Os ursos, como nós, sabem que é impossível conseguir uma boa fotografia de si mesmo à primeira tentativa. Como um urso no Colorado demonstrou recentemente, provavelmente será necessário tirar umas 400 para se estar certo de que o resultado é bom.
Na semana passada, o departamento dos parques Boulder Open Space and Mountain Parks (OSMP) divulgou apenas quatro das 400 selfies, tiradas em Novembro, para nos dar uma amostra da magia.
"Recentemente, um urso descobriu uma câmara de vida selvagem que usamos para monitorizar a vida selvagem através do espaço aberto de #Boulder", disseram, num tweet. "Das 580 fotos capturadas, cerca de 400 eram selfies do urso".
Shannon Aulabaugh, porta-voz do OSMP, diz que na maioria das vezes, a vida selvagem passa pela câmara sem parar. Mas, por qualquer razão, este urso fez uma pausa para uma extensa sessão fotográfica, experimentando várias poses.
O trabalho do urso é uma aula magistral em fotografias típicas de umas boas férias. O queixo inclina-se, faz olhinhos para a foto ou faz mesmo um olhar tímido sobre o ombro.
"O envolvimento que demonstra ter com a câmara é icónico, a confiança realmente transparece", disse Andrew Matecki, director artístico e caça-talentos de Los Angeles, acrescentando que o urso poderia trabalhar na indústria (se quisesse) durante muito tempo, dada a sua versatilidade.
"Ela conhece definitivamente os seus ângulos", disse a fotógrafa de moda de Los Angeles Amanda Sophia Rose. "Ela está realmente a cativar, a atrair, a ter contacto visual directo com a câmara... como se já o tivesse feito antes".
(Embora saibamos que o urso tem um à vontade inato e evidente em frente da câmara, "não sabemos se é macho ou a fêmea, pois o urso não tirou nenhuma selfie que possa esclarecer esse ponto", acrescentou Aulabaugh).
Outros animais "apanhados"
O departamento tem nove câmaras de detecção de movimento instaladas no seu sistema terrestre de 46.000 acres (cerca de 18 mil hectares) para estudar a população local de vida selvagem a uma distância segura. Quando um animal está no seu caminho, as câmaras tiram uma fotografia fixa e gravam vídeos de 10 a 30 segundos.
Depois de escurecer, utilizam luz infravermelha para iluminar os animais, o que causa menos perturbação do que um flash tradicional. Para além do urso fotogénico, as câmaras também capturaram coiotes, linces, leões da montanha, águias e cães da pradaria.
John Hechtel, da Associação Internacional para a Investigação e Gestão do Urso - um grupo de quase 500 biólogos, gestores, técnicos, educadores e profissionais da conservação de ursos em mais de 40 países - diz que este tipo de exposição dos animais selvagens é mais do que um entretenimento na Internet; é uma ferramenta eficaz para os esforços de conservação. A esperança é que quanto mais o público se envolver com ursos virais, mais se preocupará com a protecção dos ursos e dos seus habitats.
Se a ideia de ver estas criaturas na natureza o inspira a planear uma viagem a Boulder, note que a probabilidade de ver a maioria deles é pequena. O pessoal da OMSP quase nunca os vê.
Existem outros locais para a observação de ursos. Os fãs da Fat Bear Week [Semana do Urso Gordo] - diga-nos, por favor, que já conhece a Fat Bear Week - viajam até um dos parques nacionais mais remotos do país em Katmai, Alasca, para ver de perto os colossais ursos castanhos.
Será escusado dizer mas, se encontrar um animal selvagem, não tente levar consigo uma selfie sua com ele.
Por outro lado, se preferir admirar a vida selvagem a partir de casa, nunca houve melhor altura para ser um fã de sofá.
Além da Fat Bear Week, há uma crescente oferta de câmaras de vídeo apontadas para habitats de ursos em todo o mundo para o seu prazer visual. Pode ver ursos negros no Minnesota, ursos polares no Canadá, ursos resgatados num santuário romeno. Há também as muitas contas de Instagram cheias de animais a seguir, como o Serviço Nacional de Parques dos EUA.
Exclusivo The Washington Post/PÚBLICO