Reino Unido pondera enviar tropas para a Ucrânia para treinar Exército do país

De visita a Kiev, ministro da Defesa britânico não nega possibilidade. Reino Unido vai apoiar Ucrânia com mais 270 milhões de euros.

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O ministro da Defesa britânico, John Healey, observa veículos militares russos destruídos em Kiev Stefan Rousseau/Reuters
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O Reino Unido está a ponderar enviar tropas para a Ucrânia para ajudar o país a treinar as suas Forças Armadas, afirmou o ministro da Defesa britânico, John Healey, numa entrevista à BBC. Em visita na quarta-feira à capital ucraniana, Healey admitiu que o Governo britânico não excluía essa possibilidade, sem, no entanto, dar mais pormenores sobre de que modo em que essa possível ajuda poderia vir a ser prestada.

"O importante é que estamos a intensificar a liderança do Reino Unido na coordenação de outras nações. Estamos a intensificar o apoio do Reino Unido à Ucrânia. Estamos determinados em colocar a Ucrânia numa posição mais forte nas próximas semanas e ao longo de 2025", afirmou Healey, quando questionado sobre se os britânicos excluíam a possibilidade de pôr tropas no terreno para formar o Exército ucraniano, ressalvando que "os pormenores" do "plano conjunto para a Ucrânia terão de permanecer indisponíveis para o Presidente Putin". "Vamos procurar, sempre que possível, responder ao que os ucranianos querem. São eles que estão a lutar", ressalvou o ministro.

Healey viajou até à capital da Ucrânia para se reunir com o seu homólogo ucraniano, Rustem Umerov, e discutir o novo pacote de ajuda britânico à Ucrânia. São mais de 270 milhões de euros em "apoio militar e mais ajudas para o próximo ano, a fim de apoiar um novo plano de defesa da Ucrânia", lê-se no comunicado emitido pelo Governo trabalhista do Reino Unido sobre a viagem do ministro.

"O nosso apoio à Ucrânia é inabalável e, durante as reuniões que tive hoje em Kiev, deixei claro que o apoio do Reino Unido se manterá durante o tempo que for necessário, independentemente da situação na Ucrânia, e que estaremos sempre ombro a ombro [com a Ucrânia] para garantir que Putin não possa vencer", sublinhou o ministro da Defesa no mesmo comunicado.

"A paz é possível"

Na noite de quarta-feira, David Lammy, ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, esteve presente numa reunião informal em Bruxelas na residência do secretário-geral da NATO, Mark Rutte, com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e com vários líderes de países europeus e das instituições europeias. Antes dessa reunião, o ministro sublinhou a importância de "colocar a Ucrânia na posição mais forte possível no caminho para 2025 e até lá".

"É extremamente importante que os aliados de toda a Europa intensifiquem o apoio que estão a dar à Ucrânia, a formação que ainda é necessária para as suas Forças Armadas, as finanças de que ainda necessitamos a longo prazo, e temos de encontrar formas inovadoras de obter esse financiamento", afirmou David Lammy, citado pela BBC.

Apesar de a NATO não ter divulgado que líderes estiveram presentes na reunião, uma foto divulgada por Zelensky na rede social X permite constatar a presença, entre outros, do chanceler alemão, Olaf Scholz, da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, do primeiro-ministro neerlandês, Dick Schoof, dos ministros dos Negócios Estrangeiros francês e britânico, Jean-Noël Barrot e David Lammy, assim como dos presidentes da Comissão Europeia e do Conselho Europeu, Ursula von der Leyen e António Costa.

"Tivemos uma longa reunião que durou quase até à 1h. Estamos a fazer tudo para garantir que a Europa tem uma posição unida e forte para se aproximar da paz. A paz é possível se nos mantivermos unidos contra a loucura russa", escreveu Zelensky no post publicado naquela rede social.

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