Nick Cave à procura da luz e da leveza em Lisboa
O concerto que trouxe os Bad Seeds à Meo Arena foi excelente, mas sem a transcendência de passagens anteriores por Portugal. Talvez Wild God não permita esse salto. Ou a fasquia ficou demasiado alta.
A culpa é de Nick Cave. A culpa é de Nick Cave porque foi ele quem fez das três anteriores passagens por Portugal (duas no Primavera Sound, em 2018 e 2022, e uma no Kalorama, também em 2022) concertos transcendentes. Transcenderam a “mera” magnífica performance musical e apareceram-nos como acontecimentos extraordinários, noites de uma comunhão emocional difícil de pôr em palavras, uma sensação transbordante de que música e vida, música e morte entravam umas pelas outras escancarando o acesso a uma qualquer iluminação pessoal, espiritual, uma fé possível nesta coisa de estarmos vivos num mesmo tempo histórico e de estarmos juntos nisso (chamemos-lhe, para simplificar, “fé na humanidade”).
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