Metro de Lisboa apresenta novas carruagens “mais acessíveis e modernas”
As 24 novas unidades triplas correspondem a um investimento de 134 milhões de euros, havendo a possibilidade de adquirir outras 12.
O Metropolitano de Lisboa apresentou, esta quarta-feira, no Auditório do Alto dos Moinhos, 24 novas unidades triplas da série ML24, que serão fornecidas pela empresa Stadler Rail Valencia, com quem tinha assinado contrato no dia 22 de Outubro. A estas, correspondentes a 72 carruagens, existe a possibilidade de somar outras 12 (ou 36 carruagens). Segundo a ministra do Ambiente e da Energia, Maria da Graça Carvalho, que marcou presença na cerimónia de apresentação das novas composições, estão reunidas “todas as condições para que as 12 carruagens adicionais possam avançar”. Trata-se de um investimento de 134 milhões de euros: 45 milhões vindos do Programa Sustentável 2030 e 89 milhões do Fundo Ambiental.
Estas novas composições vêm complementar as outras 14 da série ML20, que entrarão em circulação em Janeiro. O contrato tem um prazo de 54 meses, iniciado após a obtenção de visto prévio do Tribunal de Contas, prevendo-se o arranque da construção no início de 2025. O objectivo é dar resposta a um expectável aumento da procura com a expansão da rede, o que inclui já a Linha Circular, além de substituir os comboios em fim de vida, esperando-se uma maior frequência na circulação.
As novas composições prometem-se “mais modernas” e “mais acessíveis”. Desde logo, haverá novos sistemas de videovigilância e de detecção de incêndios, bem como um novo sistema de controlo de comboios e climatização, tanto na zona dos passageiros como na cabine de condução. Além disso, esperam-se painéis digitais de informação aos utentes e uma melhoria nas condições de evacuação. Prometem-se, ainda, melhores condições de acessibilidade: deixará de haver um declive na entrada, entre o cais e o comboio, facilitando a entrada de utentes em cadeiras de rodas, por exemplo, para os quais também haverá áreas de fixação no interior dos comboios; e a pensar nos utentes com deficiências visuais, será, igualmente, reforçado o contraste de zonas como as portas ou os assentos prioritários.
A presidente do Metropolitano de Lisboa, Maria Helena Campos, refere que a empresa tem uma “obrigação de vanguarda e de actualidade”. Além das características enumeradas, isso também se deverá ver no design dos comboios, que, ao contrário daqueles que circulam hoje, terão assentos dispostos longitudinalmente e janelas amplas. “As novas composições apresentam uma imagem moderna, mantendo, no entanto, uma coerência com a imagem das anteriores séries”, lê-se no comunicado de imprensa do Metropolitano de Lisboa.
A secretária de Estado da Mobilidade, Cristina Pinto Dias, aponta este investimento como uma “clara aposta no transporte público”, recordando a meta de alcançar 20% de quota modal de transportes públicos até 2030. Sublinha ainda que a transição deve ser acompanhada pela “qualidade do serviço oferecido” e que esta transição exige a colaboração com dois grupos: os autarcas, que “conhecem as necessidades das pessoas”, e os 1563 trabalhadores actualmente na empresa. A obra é feita por eles, mas também para eles: outra das características das novas composições é a posição central na condução, permitindo um maior conforto, refere.
A ministra do Ambiente e da Energia reforça a importância de modernizar, expandir e investir na atractividade os transportes públicos, mas também afirma que obras como esta colocam Portugal mais perto da meta de neutralidade carbónica até 2045. “A descarbonização dos transportes tem sido uma prioridade para este Governo”, alega, exemplificando com o financiamento dos passes (sobretudo para jovens, que terão acesso à gratuitidade até aos 23 anos, mesmo que não estudem), com o auxílio à aquisição de veículos eléctricos e com apoios à mobilidade suave.
Texto editado por Ana Fernandes