Luana Piovani quebra tudo em Cantos da Lua, encarando o público no olho

Em cartaz em Lisboa, a atriz, ex-modelo e influencer, no bom sentido da palavra, canta e conta histórias inéditas em um espetáculo no qual se aproxima do público como nunca antes.

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Mãe e filha, Fátima e Ana Beatriz, com Luana Piovani ao fundo com outros fãs Felipe Eduardo Varela
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Aos 48 anos, Luana Piovani quebra todas as paredes em um trabalho imersivo, no qual conta fatos dos quase 35 anos de carreira, que começou como modelo aos 14 anos e, aos 15, já desfilava no Japão. Com 17, estreava como atriz na TV Globo, alcançando muito cedo a fama.

O espetáculo Cantos da Lua, em cartaz no Auditório dos Oceanos no Casino Lisboa, é um mergulho nessa trajetória de vida. Luana circula entre os espectadores que estão instalados em mesas de bar no palco, em vez das distantes poltronas na plateia. “Foi uma ideia coletiva, minha e da Luana. Somos amigos há mais de 20 anos”, explica o diretor da peça, Ando Camargo.

Segundo ele, “quando ela decidiu contar as histórias da vida dela para comemorar 35 anos de carreira", ele quis pegar só as mais leves, mais gostosas, mais divertidas, e não as que todo mundo já sabe. "São histórias inéditas. Decidimos que seria em cima do palco, para ser mais próximo do público, e não jogar com a quarta parede do teatro, com ela no palco e as pessoas assistindo”, diz.

A atriz circula, aproxima-se, fita os olhos de todos, toca em alguns, dá um beijo no rosto de outro, enquanto vai narrando fatos de sua vida, com observações perspicazes ou sarcásticas. O tom confessional da atriz e o ambiente de bar real, onde todos compartilham vinho e água, consegue trazer muita intimidade. “Ela é muito próxima das pessoas, muito carismática. Quando encosta, as pessoas tremem, arrepiam-se. O figurino e a luz foram pensados desse jeito, onde todos entram no mundo da Lua”, afirma Camargo.

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Luana Piovani vai viajar com Cantos da Lua por Portugal e Europa Faya

Nas mesas de quatro lugares, podem estar um grupo de amigos ou pessoas aleatórias, onde todos bebem com aquela convidada que arrebata. Uma boa surpresa é Luana cantando, pois cada história tem uma música para ilustrar. Aliás, muito bem interpretadas por ela. Na introdução da peça, a atriz conta a importância da música na sua vida, desde a infância, quando ouvia os discos de vinil dos pais e adorava os encartes que falavam das obras, e tentava imitar os cantores.

“Quando vi, pelo convite, achei que seria ela no palco e nós em volta. Mas não, foi todo mundo junto. Ela muito presente, muito perto, passando, se movimentando dentro do palco com todo mundo. Foi muito divertido, e ela tem uma voz maravilhosa. Não sei por que ela não investiu na área musical para fazer um álbum, porque ela tem chances” comenta, entusiasmado, o brasileiro Bruno Fernandes.

Cada noite é diferente

O espetáculo é dividido em seis partes. E cada noite é diferente da outra. “O começo e o fim, na verdade, são fixos, mas todas as do meio o público escolhe” explica Ando Camargo. "Quando o público chega é convidado, por meio de um QRcode, a escolher quatro músicas para Luana cantar, mas o que não imaginavam é que cada música tem a ver com uma história. Foi uma brincadeira que resolvemos fazer”, detalha.

Após o espetáculo, a atriz faz questão de encontrar a plateia. Ao sair para o saguão, surpreendeu-se com tantas pessoas a aguardando. “Parece que todos ficaram me esperando”, brinca. Presente quase que diariamente nas redes sociais, Luana tem uma interação muito grande com os admiradores. Sabe e gosta de dar atenção. “Eu amei. Sigo a Luana Piovani desde o início da carreira dela. Sempre admirei o jeito espontâneo e verdadeiro dela, pois não tem medo de se expor e falar o que pensa. E a peça dela é assim. Ela ensina, as mulheres a serem mais corajosas, a lutarem pelos seus desejos, pelos seus sonhos, a não ter medo de nada. Simplesmente, ir em frente”, salienta a luso-brasileira Fátima Alves, 65, que foi ao teatro com a sua filha Ana Beatriz.

“Tinha visto no Instagram do Canto da Lua que seria assim. Então falei para a minha mãe que iríamos estar no palco. Refletiu bem a autenticidade da Luana, e nos envolveu com as músicas. O lado cantora me surpreendeu um pouco, e foi muito divertido, é uma peça e um show, que nos prende do início ao fim. Vou recomendar aos amigos. Tivemos um papel ativo de passar energia para ela como ela passa para nós”, destaca Ana Beatriz.

O público tem sido predominantemente brasileiro. Mas alguns portugueses têm estado na peça para ouvir e ver Luana, que, desde que se mudou para Portugal, há mais de cinco anos, tem ampliado a popularidade no país com diversos trabalhos. “Amei a peça, foi muito intimista, com um toque pessoal que é diferente do que estamos acostumados a ver. Como fã da Luana, foi muito especial estarmos no palco, próximos a ela. É uma mulher que me influencia e me inspira positivamente em tudo o que fala. A Luana é o tipo de influencer importante para passar mensagens à sociedade de que temos de estar despertos para causas feministas e antirracistas. É um exemplo de mulher. Da próxima vez que ela fizer uma peça, vou voltar”, frisa Gonçalo Silva, 21.

Ao encerrar o espetáculo, a atriz faz um alerta sobre a violência contra a mulher. Convidando a todos para lerem um cartão que se encontra nas mesas, que trata sobre os cuidados que as mulheres devem ter com quem mente, ofende, tem ciúme excessivo ou agride, entre outras situações. Nesses casos, deve-se pedir ajuda o mais rápido. O espetáculo segue no Auditório dos Oceanos nos dias 4, 5, 11 e 12 de novembro. Após Lisboa, a previsão é que seja apresentado em outras cidades de Portugal e da Europa. No Brasil, só deve chegar em 2026.

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