Taxa turística de Veneza volta em 2025 durante mais dias e com penalizações

A taxa turística de entrada no centro histórico de Veneza, implementada em 2024, volta no próximo ano. Vai ser aplicada em mais dias e com penalizações para reservas de última hora.

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A entrada no centro histórico de Veneza volta a ser paga em alguns dias de 2025 Nelson Garrido
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Depois de vários anos de avanços, recuos e controvérsia, a tão anunciada taxa de entrada em Veneza entrou em vigor este ano durante um período experimental. Avaliado o projecto-piloto, as autoridades da cidade italiana revelam agora que a medida não só é para ficar, como vai ser alargada a mais dias do ano e com penalizações para reservas de última hora.

O sistema de reservas, com uma taxa de entrada para os turistas que quisessem visitar o centro histórico de Veneza sem pernoitar na cidade italiana, foi estreado em Abril deste ano e contemplou apenas 29 dias ao longo de quatro meses, circunscrito àqueles em que as autoridades previam maiores enchentes. Na quinta-feira passada, o governo local anunciou que o projecto, o primeiro do género em todo o mundo, vai continuar em 2025, agora alargado a 54 dias, entre 18 de Abril e 27 de Julho, contemplando sextas, sábados, domingos e feriados.

Quanto ao preço, ao contrário do que tinha especulado o vereador local do Turismo e Coesão Social no final do projecto-piloto, vai manter-se nos cinco euros, mas é introduzida uma penalização para reservas de última hora, com o valor da taxa de entrada a subir para dez euros nas reservas com quatro ou menos dias de antecedência face à data de visita.

Tal como anteriormente, mantêm-se isentos de pagamento os turistas que ficarem alojados na cidade (uma vez que já pagam a habitual taxa turística), assim como residentes e estudantes na região de Veneto, proprietários, pessoas em visitas de trabalho ou a familiares, entre outros. Mas a maioria continua a precisar de pedir a isenção previamente no site do sistema de reservas. A taxa continua a não ser aplicável a menores de 13 anos (inclusive), nem à visita às populares ilhas de Murano e Burano ou à área da praia do Lido (entre outras ilhas próximas), nem a quem estiver em trânsito para outros destinos.

“Veneza deixou de ser a cidade mais exposta e criticada pelo fenómeno do sobreturismo, para ser a cidade que reage a este fenómeno mais cedo e de forma mais proactiva a nível mundial”, defendeu Simone Venturini, vereador responsável pelo Turismo e Coesão Social, em conferência de imprensa.

O objectivo da medida mantém-se o mesmo, acrescentou o presidente da autarquia de Veneza, Luigi Brugnaro: definir “um novo sistema de gestão dos fluxos turísticos” e “desencorajar o turismo de excursão em Veneza” durante os períodos particularmente congestionados.

“Não somos contra (o turismo)”, sublinhou. “Apenas acreditamos que pode ser distribuído de alguma forma”, afirmou, avisando que a cidade irá multar em 2025 as pessoas sem reserva efectuada e o código QR para mostrar às autoridades – algo que tinha ameaçado fazer em 2024 mas que não chegou a acontecer.

No total, a taxa de entrada em Veneza foi paga por 485.062 pessoas este ano, gerando cerca de 2,25 milhões de euros.

O sistema de taxas de entrada na cidade, no entanto, tem gerado bastantes críticas. Em Julho, o vereador da oposição Giovanni Andrea Martini defendia que a medida tinha sido “um fracasso total”, uma vez que a cidade continuava “cheia de turistas”. A implementação da entrada paga na cidade gerou receitas superiores ao previsto logo ao fim dos primeiros dias, o que indicava estar a ser insuficiente para dissuadir a chegada de turistas à cidade.

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