Operação Tempestade Al-Aqsa lançada pelo Hamas, 7 de Outubro

De madrugada, mais de 2000 islamistas do Hamas entram em território israelita por via aérea, terrestre e através de uma rede de túneis. Ao mesmo tempo, milhares de rockets são disparados contra Israel.
Na sequência do ataque-surpresa, 1300 civis foram mortos, incluindo 260 que participavam no festival de música electrónica Supernova, e outros 150 foram sequestrados.

Palestinianos avançam contra a vedação que cerca a Faixa de Gaza, depois de islamistas do Hamas se infiltrarem em Israel, a 7 de Outubro. REUTERS/Mohammed Fayq Abu Mostafa

Resposta de Israel, desde 7 de Outubro

No mesmo dia, o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, assume a missão de eliminar o Hamas e declara à nação: “Israel está em guerra.” Anuncia também o bloqueio total da Faixa de Gaza, travando o abastecimento de bens essenciais e a entrada de ajuda humanitária.
Desde então, as Forças de Defesa bombardeiam Gaza diariamente. Até 5 de Novembro, pelo menos 9770 palestinianos foram mortos, sendo 67% das vítimas mulheres (2550) e crianças (4008).

Mesquita em Khan Younis, na Faixa de Gaza, destruída pelas Forças de Defesa de Israel a 7 de Outubro, em reacção ao ataque do Hamas. REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa

Ataque ao Hospital Al-Ahli Arab, em Gaza, 17 de Outubro

Uma explosão no Hospital Al-Ahli Arab na Cidade de Gaza, que abrigava centenas de palestinianos, mata perto de 500 civis. Seguiu-se uma troca de acusações entre forças militares palestinianas e israelitas sobre a autoria do ataque. A origem do mesmo foi analisada por especialistas internacionais, mas continua por confirmar.

Hospital al-Ahli em Gaza a 18 de Outubro, depois das explosões no local. EPA/MOHAMMED SABER

Visita de António Guterres a Rafah, 20 de Outubro

O secretário-geral da ONU, António Guterres, visita a cidade fronteiriça de Rafah, no Egipto, para apelar à entrada de ajuda humanitária em Gaza. “Atrás deste muro temos dois milhões de pessoas em enorme sofrimento, sem água, comida, medicamentos ou combustível, que estão debaixo de fogo e precisam de tudo para sobreviver”, afirmou junto ao posto fronteiriço de Rafah, onde dezenas de camiões aguardavam autorização para avançar.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, em Rafah, a 20 de Outubro. REUTERS/Amr Abdallah Dalsh

Confrontos entre as Forças de Defesa e o Hezbollah, desde 7 de Outubro

Há um mês que aumenta a tensão na fronteira entre Israel e o Líbano, a partir de onde o Hezbollah, aliado do Hamas, atacou as Forças de Defesa israelitas (IDF). Em resposta, Israel tem disparado rockets e mísseis contra o Sul do Líbano, provocando mais de 29 mil deslocados internos e 66 mortes, sendo 50 militantes do Hezbollah. Do lado israelita contam-se oito mortes.

Mulher libanesa na sua casa na cidade de Yater, junto à fronteira do Líbano com Israel, alegadamente destruída num ataque das forças israelitas em resposta ao Hezbollah. REUTERS/Zohra Bensemra

Confrontos entre palestinianos e colonos israelitas na Cisjordânia desde 7 de Outubro

Na Cisjordânia ocupada, já perto de mil palestinianos foram forçados a fugir das suas casas. A ONU registou 198 ataques de colonos israelitas a palestinianos, entre roubos, agressões ou ataques à sua propriedade, muitas vezes com recurso a armas de fogo. Pelo menos 136 palestinianos, incluindo 43 crianças, foram mortos. Dessas vítimas, sete adultos e uma criança foram mortos por colonos israelitas; os restantes pelas Forças de Defesa. Um soldado israelita foi morto por palestinianos.

Funeral de homem palestiniano, morto em confrontos com as Forças de Defesa israelitas no campo de refugiados de Jenin, na Cisjordânia. EPA/ALAA BADARNEH

Áreas da Cisjordânia

Áreas da Cisjordânia

Entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza por Rafah, 21 de Outubro

É interrompido, pela primeira vez, o bloqueio total de Israel à Faixa de Gaza. Uma caravana humanitária composta por 20 camiões entra em Gaza por Rafah, numa primeira resposta às necessidades básicas e urgentes de mais de dois milhões de pessoas — “uma gota de ajuda num oceano de necessidades”, declara a ONU. Desde então, chegaram a Gaza 451 camiões de ajuda humanitária, mas a entrega de combustível continua proibida por Israel.

Palestinianos descarregam um dos camiões de ajuda humanitária a chegar à Faixa de Gaza, através de Rafah. REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa

Início da incursão militar israelita em Gaza por via terrestre, 27 de Outubro

As Forças de Defesa lançam a anunciada operação militar por via terrestre em Gaza, entrando por vários pontos na fronteira com o enclave palestiniano. Os soldados israelitas no terreno avançam mobilizando veículos blindados e artilharia pesada, sob proteção da força aérea e naval.
Já no início de Novembro, Israel anunciou ter cercado a Cidade de Gaza, desencadeando confrontos entre palestinianos e soldados israelitas.

Unidades militares israelitas em localização não divulgada junto à fronteira entre a Faixa de Gaza e Israel, a 30 de Outubro. EPA/HANNIBAL HANSCHKE

Ataques ao campo de refugiados de Jabalia, desde 31 de Outubro

O campo de refugiados de Jabalia, na Cidade de Gaza, foi por várias vezes atacado pelas IDF, que alegam tratar-se de um reduto do Hamas. Pelo menos 195 pessoas foram mortas e 770 ficaram feridas. Em reacção, a ONU admitiu que os ataques poderão constituir crimes de guerra: “Dado o elevado número de vítimas civis e a escala da destruição provocada pelos ataques aéreos israelitas ao campo de Jabalia, preocupa-nos que (...) possam constituir crimes de guerra.”

Palestinianos procuram vítimas e sobreviventes entre os escombros das próprias casas, após os ataques de Israel ao campo de refugiados de Jabalia, no Norte da Faixa de Gaza. REUTERS/Mohammed Al-Masri

Abertura da fronteira em Rafah para passagem de civis, 1 de Novembro

Pela primeira vez, a fronteira de Rafah é aberta para a saída de cidadãos estrangeiros ou com dupla nacionalidade. Ao início da manhã, já perto de 500 pessoas formavam filas junto ao posto fronteiriço. Tiveram também autorização para sair da Faixa de Gaza dezenas de palestinianos a precisar de cuidados médicos urgentes, com ambulâncias à sua espera do lado egípcio da fronteira.