Ilustração
Em Tóquio, “se prestarmos atenção”, há atletas dos Jogos Olímpicos em todo o lado
Em Tóquio, os gestos do quotidiano, representados nas ilustrações de Adrian Hogan, retratam várias das façanhas dos atletas dos Jogos Olímpicos de 2020. Embora não se possa assistir fisicamente à competição, "se prestarmos atenção" conseguimos observar "proezas de atletismo em todo o lado", conta o ilustrador por email ao P3. É o caso de um salto sobre as portas de segurança do metro, da corrida dos pais para levar os filhos à escola ou do abrir das persianas das lojas, numa espécie de competição de halterofilismo.
Natural da cidade de Melbourne, na Austrália, é de lápis na mão que Adrian Hogan acompanha e recria os Jogos Olímpicos de Tóquio, onde reside actualmente. Em criança já desenhava. Aliás, aprendeu as primeiras "noções básicas" com a ajuda do pai e, mais tarde, na universidade. É um ilustrador "bastante versátil" e, segundo o mesmo, os seus desenhos nascem do "acto de olhar" e de "estar presente". Estar a "olhar de perto", segundo Adrian, ajuda-nos a aprender mais "sobre o ambiente" e sobre "nós próprios".
"Eu utilizo tudo", diz, referindo-se aos materiais que usa para criar. Tem por hábito, enquanto desenha, "olhar para fotografias de atletas" para ter a certeza das poses e do desporto a representar. Às vezes, e se necessário, até pede aos amigos para pousarem vestidos à sua frente para conseguir "desenhar correctamente a anatomia" das personagens ou os vincos "das suas roupas". Em média, segundo Adrian, cada peça de vestuário demora "três a dez horas" a ser desenhada.
É certo e sabido, ainda vivemos tempos de pandemia e Adrian não esconde uma intenção: esta série de desenhos dos Jogos Olímpicos "reconhece as dificuldades", desejando um "desfecho seguro".
Texto editado por Amanda Ribeiro