As algas invadiram algumas praias do Algarve

Praias de Portimão, Lagos, Armação de Pêra e Lagoa têm estado cobertas por algas que chegam a atingir um metro e meio de altura. Autarquias já estão a limpar os areais.

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A remoção das algas da praia da Rocha teve início esta segunda-feira, 21 de Outubro, e prevê-se que os trabalhos durem uma semana Câmara Municipal de Portimão
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No Algarve, uma corrente de algas de origem asiática pintou de castanho os areais da região: em algumas zonas, as algas chegam a atingir um metro e meio de altura, alterando a paisagem costeira. Este fenómeno pode ser indicador de um "desequilíbrio dos ecossistemas marinhos", indica a plataforma Algas na Praia, da Universidade do Algarve (UAlg).

Este excesso de algas — que desta vez afectou Portimão, Lagos, Armação de Pêra e Lagoa foi detectado pela primeira vez em 2021. Desde aí, explica o presidente da Câmara Municipal de Portimão, Álvaro Bila, tem sido um problema anual, ainda que sem um padrão verificado, já que acontece conforme as marés.

Álvaro Bila avança ao PÚBLICO que a limpeza dos areais tem custado à autarquia portimonense 50 mil euros por ano.

João Silva, colaborador do projecto Algas na Praia, explicou ao PÚBLICO que, por terem um carácter invasivo, estas algas começam a substituir as nativas. O investigador mostrou preocupação: “Quando se muda a composição de uma comunidade, a forma como esta funciona também se altera. Há um impacto directo (negativo) no abrigo e alimento que oferece às outras espécies marinhas.”

O investigador refere que não existe uma solução definitiva, mas pode haver um plano de gestão que ainda está a ser estudado pela equipa da UAlg. Para João Silva, o problema deveria ser tratado desde a origem, já que, além do empenho das autarquias, “nenhuma entidade pública fez alguma coisa” para o resolver. A solução, acredita, deveria passar pela organização de monitorizações periódicas dos habitats naturais marinhos — mas falta financiamento.

A remoção das algas da praia da Rocha teve início esta segunda-feira, 21 de Outubro, e prevê-se que os trabalhos durem uma semana. Álvaro Bila garante que os municípios estão a procurar resolver o problema em conjunto com a Universidade do Algarve, o Ministério do Ambiente e a Agência Portuguesa do Ambiente. “Neste momento estamos a depositá-las num terreno nosso. Devido ao teor de sal também não podem ir para a terra. Portanto, segundo normas europeias, ainda nem podem ser reutilizadas. Não há nenhum aproveitamento para este tipo de organismos”, esclarece o autarca.

Texto editado por Ana Maria Henriques