Kamala Harris aceita segundo debate, Donald Trump diz que é “tarde de mais”

CNN convidou os dois candidatos para um debate sem assistência e com corte de microfones, a 23 de Outubro, com as mesmas regras do debate entre Donald Trump e Joe Biden.

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Depois do debate de 10 de Setembro, Trump afirmou que não aceitaria debater novamente com Harris Marco Bello / REUTERS
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A candidata do Partido Democrata à Casa Branca, Kamala Harris, desafiou o seu principal adversário na eleição presidencial de Novembro, o republicano Donald Trump, para um segundo debate entre os dois, a realizar a 23 de Outubro nos estúdios da CNN em Atlanta. "Aceito, com todo o gosto, um segundo debate presidencial", disse Harris, no sábado, na rede social X. "Espero que Donald Trump se junte a mim."

Na noite de sábado, durante um comício em Wilmington, na Carolina do Norte — um dos sete estados decisivos, ou swing states, cujos resultados vão decidir a eleição presidencial —, o ex-Presidente dos Estados Unidos disse que a data proposta — 23 de Outubro, a duas semanas da eleição — é "tarde de mais", porque o período de votação antecipada já começou.

A votação antecipada para a eleição presidencial de 5 de Novembro começou na sexta-feira, mas apenas em três estados — Minnesota, Dacota do Sul e Virgínia —, sendo que nenhum deles é decisivo para as contas finais.

Outros dois estados sem influência no resultado final — o Vermont e o Illinois — abrem a votação antecipada ainda em Setembro, e os únicos swing states a aceitar votos antes de 23 de Outubro são o Arizona (9 de Outubro) e a Georgia (15 de Outubro). De qualquer forma, o período de votação antecipada nos vários estados norte-americanos estende-se, no mínimo, até 29 de Outubro, pelo que os eleitores poderiam, em princípio, aguardar pela realização do debate antes de votarem.

Segundo a CNN, o debate decorreria nos mesmos moldes do debate de 27 de Junho entre Trump e Joe Biden — sem assistência no estúdio e com corte dos microfones se um dos candidatos interromper o outro. Na altura, Trump elogiou a prestação dos moderadores, Jake Tapper e Dana Bash, que se destacaram por não terem feito uma verificação de factos em tempo real.

Isso mesmo foi sublinhado pela campanha de Harris, no sábado, numa tentativa de retratar Trump como um candidato que tem receio de voltar a enfrentar a sua principal adversária. Após o primeiro e único debate entre os dois, a 10 de Setembro, uma maioria de inquiridos na generalidade das sondagens atribuiu a vitória à candidata do Partido Democrata.

"Donald Trump não deveria ter problemas em aceitar este debate", disse a directora da campanha presidencial de Harris, Jen O'Malley, num comunicado. "O formato e o local são os mesmos do debate da CNN em que ele participou em Junho, e em que elogiou os moderadores, as regras e as assistências."

Logo após o debate de 10 de Setembro, Trump e os seus principais conselheiros fizeram passar a mensagem de que dificilmente haveria um segundo debate com Harris. Na altura, o ex-Presidente dos EUA assumiu-se como o vencedor e recorreu ao exemplo do pugilismo para recusar um segundo debate, dizendo que só os derrotados pedem a repetição de um combate.

Desde então, o candidato republicano tem enviado sinais contraditórios, umas vezes dando a entender que mantém a porta aberta, embora de forma vaga — dizendo, sem especificar, que aceitaria um novo debate numa estação "honesta" —, e outras afastando completamente essa hipótese.

"Não haverá terceiro debate!", afirmou Trump, na rede social Truth Social, a 12 de Setembro.

Desde a introdução dos debates televisivos entre os candidatos à Casa Branca, em 1960, só por uma vez, em 1980, houve apenas um debate entre os dois principais candidatos.

Nesse ano, o então candidato do Partido Democrata e Presidente em exercício, Jimmy Carter, recusou-se a participar num primeiro debate com Reagan e com o independente John B. Anderson, e aceitou debater apenas com o seu adversário do Partido Republicano num segundo e último debate.

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