Há uma exposição onde podemos ver o Porto como se fôssemos aves

A exposição Porto em Miniatura, na Rua do Ateneu Comercial, mostra vários monumentos da cidade em ponto pequeno, assim como os velhos quiosques ou urinóis.

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A exposição teve início pela mão de Agostinho Teixeira Nelson Garrido
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O nome tem implícita a sua envergadura: monumental. Enormes, imponentes, belos, notáveis exemplos da arquitectura. Exemplos destes não faltam no Porto, maravilhando-nos a cada esquina. Conhecemo-los por dentro, mas raras vezes os vimos de cima e ainda mais raramente os conseguimos abarcar no seu todo num único olhar. Mas e se fosse possível encolhê-los para um tamanho quase de bonecas? Houve quem o fizesse e, até 30 de Dezembro, já se pode ir descobrir os ex-líbris da cidade como se fôssemos aves.

É no armazém do restaurante Food Corner, na Rua do Ateneu Comercial do Porto, que está patente a exposição Porto em Miniatura, que mostra os edifícios mais emblemáticos da cidade em escala muito reduzida, desde monumentos a equipamentos como urinóis. A colecção é da autoria do portuense Agostinho Conceição Gonçalves Teixeira, que a começou em meados do século passado, tendo, depois de se reformar, em 1983, decidido dedicar o resto dos seus dias a dar continuidade à sua paixão pela cidade e pelas maquetes.

Nascido em 1923, Agostinho Conceição Gonçalves Teixeira era um apaixonado pela cidade do Porto. A sua colecção é composta por 37 peças, que incluem o Palácio de Cristal, a Torre dos Clérigos, a estação de São Bento, a ponte Pênsil, o conjunto monumental da Sé, a Quinta do Viso, a Cadeia da Relação do Porto, assim como os quiosques de antigamente e os famosos e pitorescos urinóis.

Cada peça foi construída na década de 30 a 50, do século passado NELSON GARRIDO
Os antigos quiosques, assim como os pitorescos urinóis, fazem a delícia aos turistas NELSON GARRIDO
Muitas das peças contempladas são igrejas, devido ao poder da mesma na época NELSON GARRIDO
A sua colecção alberga cerca de 37 peças mas atualmente apenas 17 se encontram disponíveis para visita NELSON GARRIDO
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Cada peça foi construída na década de 30 a 50, do século passado NELSON GARRIDO

Os cantos à casa são mostrados por Francisco Almeida Lemos, que adquiriu a colecção em 2006, admitindo que foi “amor à primeira vista”. Apesar do custo elevado que a sua manutenção requer, é de forma apaixonada que faz questão de nos explicar cada detalhe de cada peça. Actualmente, no pequeno armazém iluminado com uma luz intimista, apenas estão 17 das 37 miniaturas da colectânea. O local abriu recentemente e o potencial do espaço está a ser analisado, mas as que ali se encontram já fazem o delírio dos visitantes.

“A Torre dos Clérigos, apesar de não ser a minha preferida, é aquela que leva o troféu por parte dos turistas. Calculo que seja pela dimensão da mesma, por ser a mais alta”, diz, adiantando que todos fazem questão de tirar selfies junto à “mini” Torre dos Clérigos. Porém, nem tudo é um mar de rosas. Para além dos custos que a manutenção da exposição exige, por serem materiais delicados, como o vinil, corticite, cobre, madeira, latão e até gesso, Francisco Almeida Lemos ainda tem de estar atento aos visitantes, que “não resistem à tentação de levarem peças”, adiantando que até o sino de algumas igrejas já desapareceram. Mas, diz orgulhoso, não há ninguém que não goste da exposição, não há. Os mais novos gostam pelas luzes e pela magia, os mais velhos por conseguirem recordar os tempos antigos”.

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Francisco Almeida Lemos tem, desde 2006, a exposição na sua posse NELSON GARRIDO

Francisco Almeida Lemos tem ainda um jornal vocacionado para turistas ou simplesmente pessoas que queiram descobrir “melhor os cantos à casa”, ou seja, à cidade. O Hey Porto é editado em três línguas — português, inglês e espanhol — e contempla sugestões do que poderá visitar, onde dormir, jantar, se divertir, mas, acima de tudo “dar a conhecer sítios que, sem esta ajuda, provavelmente quem não é de cá [do Porto] não chegaria até eles”, adianta. O jornal tem presença física e digital e pode ser adquirido nos postos de turismo da Câmara Municipal do Porto, nos postos da Entidade de Turismo do Porto e Norte de Portugal, assim como nos principais monumentos da cidade.

Os bilhetes para visitar a exposição, que teve início no dia 9 de Setembro e seguirá até ao dia 30 de Dezembro, podem ser adquiridos no local. O preço é de cinco euros, sendo que crianças até aos 12 anos pagam três. Estudantes e maiores de 60 anos, quatro.

Texto editado por Ana Fernandes

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