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Jorge Mourinha
Crítico
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<em>Oppenheimer</em> ou como comecei a inquietar-me e a detestar a bomba Em resposta a Umbral despencado
Não é verdade que seja sempre a mesma pessoa a escrever sobre os filmes de Christopher Nolan. Se se der ao trabalho de fazer uma pesquisa poderá confirmá-lo — eu escrevi sobre Interstellar, por exemplo…
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À altura do fecho dos textos, muitas vezes, não existe ainda uma lista completa das salas onde os filmes vão estrear, mas pode sempre consultar o Cinecartaz. A crítica indica se é cinema ou streaming.
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Seria interessante saber quais os erros e contradições que o leitor encontrou (à excepção da incorrecção do premio de Berlim, que foi entretanto corrigida) num texto que é maioritariamente composto por declarações e opiniões de várias pessoas e dados fornecidos pelo ICA. Estamos aqui para corrigir o que precisar de ser corrigido.
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Eu, pessoalmente, não concordo com a ideia das "quotas", mas a questão é que mesmo filmes "acessíveis" (isto é, que não são Oliveiras nem Brakhages) como VADIO ou SOMBRAS BRANCAS não estreiam nos multiplexes. Parece-me que há uma questão importante que tem menos a ver com a qualidade dos filmes e mais com a sua disponibilidade, e aí concordo com Paulo Cunha: as pessoas não podem ver filmes que não estão onde elas vão ao cinema, e é um problema que tem de ser pensado a sério.
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O leitor não gostaria de apontar quais os "erros factuais", "contradições", "incongruências" e "mentiras" que surgem no texto? Seria interessante perceber porque é que o diz e se pode fundamentar essas acusações.
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"Se a animação bastasse, seria uma obra-prima". Não percebo o que mais poderia dizer para "promover o visionamento do filme", caro leitor...
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Infelizmente, ASCENSEUR POUR L'ÈCHAFAUD é o único filme que não será exibido na Cinemateca, mas creio que existe em DVD e está também disponível em algumas plataformas.
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Relativamente a questão do olhar português, mais uma vez, talvez eu não me tenha feito entender. Claro que Portugal não é um monólito e que no seu cinema há espaço para todos. Mas dos filmes que vi da competição portuguesa (e só não tive oportunidade de ver dois) confesso que os critérios seguidos me criaram alguma confusão. Por exemplo, gostando imenso de Olho Animal, reconheço que aquele filme tem mais a ver com uma lógica formal do filme-ensaio francófono do que com um ponto de vista português; noutros filmes, como Luana ou Ultimate Bliss, senti uma linguagem universal do experimentalismo lúdico que é transversal a muito cinema contemporâneo. Em última análise, será está uma competição “portuguesa” ou antes uma competição transnational paralela à principal? Foi isso que quis apontar.
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Penso que estamos a ler significados diferentes nas mesmas palavras, o que é compreensível mas exige alguma clarificação. Não tenho nada contra filmes opacos, e “granítico” é aqui usado no sentido quase marmóreo da palavra, um bloco de imagens em bruto que é lentamente desbastado. Nada contra a opção, mas a entrega absoluta ao tema como muito bem aponta pode levar o filme a um “confinamento”, um “encerramento” sobre si mesmo - não é um filme que “dialogue” com o espectador, pede-lhe antes atenção e contemplação. A sua exigência é a de um gesto “em bruto” que se dá a ver.
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É curioso que o leitor João de Deus fale de “um espectador que vê com os pés” - a minha sensação perante o filme de Raúl Domingues é de facto que esse seria o desejo último do realizador, que o espectador consiga “tocar” o filme, mas a imagem infelizmente não é tridimensional ao ponto de podermos sentir a terra. Quanto ao “olhar português”, claro que interessa. Por exemplo, a mim interessa-me perceber o que um cineasta português quer dizer, e filmar, sobre o país em que vivemos. Espero que o leitor não ache que o olhar de Oliveira e César Monteiro (ou o de Gomes, ou de Costa, ou de Rodrigues, ou de, ou de, ou de…) não é português, apesar de ser influenciado e inspirado por muitos outros de todo o mundo…
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