Amorim volta a derrotar Guardiola, desta vez no “derby” de Manchester

United triunfa no Etihad sobre o City por 1-2, numa reviravolta em três minutos que começou num penalti convertido por Bruno Fernandes.

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Diallo marcou o golo da vitória do United Jason Cairnduff / ACTION IMAGES VIA REUTERS
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Se só dissermos “jogo entre o quinto e o 13.º classificados” da Premier League inglesa, pouca gente irá olhar duas vezes. Mas se dissermos “jogo entre o Manchester City de Pep Guardiola e o Manchester United de Ruben Amorim”, é êxito de bilheteira garantido.

E ninguém deve ter dado o tempo como perdido, apesar de ter sido um jogo quase sem balizas durante mais de 80 minutos. Depois de estar mais de uma hora a perder, o United conseguiu uma reviravolta espectacular nos últimos minutos, acabando por triunfar por 1-2 no Etihad, naquela que foi a primeira grande vitória de Amorim na Premier League.

Com este triunfo sobre o City, Amorim adiantou-se no seu duelo particular com Guardiola. Em quatro confrontos, o técnico português já vai em duas vitórias sobre o catalão, depois de já lhe ter ganhado por 4-1 em Alvalade, ainda como treinador do Sporting, num jogo a contar para a Liga dos Campeões – os outros dois confrontos foram uma derrota por 5-0 e um empate 0-0, também para a Champions.

Quando é o próprio a dizer que ainda tem muito trabalho para fazer, será importante para Amorim deixar já a sua marca na Premier League num “derby”, mesmo sendo entre duas equipas em crise. Durante muito tempo pareceu que o City ia levar a melhor, mas diga-se que a equipa da casa não fez muito por isso. O golo que marcou aos 36’, um cabeceamento de Gvardiol após um cruzamento de De Bruyne que desviou no jogador do United, foi com bastante fortuna.

Os “red devils” fizeram por merecer outro resultado, acabando por criar as duas melhores oportunidades no segundo tempo: aos 62’, um cabeceamento de Diallo que Éderson defendeu, após cruzamento de Bruno Fernandes, e um falhanço incrível do capitão do United perante o guardião brasileiro do City aos 73’.

Numa fase em que os “citizens” estavam em modo gestão, o United chegou ao empate. Matheus Nunes foi o protagonista (no mau sentido), ao fazer um mau passe para trás. Diallo chegou primeiro e o internacional português acabou por cometer penálti. Na conversão do castigo, Bruno Fernandes fez o empate.

Já estávamos quase em cima dos 90’, mas ainda houve tempo para mais qualquer coisa. Praticamente na jogada seguinte, os “red devils” concretizaram a reviravolta. Passe longo de Lisandro Martínez que cruzou na perfeição com a corrida de Diallo. O ala da Costa do Marfim ultrapassou Éderson e, de ângulo difícil, fez o 1-2.

Para o City, a crise continua a ser uma evidência. Só conseguiu ganhar um dos seus últimos 11 jogos e foi bem visível o desespero de Guardiola quando os golos começaram a entrar na baliza de Éderson. O tetracampeão inglês segue num impensável quinto lugar, com 27 pontos (a dez do líder, Liverpool), enquanto o United, que tinha perdido os seus dois últimos jogos na Premier League (Arsenal e Nottingham Forest), subiu ao 12.º lugar, agora com 22 pontos.

Amorim reconheceu a importância do triunfo, mas o seu discurso não destoou muito dos seus tempos de Sporting. “Três pontos. Temos muito para fazer, mas foi excelente para os nossos adeptos. A nossa conversa seria bem diferente se não houvesse golos, mas a exibição seria a mesma. Estiveram no jogo durante os 90 minutos. Não controlámos o resultado, mas acho que merecemos a vitória. Foi um bom dia”, assinalou o técnico português, cujo saldo como técnico do United vai em quatro vitórias, duas derrotas e um empate.

Do lado do City, sente-se o desespero nas palavras de Guardiola, que está a viver a pior crise de resultados da sua carreira. “Não há muito a dizer. Sem defesa, eles foram incrivelmente persistentes. Oferecemos golos, a culpa é nossa. Não jogámos com compostura. Não sou suficientemente bom. Eu sou o treinador e tenho de arranjar soluções, mas não consigo. Queremos jogar melhor, mas, neste momento, não é possível.”

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