PSP justifica operação no Martim Moniz com 52 participações de crimes violentos

Em conferência de imprensa, a PSP disse que aparato policial deveu-se à necessidade de garantir a “segurança de todos” . Os dois detidos são portugueses e ficaram em prisão preventiva.

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Operação da PSP ocorreu na Rua do Benformoso, em Lisboa, uma zona onde vivem muitos imigrantes Rui Gaudêncio
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A Polícia de Segurança Pública (PSP) justificou, na tarde desta sexta-feira, a operação especial de prevenção criminal levada a cabo na tarde de quinta-feira na Rua do Benformoso, na freguesia de Santa Maria Maior, em Lisboa, com o facto de esta ser uma zona onde tinham ocorrido 52 participações de crimes violentos e graves com recurso a armas brancas, além de frequentemente ocorrerem situações de desordem.

Em conferência de imprensa, o superintendente Luís Elias, comandante do Comando Metropolitano de Lisboa, explicou o contexto que levou à realização daquela operação, lembrando que no dia 31 de Maio também naquela artéria ocorreu um homicídio com recurso a arma branca e que, no último fim-de-semana, um carro patrulha da PSP foi apedrejado. Luís Elias disse também que a operação foi feita com o acompanhamento do Ministério Público.

Já a Rui Costa, comandante de Investigação Criminal, coube explicar o aparato policial e a escolha do dia. Segundo o comandante, a operação começou a ser preparada há vários meses, tendo em conta as várias participações criminais que chegaram à polícia e que, nesse sentido, a informação recolhida dava conta que os crimes ocorriam maioritariamente às quinta-feiras no período da tarde. Rui Costa revelou ainda que a operação foi feita ao abrigo da lei das armas e que, por isso, implicou a revista de pessoas, justificando o facto de haver imagens de várias pessoas alinhadas com os braços encostados à parede.

O aparato policial foi justificado pelos responsáveis com a necessidade de garantir a “segurança de todos”, entre revistados, polícias e outros transeuntes. Os mesmos responsáveis da PSP também garantiram que, durante as três horas em que durou a operação, não houve nenhum incidente.

Durante a conferência de imprensa, também foi revelado que os dois detidos são portugueses e que ficaram em prisão preventiva. Um dos indivíduos foi detido em flagrante por posse de arma proibida e posse de produto estupefaciente e o outro através de um mandado de detenção emitido pela Autoridade Judiciária, suspeito da concretização de pelo menos oito crimes de roubo.

Também foi referido que este ano já foram realizadas 90 operações de prevenção criminal só na área de Lisboa e que vão continuar a ser feitas nas áreas onde os índices de criminalidade são mais elevados.

Já na parte das questões dos jornalistas, Luís Elias disse que não confirmava que estas operações estavam a decorrer por indicação do Governo e, quando questionado se não era estranho que em operações desta natureza apenas houvesse duas pessoas detidas, o comandante da PSP respondeu que “não”.

Sobre as apreensões, disse que “uma faca retirada dessa pessoa é menos uma pessoa que pode ser agredida por ela”.

Nesta operação, além de terem sido apreendidos 435 euros “com suspeitas de proveniência de actividades ilícitas”, foram apreendidos sete bastões (madeira e ferro), 17 envelopes com fotos tipo passe (material suspeito de envolvimento em actividades ilícitas), ⁠3435 euros em numerário, um passaporte e diversos documentos por suspeita de auxílio à imigração ilegal, ⁠581,37 gramas de produto estupefaciente que se suspeita ser haxixe, uma arma branca (faca com mais de 10 cm de lâmina), e um telemóvel que constava como furtado.

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