
Metodologia de contabilidade ambiental que avalia a pressão do consumo das populações humanas sobre os recursos naturais. Expressa em hectares globais (gha) por pessoa, permite comparar diferentes padrões de consumo e verificar se estão dentro da capacidade ecológica do planeta. Um hectare global significa um hectare de produtividade média mundial para terras e águas produtivas num ano.
Plâncton
Microrganismos que vivem em ambientes aquáticos, compostos por fitoplâncton e zooplâncton. O fitoplâncton diz respeito ao conjunto de microorganismos (algas ou cianobactérias) que têm capacidade fotossintética, unicelulares que vivem e flutuam na superfície da água. O zooplâncton refere-se pequenos animais aquáticos (como crustáceos e larvas de peixes) que também servem de alimento a organismos maiores.
Plataforma continental
Zona onde os países costeiros exercem soberania na exploração dos recursos naturais existentes no leito e subsolo marinhos. Para lá das 200 milhas náuticas, os países têm de fundamentar, do ponto de vista técnico e científico, ao abrigo da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, que a plataforma continental tem um prolongamento natural a partir do território emerso. Caso exista fundamentação, os países podem ter jurisdição sobre o fudo do mar, até a um limite de 350 milhas da costa.
Pradarias marinhas
Habitat constituído por plantas aquáticas – as ervas marinhas – que formam um complexo sistema de rizomas em zonas costeiras, lagoas, rias e estuários. Em Portugal, as pradarias de ervas marinhas estão presentes na ria de Aveiro, estuário do Mondego, lagoa de Óbidos, estuários do Tejo, do Sado e do Mira, ria de Alvor, Arade, ria Formosa e estuário do Guadiana, baías abrigadas na costa da Arrábida e Algarve, e Madeira.
Produtos biológicos
Produtos provenientes de agricultura biológica que não faz uso de produtos químicos sintéticos ou alimentos geneticamente modificados, e geralmente adere aos princípios de agricultura sustentável.
Protocolo de Quioto
Tratado internacional assinado em 1997, no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, que estabeleceu compromissos para a redução das emissões de gases com efeito de estufa. O Protocolo de Quioto previa metas de redução destas emissões para os países desenvolvidos, de 5% até 2012, em relação a 1990.
Raios ultravioleta
Radiação do Sol que pode ser útil ou potencialmente prejudicial. Os raios UV de uma parte de um espectro (UV-A) aumentam a vida das plantas e são úteis em alguns processos de medicina ou medicina dentária; os raios UV de outras partes do espectro (UV-B) podem causar cancro da pele ou outros danos na epiderme. A camada de ozono na atmosfera protege em parte a superfície terrestre dos raios ultravioleta.
Refugiados climáticos
Além das consequências no planeta, o impacto das alterações climáticas pode ter efeitos bem concretos na vida das pessoas. Quando uma população se vê ameaçada pela seca ou pela subida das águas do mar, por exemplo, e é obrigada a “fugir” para um local em que tenha sustento e em que a sua vida não esteja em risco, pode dizer-se que é refugiada climática.
Reserva ecológica
Área que contém características ecológicas, geológicas e fisiográficas, ou outro tipo de atributos com valor científico, ecológico ou educativo, e que não se encontra habitada de forma permanente ou significativa, e que tem como objectivo proteger os recursos naturais existentes.
Seca hidrológica
Caracterizada por uma componente do ramo terrestre do ciclo hidrológico que se considera anormalmente reduzido (escoamento, humidade do solo, níveis piezométricos e armazenamento em albufeiras). Em situação de seca, a humidade do solo é deficitária de tal forma que as necessidades das plantas, animais e os seres humanos não podem ser satisfeitas.
Sequestro de carbono
Conceito consagrado pela conferência do clima de Quioto, em 1997, com a finalidade de conter e reverter a acumulação de dióxido de carbono na atmosfera, visando a diminuição do efeito de estufa. É um processo de remoção de gás carbónico. Tal processo ocorre sobretudo em oceanos, florestas e noutros locais onde os organismos por meio de fotossíntese capturam o carbono e lançam oxigénio na atmosfera.
Subida do mar
Corresponde à subida das águas nas zonas costeiras, causada pela expansão térmica dos oceanos – por sua vez originada pelo aquecimento global – e pelo degelo das calotes polares e da Gronelândia.
Sumidouros de carbono
Processos que removem o dióxido de carbono da atmosfera ou evitam que o dióxido de carbono resultante da queima de combustíveis fósseis chegue à atmosfera e lá fique acumulado. Há sumidouros de carbono naturais como as florestas, os oceanos e os solos.
Sustentabilidade
Conceito surgido na década de 1980, com a expressão “desenvolvimento sustentável”, que significa ser capaz de satisfazer as próprias necessidades sem reduzir as oportunidades das gerações futuras. O conceito foi disseminado no Relatório Brundtland, de 1987. A sustentabilidade na dimensão ambiental diz respeito aos recursos naturais que devem ser conservados e geridos, especialmente os que não são renováveis ou são fundamentais ao suporte de vida.
Taxonomia verde
Sistema de classificação desenvolvido pela União Europeia, com o objectivo de identificar actividades economicamente sustentáveis do ponto de vista ambiental para efeitos de investimento.
Vectores de doenças
Espécies de mosquitos, carraças e os menos conhecidos flebótomos, que transmitem durante a sua picada agentes patogénicos, como vírus e protozoários. Por isso, estas espécies, que se alimentarem de sangue, são vectores de doenças, algumas com grande impacto mundial, como a malária, transmitida pelos mosquitos Anopheles. As alterações do clima e o transporte de bens e pessoas podem permitir que estes vectores viagem para novas paragens, desencadeando surtos, como o surto da febre de dengue na Madeira em 2012, devido à entrada do mosquito Aedes aegyptie na ilha.
ZEE
Sigla de zona económica exclusiva, que permite aos países costeiros, até às 200 milhas náuticas, ter soberania na exploração de recursos naturais na água, no leito e subsolo do mar, bem como ter jurisdição na preservação do ambiente marinho e na investigação científica. A ZEE foi estabelecida na Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (ou Lei do Mar da ONU), assinada em 1982 e que entrou em vigor em 1994.