Lucro do Novo Banco cai 4,4%, para 610,4 milhões, até Setembro com provisões

A margem financeira da instituição financeira, que traduz a diferença entre os juros cobrados nos créditos e os pagos nos depósitos, aumentou 6,6% em relação aos nove primeiros meses do ano passado.

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As comissões do Novo Banco totalizaram 240,4 milhões de euros, de Janeiro a Setembro Daniel Rocha
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O lucro do Novo Banco caiu 4,4% até Setembro em termos homólogos, para 610,4 milhões de euros, menos 28,1 milhões do que no mesmo período do ano passado. A descida é influenciada pela constituição de 30 milhões de euros em provisões no segundo trimestre, anunciou a instituição financeira nesta quinta-feira.

Este custo não recorrente deve-se ao “processo de transformação enquadrado no programa estratégico de inovação e simplificação” – o resultado líquido no período teria ficado “em linha” com o período homólogo (+0,3%), lê-se num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Nos primeiros nove meses deste ano, a margem financeira do Novo Banco, que traduz a diferença entre os juros cobrados nos créditos e os juros pagos nos depósitos, aumentou 6,6% em termos homólogos, para 886,3 milhões de euros. O aumento é de 55,1 milhões de euros, comparando com 831,2 milhões obtidos nos nove primeiros meses do ano.

As comissões totalizaram 240,4 milhões de euros, o que é comparável com 217,1 milhões de Janeiro a Setembro de 2023. O aumento de 10,7% decorre do “desempenho do franchising do Novo Banco com uma base de clientes crescente e pela dinâmica na execução de iniciativas para incrementar as receitas de comissões, principalmente na gestão de contas e meios de pagamentos”, justifica o banco.

Os empréstimos a clientes situaram-se em 27,6 mil milhões de euros (mais 2,3% do que em Dezembro de 2023), “representando cerca de 60,5% dos activos totais”. O Novo Banco refere que, neste campo, a sua quota de mercado global “ascendia a 10,1%, espelhando a forte presença do banco no mercado português”.

Os depósitos totalizavam 29,5 mil milhões de euros, mais 4,7% do que em Dezembro. A instituição refere que a 30 de Setembro “mantinha uma forte posição de liquidez, com o financiamento líquido junto do BCE de -5,1 mil milhões de euros” e uma almofada de liquidez de 15,6 mil milhões.

O grupo diz ter um “perfil de risco estável”, tendo as provisões feitas para cobrir empréstimos aos clientes descido 16 milhões de euros em relação ao período de Janeiro a Setembro do ano passado. Já as provisões “para outros activos e contingências aumentaram 42 milhões de euros”, reflectindo a tal provisão de 30 milhões de euros relativa ao “processo de transformação” da instituição financeira.

Os chamados “créditos não produtivos” (que podem dar origem a malparado) “reduziram-se 9,3% nos primeiros nove meses, para 1027 milhões de euros”, havendo uma redução no rácio deste indicador (baixou de 0,7% em Dezembro de 2023 para 0,5% em Setembro).

“A disciplina na nossa estratégia e o foco no suporte às famílias e empresas portuguesas são os pilares da nossa robusta performance comercial e da consistente criação de capital. Continuamos a crescer no negócio e a expandir a nossa actividade, além de incrementar a eficiência das nossas operações”, afirma o presidente executivo (CEO) do Novo Banco, Mark Bourke, citado no comunicado.