Foi o livro de Robin Sharma, O Clube das 5 da Manhã, que uniu duas mulheres e encorajou-as a mudar as suas vidas e criar uma marca de jóias — a Sharma, nome que em sânscrito significa protecção, conforto e alegria. Bruna Cabral e Brigitte Costa, que já eram amigas, decidiram trazer este significado à sua vida e embarcar numa nova aventura, mudando o rumo das suas carreiras. Além de uma colecção permanente, criada pelas empresárias, a Sharma pretende ser uma marca de joalharia de luxo que lança colecções exclusivas em parceria. A primeira é com Siza Vieira.
O arquitecto premiado aceitou o desafio e o seu trabalho será posto à venda até ao final do ano, revelaram as fundadoras durante um pequeno-almoço com a imprensa, em Lisboa, nesta quarta-feira, durante o qual explicaram o funcionamento destas parcerias. De dois em dois meses haverá novidades, prometem. Além de peças feitas pelas próprias, serão postas à venda colecções-cápsula de edição limitada criadas por convidados — estes poderão ser conhecidos do grande público (ou não) e vêm de diversas áreas fora da joalharia — desde arquitectos a designers de moda ou mesmo a amigos, explicam.
O objectivo é desafiar essas personalidades e incentivá-las a “pensar fora da caixa”, com recurso a total liberdade artística. Ao longo do processo de criação, as três partes do projecto — o artista, neste caso o convidado, o artesão e as duas fundadoras — mantêm contacto. “Nós desafiamos sempre o convidado a escolher o tema. Essa é a primeira abordagem. E, depois, consoante a escolha, será sempre um público diferente", explica Bruna Cabral ao PÚBLICO, dando como exemplo um dos convidados que quer desenhar as suas peças para homens. E há quem queira criar para crianças e animais, por exemplo, uma coleira, acrescenta.
Mas o público da Sharma é o feminino, são as mulheres a partir dos 30 anos, para quem estão a ser desenhadas “jóias intemporais pensadas para pessoas modernas, cosmopolitas e activas”, lê-se no comunicado da marca. No entanto, esta componente pode variar, mediante a escolha do artista convidado. “Queremos marcar pela diferença, pela originalidade e, particularmente, pela exclusividade e intemporalidade das nossas colecções”, sublinha Brigitte Costa no mesmo texto.
Para já, a Sharma arranca com a sua “colecção-semente” — a Pétala —, desenvolvida pelas proprietárias e que estará sempre disponível no site da marca. Uma das peças — os brincos Pétala —, com duas flores, desmonta-se e torna-se um brinco de apenas uma flor. Esta pode retirar-se e ser utilizada como pendente, sendo possível encaixá-la num dos colares da colecção.
"Por exemplo, eu uso o colar mais excêntrico, com os brincos mais excêntricos. A Brigitte já usa sempre o pendente mais simples. Isso denota também que as pessoas podem se projectar na nossa colecção conforme se sentirem mais à vontade", exemplifica Bruna Cabral ao PÚBLICO. “Aliás, nós podemos vestir o mesmo vestido preto com jóias diferentes e ter três visuais distintos. E é assim que nós tentamos fazer a diferença”, destaca ainda.
A maior parte das peças são em prata ou em prata banhada a ouro. “Só as colecções-cápsula deverão conhecer a forma de ouro maciço e a inclusão de gemas preciosas naturais, decididas caso a caso”, diz o comunicado. Este é um projecto “familiar” e, por isso, as empresárias não divulgam o investimento feito.
A fase de implantação da marca será feita através de e-commerce, de parcerias estratégicas com hotéis de cinco estrelas e alguns museus, de Norte a Sul do país. A marca já firmou parcerias com os hotéis Maison Albar – Amoure (Vila Verde), The Lince Santa Clara (Vila do Conde), Maison Albar - Le Monumental Palace (Porto) e MMIPO - Museu da Misericórdia do Porto, onde dentro de dias começarão a estar à venda as colecções, que são produzidas em Portugal (Gondomar e Póvoa de Lanhoso). Existem ainda mais espaços em fase de negociação.
Texto editado por Bárbara Wong