Um dia perdido, Luís Roseira saiu do comboio que vinha do Porto, pisou o cimento da estação da Régua e dirigiu-se à pressa a um agente da polícia que flagelava um toxicodependente. De imediato, dirigiu-se exaltado ao polícia dizendo-lhe que, em vez de lhe bater, tinha a obrigação de o levar ao hospital. Depois de uma azeda troca de palavras, Roseira identificou-se como médico e convenceu o agente. O homem foi levado ao hospital e por lá ficaria internado. Episódios destes são uma constante da vida de Luís Roseira, médico, activista contra a ditadura que a PIDE prendeu três vezes, velho amigo de Mário Soares, fundador do PS, deputado na Assembleia Constituinte, amigo de vários círculos de intelectuais e artistas, artífice da Liga dos Amigos do Hospital de Santo António ou pioneiro na produção e exportação de vinho do Porto, um negócio dominado pelos britânicos.
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