Conservacionistas marinhos e cientistas governamentais dos EUA estão a procurar pistas sobre o mistério de como uma carcaça de baleia de 13,5 metros foi parar à proa de um cruzeiro, onde foi descoberta quando o navio se aproximava do porto de Brooklyn, em Nova Iorque, neste fim-de-semana.
Uma necropsia, uma autópsia feita a um animal, identificou o mamífero marinho como sendo uma baleia-sardinheira (Balaenoptera borealis) fêmea adulta, uma espécie ameaçada que se encontra tipicamente em águas profundas longe de terra, disse a Atlantic Marine Conservation Society na quarta-feira.
Uma questão fundamental é saber se a morte da baleia ocorreu antes ou depois do contacto com o navio, de acordo com a organização sem fins lucrativos, com sede em Hampton Bays, Nova Iorque.
Um comunicado publicado online pela associação Atlantic Marine Conversation, cuja equipa efectuou a necropsia na terça-feira, refere que o exame revelou indícios de traumatismo dos tecidos ao longo da região da escápula direita da baleia e uma fractura da barbatana direita. O trato gastrointestinal da criatura estava cheio de comida, disse.
A maior parte dos órgãos da baleia foi recolhida, juntamente com tecidos e ossos, para análise toxicológica e patológica, segundo a associação. "As amostras de tecido e osso recolhidas ajudarão os biólogos a determinar se a interacção com o navio ocorreu antes ou depois da morte", afirmou o grupo em comunicado.
A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) dos EUA também está a investigar o incidente. O cadáver da baleia foi transportado para o porto no sábado. A associação de conservação disse que a baleia foi então rebocada para a costa em Sandy Hook, Nova Jersey, para realizar a necropsia.
As baleias-sardinheiras, membros dos cetáceos com barbatanas que se alimentam de plâncton e krill, são conhecidas como nadadoras excepcionalmente rápidas, capazes de atingir velocidades superiores a 55 quilómetros por hora, de acordo com a NOAA.
Habitam sobretudo em mares subtropicais, temperados e subpolares de todo o mundo, principalmente nos oceanos Atlântico, Índico e Pacífico. No Verão, é comum encontrá-los no Golfo do Maine e em Georges Bank e Stellwagen Bank, no Atlântico Norte ocidental. Reuters