Morreu Pedro Fonseca, um apaixonado pelo jornalismo de tecnologia

Especializado na área do jornalismo de tecnologia e dos novos media, Pedro Fonseca participou e fundou vários projectos ao longo da sua carreira de mais de três décadas.

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O jornalista Pedro Fonseca DR

O jornalista Pedro Fonseca, especializado no impacto social das novas tecnologias, morreu de cancro, aos 61 anos, na noite da última quinta-feira. O velório é este sábado, a partir das 19h, na Igreja do Cristo-Rei da Portela de Sacavém e o funeral é amanhã às 15h45 no Cemitério do Alto de São João, em Lisboa.

Pedro Fonseca foi colaborador assíduo do PÚBLICO, em particular desde a sua fundação, em 1990, quando o jornal procurava afirmar-se no panorama mediático português. Entre 1990 e 1995, foi assim presença constante como freelancer nas páginas do PÚBLICO, incluindo na secção de Ciência, tal como entre 2003 e 2006 no Computadores, um suplemento semanal que o jornal chegou a ter dedicado às tecnologias de informação. Em tempos mais recentes (entre 2018 e 2019), tinha voltado a colaborar com o jornal.

No entanto, o currículo de Pedro Fonseca vai muito para lá da colaboração com um único meio de comunicação social. Entre outros jornais generalistas, escreveu para o Diário de Notícias, o Expresso ou o extinto A Capital (onde foi editor do suplemento Info&Net). Os também já extintos Semanário Económico (onde foi editor de tecnologia) e Diário Económico fizeram parte do seu percurso.

Noutros projectos mais específicos de jornalismo de tecnologia, Pedro Fonseca foi fundador: é o caso, por exemplo, do canal Tek Sapo (que editou entre 1998 e 2000) e da revista BiT (que editou entre 1998 e 1999). Na revista Exame Informática, em meados da década de 90, foi igualmente editor. Mais recentemente, entre 2010 e 2016, foi chefe de redacção da revista Computerworld Portugal. Além de muitos outros meios de comunicação para onde foi colaborando como freelancer, fez ainda programas de rádio, como o podcast Notas Digitais (em 2006), e de televisão, como as Aventuras do Conhecimento (para a RTP2, entre 1991 e 1994).

Apaixonado pelo jornalismo de tecnologia, a que se dedicou com brio ao longo de toda a sua carreira iniciada em 1990, orador e moderador em incontáveis conferências sobre novos media e um blogger activo até ao fim da vida, Pedro Fonseca foi ainda autor e editor de vários livros.

Como editor, encontramos O Estado da Internet 2020 (2020), E Se… Cenário para 2021, Futuros para 2024 (2020), Tendências (2021), O Estado da Internet 2021 (2021), I Must not Tell Lies (2021) e, por fim, Tendências MMXXII (2022). E como autor, escreveu os livros Blogues Proibidos (2007), A Desinformação na Pandemia (2020) e Registentes (2021). Todos estes livros, à excepção de Blogues Proibidos, estão disponíveis no site que criou por volta de 2018 — o TICtank, onde podemos apreciar os últimos anos do seu trabalho, de mais de três décadas, como jornalista de tecnologia.

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