É à beira do Tejo, em Belém, que na próxima segunda e terça-feira, 17 e 18 de Julho, vai ter lugar um evento cuja premissa é abordar artesanal, natural e autêntica do vinho. O “Vinho ao Vivo” já vai na 12.ª edição e neste regresso reunirá 38 produtores europeus independentes que vão dar a provar ao público os vinhos que criam.
Após a paragem em 2020, e da reinvenção, em 2021, com o Vinho à Deriva — ambas por força da pandemia —, o encontro de produtores e vinhateiros surge agora num modelo diferente. Se nas primeiras dez edições as provas aconteciam à noite e em pé, este ano vão ser à luz do dia e no formato sentado.
“Experimentámos no ano passado um novo formato sentado de prova e na verdade correu tão bem que quisemos repetir”, revela Sílvia Bastos, d’Os Goliardos — distribuidora de vinhos e responsável pela organização do evento —, ao Terroir.
O evento divide-se em duas fases: a Prova e a Festa. A primeira vai acontecer no “Espaço Espelho d'Água”, no domingo (17), das 11h às 19h, e na segunda-feira (18) das 14h às 20h. “Cada produtor tem uma mesa e cadeiras à volta. As pessoas podem sentar-se, conversar com o produtor, provar com calma”, explica Sílvia Bastos.
No domingo, e quando o relógio marcar as 22h, a esplanada do restaurante “À Margem” vai receber a habitual Festa de Vinhateiros, onde a animação ficará a cargo do grupo musical Kiloko e dos DJ’s Rykardo e Mister António.
Ao longo dos anos a lista de produtores presentes no encontro, portugueses e estrangeiros, tem variado nos nomes, mas não em número. “Sempre estivemos nos 35/40 produtores, porque queremos manter um tamanho humano de proximidade. Queremos que seja sempre uma prova qualitativa e que as pessoas venham com vontade de ter esta proximidade com o produtor”, diz a responsável.
Nesta edição, estreiam-se os portugueses do Beiorte (Dão) e Pero Negro (Torres Vedras). Já de Espanha, vão chegar pela primeira vez o Callejuela (Jerez) e o Augalevada, de Iago Garrido (Galiza). Ventos do sudoeste francês vão trazer o L’enclos des Braves (Gaillac), e, da região de Sicília, em Itália, chegará o Barraco Nino. “Estas pessoas que são produtores estão muito cada um no seu país. Nós queremos quebrar um bocadinho a ideia nacionalista do vinho”, afirma.
Enquanto distribuidores, Os Goliardos visitam, durante o ano, 140 produtores de sete países, com quem trabalham. “Fazemos uma pesquisa para encontrar produtores que trabalhem nesta abordagem artesanal autêntica, numa relação com o terroir. Quando chega a fase do ‘Vinho ao Vivo’, nós convidamos todos”, conta a fundadora.
Sílvia Bastos espera que passem “300 a 400” visitantes pelo encontro. “Antigamente havia mais”, porque o evento se realizava à sexta-feira e ao sábado. Porém, havia gente que trabalhava no sector da restauração que manifestava vontade de estar presente, mas que não podia, pelo horário. “Domingo à noite não é o ideal para o público que no dia a seguir trabalha logo de manhã, mas é um compromisso para conseguir incluir toda a gente”.
Para a Prova, estão disponíveis bilhetes para um ou dois dias, a 20 e 35 euros, respectivamente. O acesso à Festa de Vinhateiros tem o custo de 25 euros; por 50 euros há ainda um passe geral que engloba a festa e os dois dias de prova.
Todos os bilhetes incluem o vinho dos produtores presentes, e já estão à venda na garagem d’Os Goliardos em Campolide e online. Podem também ser adquiridos à entrada do evento.
Texto editado por Ana Isabel Pereira.