Nel da Lão, o senhor dos robalos, só pesca qualidade: o peixe de anzol
Em dias de feição pode lançar mil anzóis e apanhar mais de 100 quilos. “Mas nem sempre dá, já tive dias de não trazer nada”, conta o pescador de Castelo de Neiva.
Parecem galos de cristas ao alto. Alinhados na duna com as suas proas coloridas voltadas ao mar, os barcos da pesca artesanal de Castelo de Neiva são o espelho do orgulho dos pescadores locais na sua actividade. Gente de pele salgada que teima em manter a tradição da grande pesca, essa vida de harmonia e comunhão com o mar que há 100 anos, em Os Pescadores, Raul Brandão considerava já condenada a desaparecer. “A grande pesca, para nós, quase acabou. Outros a vão fazendo, rapando o fundo do mar, sem que ninguém os trave”, lamentava. “Cultivar o mar é uma coisa — é ofício de pescadores; explorar o mar é outra coisa — é ofício de industriais”, acabando com a pesca e os pescadores, que “perderam todos os seus costumes, arruinados e fugindo para o Brasil e para África”.
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