Activistas que invadiram aérodromo de Tires condenados a 15 meses de prisão com pena suspensa
Procuradoria-Geral de Lisboa confirmou condenação de 15 meses de prisão com pena suspensa para os activistas da Climáximo que invadiram o aeródromo de Tires em Dezembro. Arguidos podem recorrer.
Os seis elementos do movimento Climáximo que invadiram o aeródromo em Tires, Cascais, em Dezembro de 2023 foram condenados a 15 meses de prisão, com pena suspensa por igual período, segundo a Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL). Numa nota publicada na sua página, a PGDL indica que, em cúmulo jurídico, os arguidos foram também condenados a 135 dias de multa, substituída pela prestação de igual número de horas de trabalho a favor da comunidade.
Em Janeiro tinha sido deduzida a acusação pelo Ministério Público e, no dia 29 de Julho, foi proferida a sentença pelo Juízo Local de Pequena Criminalidade de Cascais, que condena "em processo abreviado, seis arguidos pela prática, em co-autoria material, de um crime de atentado à segurança de transporte por ar, água ou caminho-de-ferro na pena de 15 meses de prisão". Os arguidos foram ainda condenados pela prática dos crimes de introdução em lugar vedado ao público e de dano.
Segundo a nota da PGDL, o tribunal "deu como provado que, no dia 6 de Dezembro de 2023, os arguidos, membros de uma organização activista ambiental, acederam à zona reservada de segurança do Aeródromo Municipal de Cascais e, de seguida, acorrentaram-se ao trem de aterragem de uma aeronave aí estacionada, bem como a pulverizaram com tinta".
O tribunal deu também como provado que, em consequência da conduta dos arguidos, o tráfego aéreo de e para o aeródromo foi encerrado, originando o desvio de um voo e o cancelamento de 11 voos. A sentença ainda não transitou em julgado, podendo os arguidos ainda recorrer dela, indica a PGDL.
Os seis jovens da Climáximo foram detidos pela PSP a 6 de Dezembro depois de terem invadido o aeroporto municipal em Tires, no concelho de Cascais, distrito de Lisboa, onde pintaram um jacto privado e se acorrentaram ao aparelho, em protesto contra voos de luxo. Os jovens protestavam contra as emissões de gases poluentes produzidas pelo sector da aviação de luxo, referindo, num comunicado divulgado no dia dos acontecimentos, "que uma viagem num jacto privado entre Londres e Nova Iorque "emite mais CO2 [dióxido de carbono] do que uma família portuguesa num ano inteiro".