Trump informado de “ameaças concretas” do Irão contra a sua vida
Não é claro se se trata de informações sobre um novo plano, ou se estão em causa mais pormenores sobre movimentações já identificadas pela espionagem dos EUA.
O porta-voz da campanha eleitoral de Donald Trump, Steven Cheung, disse nesta quarta-feira, num comunicado, que as agências de espionagem dos Estados Unidos informaram o ex-Presidente norte-americano sobre "a existência de ameaças concretas e credíveis do Irão" contra a sua vida.
No comunicado, Cheung não especifica se se trata de um plano até agora desconhecido do grande público, ou se estão em causa novos desenvolvimentos de uma ameaça antiga, que remonta a 2020, quando o então Presidente dos EUA ordenou o assassínio do general iraniano Qassem Soleimani.
Nessa altura, em Janeiro de 2020, o Conselho Supremo de Segurança Nacional iraniano prometeu "responsabilizar o regime norte-americano pelas consequências desta sua aventura criminosa".
Mais recentemente, na sequência da tentativa de assassínio contra Trump durante um comício na Pensilvânia, a 13 de Julho, as agências de espionagem dos EUA vieram a público anunciar que tinham detectado "um potencial plano iraniano para assassinar" o candidato do Partido Republicano à Casa Branca.
Segundo os media norte-americanos, a comunidade de serviços de informação dos EUA sublinhou, na altura, que o possível plano iraniano que estava a ser monitorizado não tinha qualquer ligação ao autor dos disparos na Pensilvânia. O suspeito, Thomas Matthews Crooks, de 20 anos, foi morto no local por um atirador dos Serviços Secretos dos EUA.
No dia 15 de Setembro, a polícia de Palm Beach, na Florida, deteve um homem que teria tentado alvejar Trump quando o ex-Presidente dos EUA jogava uma partida de golfe num dos seus campos.
O suspeito, Ryan Routh, de 57 anos, foi detido pouco tempo depois e acusado de posse ilegal de arma, sem que haja qualquer sinal de envolvimento do Irão neste caso. Na terça-feira, Routh foi alvo de outras três acusações criminais, que podem valer-lhe uma condenação a prisão perpétua: tentativa de assassínio de um candidato presidencial, posse de arma com a intenção de cometer um crime violento e agressão de um agente federal.
Nesta quarta-feira, Trump referiu-se ao comunicado do seu porta-voz para afirmar que o Irão tem em curso "grandes ameaças" contra a sua vida. Na mesma declaração, o ex-Presidente dos EUA disse que "o Irão já deu passos que não foram bem-sucedidos, mas vai continuar a tentar".
Não é claro se o candidato republicano se referia aos casos da Pensilvânia e da Florida — em relação aos quais não existem quaisquer indicações de um envolvimento do Irão —, ou a possíveis novas informações que teriam sido transmitidas na terça-feira pelas agências de espionagem.
Ao mesmo tempo, Trump agradeceu ao Congresso dos EUA por ter aprovado, por unanimidade, um reforço da sua segurança, como parte de uma proposta, mais abrangente, que eleva a segurança dos candidatos à Casa Branca para o nível de um Presidente em exercício de funções.
"É bom ver republicanos e democratas de acordo em alguma coisa. Um ataque contra um antigo Presidente é um desejo de morte do atacante!", disse Trump na rede social X.