Nos últimos dias tenho ouvido e lido várias pessoas a comentarem que cada vez gostam menos do Natal, pior, que o odeiam. Confesso que continuo a gostar do Natal, que continua a ter significado, mas percebo que, cada vez, parece que não nos reunimos por causa de um Menino que vai nascer e de toda a esperança que traz ao mundo, mas que tudo não é mais do que um protocolo, uma obrigação... E como estamos cansados de obrigações, de anúncios, de filas nas lojas e deste capitalismo feroz que nos obriga à perfeição, da roupa à mesa, da ceia aos presentes.

Para nos ajudar a entrar no espírito do Natal, Rita Pimenta apresenta duas propostas de leitura, uma delas para o Advento, estas quatro semanas antes da celebração. Todos os dias há uma janelinha para abrir com os mais pequenos. E para aqueles que ainda não sabem ler, também há outra sugestão. A professora Inês Ferraz propõe a leitura e a exploração de livros — "Ler com os nossos filhos não é apenas uma oportunidade de estimular a imaginação e a criatividade, mas também uma forma de cultivar laços afetivos e deixar memórias que perduram." As tais memórias que nos podem aquecer o Natal, mesmo quando parece que já estamos fartos...

Na cerimónia de lançamento do livro vencedor da 11.ª edição do Prémio de Literatura Infantil Pingo Doce, o psicólogo Eduardo de Sá declarou, com ironia: "Eu acho que os livros fazem mal às crianças." Justificando: "Porque as obrigam a parar e a pensar. São amigos do silêncio, dão-lhes a capacidade de estar sós. Algo que já quase ninguém sabe fazer."

Essa capacidade de estar só e em silêncio pode ser conquistada numa biblioteca. Depois de nos ter dado a conhecer 18 bibliotecas públicas, João da Silva voltou à estrada para divulgar mais espaços de leitura (e não só). Desta vez, a digressão chama-se Road Trip Literária — Ler é o Melhos Caminho e pode ser acompanhada aqui.

A leitura ajuda-nos a crescer e a compreender o mundo, sobretudo o nosso mundo interior. Vale a pena ler Carmen Garcia numa homenagem a Florbela Espanca, aos seus sonhos e ideais. "Florbela, percebo agora, foi uma alma perturbada e instável, perdida em relacionamentos intensos e caóticos, numa busca incessante pelo amor ideal que a idade nos ensina que não existe." Também Inês Meneses faz um elogio, não a uma, mas a duas mulheres: Lee Miller, a mulher que fotografou durante três semanas, no final da Segunda Guerra, e Kate Winslet, a actriz que a representa no filme com o mesmo nome.

Sobre crescimento: Ana e Isabel Stilwell reflectem sobre como é difícil deixarmos os nossos filhos crescerem, mas que temos de os ajudar; Meghan Leahy aconselha os pais de uma menina de 4 anos a estabelecerem regras e não cederem a birras; e Catarina Furtado reflecte com uma aluna de 15 anos e um professor sobre liberdade de expressão, decisão e participação política.

De regresso ao Natal, conta a jornalista Annie Midori Atherton, do The Washington Post, que há milhares de anos que as prendas se embrulham, primeiro em tecido e, a partir do início do século XIX, em papel. No seu texto propõe seis maneiras de melhorar os embrulhos neste Natal. E, como a música não pode faltar, além de All I Want for Christmas is You, de Mariah Carey, também Last Christmas dos Wham é um marco da estação. Nesta semana, a canção de George Michael fez 40 anos, sim, quatro décadas... E reunimos cinco curiosidades sobre a mesma.

Ah! E como a seguir ao Natal vem um Novo Ano, já é tempo de balanços. Maria e Francisco voltaram a ser os nomes de bebés mais escolhidos em 2024 e a Pantone elegeu a cor tendência para 2025, uma cor que transmite conforto. Bem precisamos.

Boa semana!