FC Porto com tolerância zero no ataque responsável à Liga Europa
Hoffenheim chega invicto ao Dragão, com mais três pontos que os portistas e em retoma na Bundesliga, a exigir entrega e bravura.
O FC Porto recebe esta noite (20h, SPTV5), em jogo da terceira ronda da fase inicial da Liga Europa, ainda à procura do primeiro triunfo europeu, o TSG Hoffenheim, 14.º classificado da Bundesliga, prova em que a equipa de Pellegrino Matarazzo voltou a vencer após quatro derrotas consecutivas e um empate entre a segunda e a sexta jornadas.
No Dragão, é hora de assumir o estatuto de candidato à conquista do troféu, como resultou tácito das declarações do médio espanhol Nico González na conferência de imprensa de ontem. O que, depois da derrota na Noruega, com o Bodo/Glimt (3-2) - a segunda e última de 2024-25 até à data -, e do empate em casa com o Manchester United (3-3), depende fortemente de uma vitória capaz de afastar o clube das Antas dos lugares de eliminação.
Com um ponto e seis golos sofridos em dois jogos (mais dois do que nas oito jornadas da I Liga), Vítor Bruno dispõe de um plantel próximo da máxima força - exceptuando as baixas de Marcano (lesionado e não inscrito), Zaidu e Wendell - e animado pelo apuramento para a quarta eliminatória da Taça de Portugal. Teste que permitiu dar minutos a jogadores com perfil de titulares (como Tiago Djaló e Fábio Vieira) e “poupar” figuras de proa no “onze” portista, como Pepê e Samu Omorodion.
O treinador dos “azuis e brancos” precisa, contudo, de manter o foco do plantel no jogo com o Hoffenheim, distanciando-o do ruído gerado em torno dos excertos tornados públicos do livro de Pinto da Costa, ainda que esse seja um tema mais fácil de “digerir” pelo actual grupo de trabalho.
“Os olhos certos”
À margem dessa discussão, Vítor Bruno terminou a conferência de imprensa de ontem a felicitar a equipa técnica da equipa B dos “dragões” pelo primeiro triunfo de 2024-25, na II Liga, ciente de que é precisamente uma vitória que se lhe exige frente ao Hoffenheim. Um adversário que partiu para esta ronda 14 posições acima do FC Porto (24.º), fruto de um empate (1-1) na Dinamarca (obtido aos 90 minutos) frente ao Midtjylland e de um triunfo (2-0) sobre o Dínamo Kiev.
Acerca do jogo e o suposto favoritismo à conquista do troféu (admitindo-se o perfil de clube de Champions e os dois títulos - Sevilha e Dublin - no currículo), o treinador portista foi muito claro: “Somos candidatos a atacar o jogo com muito compromisso, muita seriedade, um sentido de responsabilidade brutal, entrega e fé inabaláveis. E isso vamos ter. Não somos é favoritos a nada!”, garantiu.
A este alerta juntou outro para evitar que a conjuntura e classificação actual do Hoffenheim na Bundesliga venha a “embriagar” os portistas, deixando o exemplo eloquente do recente Estugarda-Hoffenheim, que os visitantes estiveram a vencer até aos 90+10’ “frente a uma equipa que foi bater a Juventus, em Turim”, para a Liga dos Campeões.
“Tudo isto é muito relativo. Podemos olhar para os adversários como quisermos e desvalorizar o que estão a fazer a nível interno. Mas o Hoffenheim está numa fase ascendente, pelo que temos de estar muito atentos e olhar para este adversário com os ‘olhos certos’, ou corremos o risco de, quando dermos conta, as coisas não estarem tão controladas como queremos”.
Para Vítor Bruno, o equilíbrio “entre o momento ofensivo e defensivo, na perda de bola” é essencial face às características do Hoffenheim, que classifica como equipa “vertical”, que tem nas transições um dos seus pontos mais fortes.
Ao FC Porto competirá levar o jogo para terrenos que causem incómodo aos alemães, obrigando-os “a correr atrás da bola”, ainda que Vítor Bruno prefira distanciar-se um pouco do plano puramente estratégico, antecipando o que o Hoffenheim poderá “oferecer”, sem desvirtuar o que é a identidade azul e branca “em termos de responsabilidade e bravura, dentro do espírito que caracteriza o FC Porto, com atitude inegociável e tolerância zero, dando as mãos pois ninguém é infalível”.
Matarazzo confiante
À espera de uma escorregadela do FC Porto, o norte-americano Pellegrino Matarazzo, treinador do Hoffenheim que, apesar das raízes italianas, cumpriu, na Europa, a carreira de jogador e treinador na Alemanha, está “confiante numa vitória”, sublinhando o crescimento da equipa, sem ignorar o estatuto de Champions do adversário, que segue desde os anos 80 e 90. “Joga um futebol ofensivo, de grande qualidade, mas estamos confiantes”.