Militares norte-coreanos entram em combate na Ucrânia até segunda-feira, diz Zelensky

O Presidente ucraniano afirmou que a presença de tropa da Coreia do Norte no terreno representa uma “escalada” do conflito.

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Volodymyr Zelensky pediu pressão da comunidade internacional sobre Moscovo e Pyongyang POOL / REUTERS
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O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou nesta sexta-feira que a Rússia está a planear lançar em combate os militares norte-coreanos enviados para a Ucrânia entre domingo e segunda-feira, um dia depois de o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, não ter desmentido que a Coreia do Norte já teria tropa no terreno.

"De acordo com os serviços secretos, os primeiros militares norte-coreanos deverão ser enviados pela Rússia para zonas de combate já nos dias 27 e 28 de Outubro", afirmou Zelensky, numa publicação feita na rede social X.

"Trata-se de uma clara escalada por parte da Rússia, o que é significativo em contraste com toda a desinformação amplamente difundida em Kazan nestes dias", acrescentou o Presidente ucraniano, referindo-se às declarações de Putin feitas durante a cimeira dos BRICS, em que não negou a utilização de militares norte-coreanos para combater na Ucrânia.

"Quando temos de decidir alguma coisa, decidimos... Mas a decisão soberana é nossa, se a aplicamos, se não a aplicamos, se precisamos dela", afirmou Putin.

"É um assunto que só a nós diz respeito", acrescentou o Presidente da Rússia, isto depois de o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, ter classificado o envio de militares norte-coreanos para a guerra como um "boato informativo". Também a Coreia do Norte negou que houvesse tropa do seu país na Ucrânia.

Na quinta-feira, os serviços secretos da Ucrânia tinham afirmado, num comunicado publicado no Facebook, que o "número de militares norte-coreanos destacados para a Rússia é actualmente de cerca de 12 mil, incluindo 500 oficiais, entre os quais três generais de Pyongyang", acrescentando que "as primeiras unidades" do Exército norte-coreano treinadas no extremo oriente russo já estavam no terreno na região de Kursk, que sofreu uma incursão ucraniana em Agosto deste ano.

Pelo menos mil soldados, segundo os EUA, tinham sido enviados para Vladivostok, cidade do extremo oriental da Rússia, junto à fronteira com a China, para serem treinados com o objectivo de serem enviados para a Ucrânia.

Para Zelensky, a entrada em combate das forças norte-coreanas deve merecer da comunidade internacional uma reacção que pressione quer a Rússia quer a Coreia do Norte.

"O envolvimento efectivo da Coreia do Norte em combate não deve ser encarado com indiferença ou com comentários incertos, mas sim com uma pressão tangível sobre Moscovo e Pyongyang, para que respeitem a Carta das Nações Unidas e os responsabilizem por esta escalada", afirmou o Presidente ucraniano.

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