O programa-piloto Educar para uma Geração Azul vai lançar uma colecção de quatro livros infantis educativos que vão ser oferecidos a 15 mil a estudantes do 1.º ciclo do Ensino Básico envolvidos no programa. Os livros vão ser lançados nesta quinta-feira, dia 2 de Maio, e o objectivo é celebrar os resultados obtidos ao longo dos cinco anos de actividade do programa.
Os livros, que têm o nome A Patrulha Acção Azul, pretendem fomentar o conhecimento sobre o oceano e integram o Plano Nacional de Leitura (PNL), explicam a Oceano Azul e o Oceanário de Lisboa em comunicado. Os livros vão estar também disponíveis gratuitamente para o público em formato de e-books.
A iniciativa da Fundação Oceano Azul (FOA) e do Oceanário de Lisboa, com o apoio da Direcção-Geral da Educação (DGE), chega ao fim depois de cinco anos de implementação. Durante este tempo, o programa formou mais de 1300 professores e abrangeu mais de 20 mil alunos do 1.º ciclo do Ensino Básico de oito municípios de Portugal e das nove ilhas do arquipélago dos Açores.
Em declarações ao PÚBLICO, Rita Borges, gestora de projectos e responsável pela área da educação, explica que o projecto surgiu pela necessidade de ter um programa educativo que permitisse que os professores pudessem incorporar os temas do oceano no currículo do 1.º ciclo.
"Quando um professor está a trabalhar matemática, português, estudo do meio ou até expressões artísticas pode estar a ensinar sobre o oceano. Nós temos este programa porque considerámos que os professores são os principais agentes de mudança”, exemplifica a gestora de projectos. Rita Borges sublinha que "a educação é fundamental para conseguirmos mudar comportamentos que permitam termos um oceano saudável e, no fundo, aproximarmos os cidadãos do oceano".
O programa permite transmitir conhecimento aos professores, e consequentemente aos alunos, sobre a economia azul sustentável, direito do mar, importância do oceano na história de várias civilizações, ligação histórica de Portugal ao mar, entre outros conceitos interdisciplinares, refere a responsável pela área da educação da FOA.
No comunicado, a Fundação Oceano Azul diz que “estes resultados demonstram que o programa está pronto para ser escalado a nível nacional, integrando a literacia do oceano no currículo escolar”.
Alunos "têm mais literacia do oceano"
Rita Borges diz que o objectivo deste programa "é que os alunos que estão no 1.º ciclo de escolaridade, que nós ambicionamos que venham a ser a “Geração Azul”, possam ser os cidadãos europeus mais qualificados, mais conhecedores e com mais competências para a acção em prol de um oceano saudável”.
Foi possível aferir na avaliação dos resultados do programa-piloto que "os alunos têm mais consciência, hoje em dia, sobre o impacto da sua vida diária no oceano, mais consciência da importância que o oceano tem nas suas vidas, querem que Portugal seja conhecido lá fora pelo seu mar e estão mais conhecedores, mas também mais activos", diz ainda Rita Borges.
"Os resultados da avaliação de impacto mostram que os alunos sabem mais sobre o oceano, estão mais conscientes da importância que este tem nas suas vidas e reconhecem o impacto da acção humana no oceano", acrescenta o comunicado.
O evento do lançamento dos livros nesta quinta-feira decorre no auditório da Escola Secundária de Santa Maria, em Sintra, para celebrar o fim desta fase-piloto, contando com a participação do secretário de Estado da Administração e Inovação Educativa, Pedro Cunha, e da subdirectora-geral da Educação, Eulália Alexandre.
Sobre o lançamento dos quatro livros infantis, que vão ser oferecidos a 15 mil estudantes integrados no programa e adaptados aos quatro anos de escolaridade do 1.º ciclo do Ensino Básico, Rita Borges explica que "a colecção celebra o final desta fase-piloto do programa educativo, os resultados da avaliação, e vai permitir que os alunos se entusiasmem e se conectem com o oceano de uma forma mais directa".
Além disso, vai também dar a oportunidade de os alunos conseguirem "aprender de forma autónoma sobre o oceano e conseguirem até mobilizar e envolver os pais nestes temas". As associações reconhecem que “os alunos desta Geração Azul serão cidadãos mais preparados para serem futuros líderes com mais consciência ambiental, proactivos na valorização e no aumento do capital natural azul, fundamental para o futuro do país", lê-se no comunicado.
O programa teve início em 2018, em Mafra, e foi alargado a oito municípios e nove ilhas do arquipélago dos Açores.