Palcos da semana: festa, liberdade e desconforto entre Panda Bear e Uivo

Vêm aí A Colónia de Marco Martins, O Homem-Almofada pelo Teatro da Terra, o novo álbum de Noah Lennox, o 18.º aniversário do Musicbox e a 14.ª edição da Uivo - Mostra de Ilustração da Maia.

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Elida Almeida participa no 18.º aniversário do Musicbox Cristiano Barbosa
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Marco Martins estreia A Colónia DR
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Panda Bear dá seis concertos em torno do novo disco Ian Witchell
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O Homem-Almofada é levado à cena pelo Teatro da Terra Pedro Domingos
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André Carrilho, um dos artistas representandos na 14.ª Uivo - Mostra de Ilustração da Maia DR
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Encontros em Musicbox maior

Concertos às nove da noite, clubbing à meia-noite, 18 velas para soprar e muitos encontros. Será assim ao longo de cinco dias, na festa da maioridade de um dos espaços mais icónicos do cenário alfacinha quando o assunto é assistir a música ao vivo ou dançar: o Musicbox.

Sob o arco da sala do Cais do Sodré vão acontecer, para além do encontro óbvio entre fãs e seus artistas, “momentos inusitados de partilha”, dita a nota de imprensa, “entre várias gerações, sonoridades e realidades”.

A actuação de B Fachada com Romeu Bairos, o convite de Fidju KiTxora a Elida Almeida, Suzana e Mynda Guevara, e a junção dos Black Bombaim a Pedro Alves Sousa são disso exemplo. Dealema, Conjunto Cuca Monga, Mike Stellar e Filho Único são outros dos convocados.

A brincar, a brincar, no Estado Novo

Caldas da Rainha, 1972. Dezoito crianças vão passar duas semanas numa colónia de férias. São filhas de presos políticos. Chegam ali com marcas da ausência dos pais levados pelo Estado Novo e de uma infância clandestina. Para muitas, é o primeiro momento de liberdade para brincarem com outras.

As suas memórias, já levantadas por uma premiada investigação da jornalista Joana Pereira Bastos, são agora resgatadas por Marco Martins. O encenador que nos deu peças como Perfil Perdido ou Actores – e que também realizou filmes como Great Yarmouth: Provisional Figures, São Jorge ou Alice, bem como a série Sara – dá-nos A Colónia.

Resulta daquela reportagem, da sua própria investigação junto de quem por lá passou e do trabalho com um elenco de crianças. Emoldurada pelas comemorações do cinquentenário do 25 de Abril, a peça pretende ser, de acordo com a folha de sala, “uma reflexão mais ampla sobre a história, a memória e a opressão”. Depois da estreia em Lisboa, vai ao Teatro Nacional de São João (Porto), entre 23 e 26 de Janeiro.

A nova golpada de Panda Bear

São-nos familiares as diferentes pulsações sonoras – ora de contornos psicadélicos, ora intimistas, ora de caos criativo – de um músico norte-americano que se tem mantido por perto: Noah Lennox, mais conhecido como Panda Bear.

O que desconhecemos, salvo algumas canções já lançadas (como Defense, com Cindy Lee como convidada) é o que nos reserva Sinister Grift, o álbum que gravou no seu estúdio lisboeta com o comparsa dos Animal Collective Josh Dibb.

“A sua música nunca antes soou tão calorosa e imediata”, assegura a editora Domino Records. Pistas vão ser dadas por cá, em três concertos já este mês; outros tantos estão marcados para depois da edição do disco, agendada para o fim de Fevereiro.

Terra “visceral e psicológica”

O Teatro da Terra prepara-se para estrear um desafio para “reflectir sobre a natureza da arte e da violência”, através de uma “obra visceral e psicológica que combina humor negro e tensão dramática”, descreve o grupo. Saída da pena do galardoado dramaturgo e cineasta Martin McDonagh, a peça estreou-se em Londres, em 2003, e tornou-se uma espécie de clássico moderno, com prémios a combinar com o estatuto.

Desconfortável, disruptiva e atravessada por traumas e interrogações, a história d’O Homem-Almofada passa-se algures num estado totalitário, onde um escritor de ficção se vê enredado numa série de infanticídios, por se assemelharem aos que descreve nos seus contos.

Esta produção é encenada por Miguel Sopas e interpretada por Francisco Vistas, João Araújo, João Tempera e Marcantonio del Carlo. A música fica a cargo de José Peixoto.

Uivo pela ilustração

Verdade, manipulação, universos paralelos, inteligência artificial, imagem omnipresente. Eis alguns dos muitos conceitos explorados nas Imagens e Patologias (?) que dão o tema à 14.ª edição da Uivo - Mostra de Ilustração da Maia. É também o nome da exposição central, que reúne no Fórum da Maia os trabalhos de 25 artistas – entre eles, André Carrilho, Chris Maestas, Cristina Viana, Henry Daubrez, Jess MacCormack, Luís Louro, Osmani Simanca e Zak Krevitt.

Com Cláudia Melo como curadora e programadora, é Uivo que se propaga para outros formatos e locais: há extensões, exibições no espaço público e – novidade deste ano – um mercado a decorrer no fim-de-semana inaugural, recheado de produtos, oficinas, lançamentos, DJ sets, o desafio Tatuava-te Se Uivasses e outras iniciativas.

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