Música
Barbarizando Geral une dois grandes músicos brasileiros: Fred Martins e Marcos Suzano
Desde Ultramarino (2021) que o cantor e compositor brasileiro Fred Martins não lançava um álbum a solo. Pois esse hiato é interrompido esta terça-feira com Barbarizando Geral, gravado em Lisboa (onde Fred vive há 14 anos) e no Rio de Janeiro, e é resultado de uma parceria com Marcos Suzano, um dos maiores e mais procurados percussionistas do Brasil. Lançado pela Biscoito Fino, o álbum surge a par da publicação do seu primeiro single e videoclipe, Além do qualquer, que conta com a participação de Martín Sued, bandoneonista argentino também a viver em Portugal, Este tema, nas palavras de Fred, citado no texto que acompanha o lançamento, “é uma espécie de libelo, em forma de samba/tango, que clama por um mundo em que a vida, a arte, a beleza, a justiça, possam acontecer em plenitude, e que não sejam soterradas pelo império da mediocridade, burrice, mentira e bizarria orgulhosas de si, tão presentes em tempos de desrazão”.
O álbum, acrescenta, vai no mesmo sentido: “Tem muito de crónica social em forma de samba. Aborda problemas como a desigualdade social, o autoritarismo financeirizado e a destruição absoluta do meio ambiente. Barbarizando nasce da inquietude em relação à eclosão e aumento do discurso ultraconservador, fascista mesmo, que naturaliza e semeia o ódio e a violência. O disco comenta uma série de situações que acontecem dentro desse quadro desolador, mas também reafirma a única saída possível, que é o que a vida nos pede: uma relação amorosa consigo mesmo e com o mundo.” Além de composições do próprio Fred Martins (letra e música), o disco tem também parcerias com nomes como Roberto Bozzetti, Manoel Gomes, André Sampaio e Marcelo Diniz. Quanto aos arranjos, são todos de Fred, exceptuando O rancho da seita suicida, com arranjo de sopros da excelente violonista Elodie Bouny. A produção musical do disco é de Fred Martins e Marcos Suzano, com produção executiva de Nei Barbosa. A fotografia de Suzano e Fred que aqui se reproduz é da autoria de Alfredo Matos.
Até ao final do corrente ano, o disco vai ser apresentado em concertos no Brasil, ficando para o início de 2025, segundo os promotores, a sua estreia ao vivo em Portugal.