Aquele pudim de nozes que vale uma viagem até Coina

Diz-se que nasceu no Convento de Jesus de Setúbal, mas foi numa casa nos arredores do Barreiro que ganhou fama. Com uma ajuda do sommelier Manuel Moreira, podemos elevar ainda mais a fasquia do prazer

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Pudim de Noz do Convento de Jesus da Santa Coina Confeitaria Marisa Cardoso
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A receita é antiga. De quando, não se sabe ao certo. E as referências também não abundam. Andreia Borba e o seu irmão Agnaldo basearam-se naquilo que encontraram no livro Doçaria dos Conventos de Portugal, de Alfredo Saramago – uma edição há muito esgotada, que o acaso lhes pôs nas mãos numa feira de livros. O propósito de recuperar doces tradicionais desaparecidos era já parte da sua missão, mesmo antes de abrirem a Confeitaria Santa Coina, em 2012.

Não será de estranhar que o pudim de nozes do Convento de Jesus de Setúbal se tenha tornado um emblema da casa, a par dos travesseiros, netos de uma receita do Convento das Mónicas, de Lisboa. Mas falemos desse pudim de nozes. Que, antes de mais, não tem a textura sedosa e firme do seu homólogo mais comum.

Este faz-se se nozes picadas grosseiramente, caramelizadas numa calda de açúcar com manteiga, por fim gema de ovo. O topo é crocante e o interior cremoso, com pedacinhos de noz que dão interesse acrescido. Por cima, leva ainda doce de ovos. À medida que se escava na forminha, cada colherada vai trazendo mais cremosidade e o sabor intensifica-se.

Quem chegar de manhã ainda poderá apanhar os tabuleiros a sair do forno, mas é a própria Andreia Borba que recomenda: “Se deixar esfriar, vai sentir melhor todos os sabores.” Palavra de mestra.

Santa Coina Confeitaria
Rua Moinho do Alimo, 5, lj B, Coina (Barreiro)
Tel.: 212103002​
Web: instagram.com/confeitariasantacoina​


Este artigo foi publicado no n.º 8 da revista Solo.

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