Um quarteirão em Outer Banks, na Carolina do Norte, nos EUA, teve três casas a ruir desde dia 20 de Setembro. Como enormes peças de dominó, as casas ao longo de um quarteirão à beira-mar em Rodanthe, N.C., continuam a cair no mar.
A mais recente ocorreu ao início da tarde de terça-feira, quando o oceano reclamou uma casa desocupada no número 23039 da G.A. Kohler Ct. Foi o terceiro colapso de uma casa desde sexta-feira neste troço dos Outer Banks afectado pela erosão — e a décima casa a cair desde 2020.
“Infelizmente, é muito comum hoje em dia”, disse David Hallac, superintendente do Cape Hatteras National Seashore, ao The Washington Post na sexta-feira, depois de uma casa próxima no mesmo quarteirão ter desabado durante a noite. Essa casa causou danos a outra casa vizinha, que depois caiu no oceano na sexta-feira à noite.
Esta reacção em cadeia poderá repetir-se em breve. Em vídeos publicados na Internet, a casa que caiu no oceano na tarde de terça-feira — onde se lia “Lugares na primeira fila” — parece bater numa casa vizinha que também está precariamente empoleirada nas ondas do Atlântico.
Rodanthe, onde se registam algumas das mais rápidas taxas de erosão da Costa Leste, tornou-se, nos últimos anos, um exemplo dos perigos de viver ao longo de uma costa vulnerável, sobretudo numa época de tempestades mais intensas e de subida do nível do mar.
Perigo com detritos no mar e na costa
Vários proprietários de casas nesta pequena comunidade correram para mudar as suas casas para mais longe da linha de costa, muitas vezes com um custo de centenas de milhares de dólares. Outros tentaram mudar as suas casas para mais longe das marés, mas acabaram por ficar sem tempo.
O Serviço Nacional de Parques, que supervisiona o Cape Hatteras National Seashore, apelou na terça-feira aos banhistas e surfistas para não entrarem na água ao longo de Rodanthe e das comunidades vizinhas de Waves e Salvo, “uma vez que há uma grande quantidade de detritos flutuantes perigosos a serem transportados pelas ondas que causarão ferimentos a quem entrar na água”.
Além disso, a agência disse que uma faixa de praia pública permanece fechada em torno do local dos recentes desmoronamentos. E exortou todos os visitantes no extremo norte de Rodanthe e durante quilómetros a sul a “usarem sapatos de sola dura quando andarem na praia para evitar ferimentos provocados por detritos de madeira com pregos”.
As autoridades federais disseram que o proprietário da casa que caiu na terça-feira contratou um empreiteiro para ajudar num enorme esforço de limpeza que se tem vindo a desenvolver desde dia 2o, na sexta-feira da semana passada.
Mesmo antes do colapso mais recente, o Serviço de Parques disse que os detritos tinham sido vistos ao longo de mais de 32 quilómetros ao longo da costa e que os funcionários tinham ajudado a complementar os empreiteiros privados, removendo mais de 24 camiões de detritos. Esses funcionários também usaram motosserras para cortar sete estacas de casas grandes em pedaços manejáveis para serem removidos pelo empreiteiro, disse a agência.
Os esforços de limpeza estavam programados para continuar esta semana, mas as autoridades disseram que não havia um cronograma para a praia ser totalmente restaurada, dado “o potencial de detritos adicionais serem levados para a costa ou ficarem expostos à medida que a areia se desloca”.
Exclusivo PÚBLICO/The Washington Post