O mosquito-tigre-asiático (Aedes albopictus) foi detectado pela primeira vez no município de Lisboa. Este insecto é uma ameaça potencial na transmissão de várias doenças, particularmente chikungunya, dengue e Zika, mas a Direcção-Geral da Saúde (DGS) garante que “não foram identificados quaisquer agentes de doenças que possam ser transmitidas às pessoas”, num comunicado enviado esta quarta-feira. Não foram registados também quaisquer casos de doença associados à presença deste mosquito.
Não é, no entanto, a primeira vez que este mosquito é encontrado em Portugal. Em 2017, o mosquito-tigre-asiático tinha sido identificado na região Norte do país, algo que também aconteceu no Algarve em 2018 e no Alentejo no ano passado. A expansão desta espécie de mosquito pelo Sul da Europa tem sido reforçada nos últimos anos, com uma presença destacada em Espanha, França e Itália, por exemplo.
Entre Março de 2022 e Agosto deste ano, o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC, na sigla em inglês) recebeu mais de 18 mil notificações sobre a presença destes mosquitos – praticamente todos na Europa do Sul.
A DGS reforçou a vigilância na circulação do mosquito Aedes albopictus e refere que irá implementar “medidas para controlar a população de mosquitos”. Não há risco acrescido para a saúde da população, nem qualquer perigo de transmissão de doenças, dada a ausência de agentes infecciosos nos mosquitos identificados.
Em Portugal, nunca ocorreram casos de doenças relacionadas com este mosquito-tigre-asiático desde a sua introdução em Portugal, em 2017.
A instalação destes mosquitos em Portugal, e no restante continente europeu, tem sido favorecido pelo aumento das temperaturas na última década. Actualmente, é considerada uma das espécies invasoras de mosquitos mais eficazes, disseminando-se nas últimas décadas das florestas tropicais do Sudeste asiático (de onde é originário) para todos os restantes continentes do mundo – com excepção da Antárctica.
Uma outra espécie de mosquito, o Aedes aegypti, tem tido um impacto mais significativo em Portugal. Chegou primeiro à Madeira, em 2005, e causou um surto na ilha com cerca de 2000 casos confirmados de febre de dengue em 2012. No entanto, esta espécie não está relacionada com os mosquitos agora identificados no concelho de Lisboa.