De soutiens a sacos, o projecto kosovar que chama a atenção para o cancro da mama

Com o dinheiro angariado, Murati compra sutiãs de mastectomia, com bolsos no interior para suportar as próteses mamárias, ou outros suplementos de que as mulheres com cancro da mama possam precisar.

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Ermira Murati mostra um saco fabricado com soutiens doados no âmbito da sua campanha de sensibilização para o controlo do cancro da mama Valdrin Xhemaj/REUTERS
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Shliroj Cicat (Libertem as mamas) realiza-se pelo quarto ano consecutivo Valdrin Xhemaj/REUTERS
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Mulheres doam os seus soutiens no centro da cidade no âmbito da campanha de sensibilização de Ermira Murati para o controlo do cancro da mama em Pristina, Kosovo Valdrin Xhemaj/REUTERS
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Uma mulher doa os seus soutiens no centro da cidade no âmbito da campanha de Ermira Murati de sensibilização para o controlo do cancro da mama em Pristina, Kosovo Valdrin Xhemaj/REUTERS
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Ermira Murati e os seus colegas de trabalho selecionam soutiens doados para fabricar sacos no seu estúdio Valdrin Xhemaj/REUTERS
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Murati é conhecida no Kosovo pelo seu trabalho provocador Valdrin Xhemaj/REUTERS
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Ermira Murati trabalha num esboço para fabricar sacos a partir de soutiens doados Valdrin Xhemaj/REUTERS
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Shliroj Cicat (Libertem as mamas) realiza-se pelo quarto ano consecutivo Valdrin Xhemaj/REUTERS
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Ermira Murati selecciona sutiãs doados para fabricar sacos no seu atelier, no âmbito da sua campanha de sensibilização para o controlo do cancro da mama Valdrin Xhemaj/REUTERS
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Uma trabalhadora fabrica sacos com soutiens doados no âmbito da campanha de Ermira Murati Valdrin Xhemaj/REUTERS
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Uma trabalhadora fabrica sacos com soutiens doados Valdrin Xhemaj/REUTERS
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“O que estou a fazer é muito provocador”, avalia Ermira Murati, enquanto faz sacos num estúdio na cave Valdrin Xhemaj/REUTERS
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Ermira Murati selecciona sutiãs doados para fabricar sacos no seu atelier, no âmbito da sua campanha de sensibilização para o controlo do cancro da mama Valdrin Xhemaj/REUTERS
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Uma trabalhadora fabrica sacos com soutiens doados Valdrin Xhemaj/REUTERS
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Ermira Murati selecciona sutiãs doados para fabricar sacos no seu atelier, no âmbito da sua campanha de sensibilização para o controlo do cancro da mama Valdrin Xhemaj/REUTERS
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Num dia soalheiro de Outubro, em Pristina, as mulheres fazem fila numa banca para doar soutiens que serão transformados em sacos, a serem vendidos para angariar fundos para as pessoas com cancro da mama, no âmbito de um projecto lançado pela artista Ermira Murati para sensibilizar as mulheres do Kosovo.

Pelo quarto ano consecutivo, em Outubro — mês mundial de sensibilização para o cancro da mama —, Murati recolhe soutiens no âmbito de uma campanha intitulada Shliroj Cicat (Libertem as mamas), que, devido ao seu logótipo, que inclui o desenho de uma mama em forma de banda desenhada, suscitou críticas na sociedade do Kosovo, ainda bastante conservadora.

Apesar das críticas de algumas pessoas no Kosovo, país maioritariamente muçulmano, Shkurte Kafexholli ficou contente por doar um soutien. “Estamos aqui para apoiar a Shliroj Cicat”, afirmou.

Os sacos feitos de soutiens de todos os tamanhos e cores são depois expostos nas redes sociais. Com o dinheiro angariado com a sua venda, Murati compra sutiãs de mastectomia, que se assemelham a sutiãs normais, com bolsos no interior para suportar as próteses mamárias, ou outros acessórios que as mulheres possam precisar.

“Pode usar o sutiã como uma bolsa”, disse Murati. “Isto significa que se pode usá-los de outra forma e de uma forma ainda mais significativa.”

De acordo com os dados do Ministério da Saúde do Kosovo, em 2022 foram registados cerca de 547 novos casos de cancro da mama no país.

Murati é conhecida no Kosovo pelo seu trabalho provocador. Os seus dois projectos anteriores — um que mostra dois homens em trajes nacionais albaneses a beijarem-se na boca e outro que mostra um dirigente do Kosovo e um dirigente sérvio a beijarem-se na boca — também suscitaram críticas.

“O que estou a fazer é muito provocador”, reconhece enquanto faz sacos num estúdio na cave, a poucos metros da principal mesquita de Pristina. “Não cria muito conforto para muitas pessoas”, justifica.