Foi em Novembro de 2004 que tudo começou. Então, chegavam às lojas da H&M as peças da colaboração com o célebre criador alemão Karl Lagerfeld (que se imortalizou na Chanel e na Fendi). Foi o início das colaborações com criadores de moda para a marca sueca, que havia de se tornar num dos projectos mais mediáticos da indústria. Para celebrar os 20 anos da iniciativa, a H&M vai voltar a vender algumas das peças de nomes como Moschino, Versace ou Stella McCartney.
As peças são usadas (ou pre-loved, como a marca lhes chama) e foram angariadas através de lojas vintage em todo o mundo. Vão estar disponíveis artigos de quase todas as colecções lançadas ao longo dos últimos 20 anos com uma série de entregas em sete lojas globais e no site da H&M, a partir desta quinta-feira, 24 de Outubro.
A primeira loja será Paris, seguida de Londres, Milão, Nova Iorque, Estocolmo e Berlim. A 31 de Outubro, as peças estarão na loja online da H&M, onde os portugueses vão poder aceder, já que Lisboa não foi uma das escolhas para a iniciativa. “Ao trabalhar com peças em segunda mão, podemos trazer estas colecções de volta aos fãs da moda, ao mesmo tempo que apresentamos momentos icónicos da moda da H&M e os melhores talentos de design do mundo a uma nova geração”, destaca o director criativo, Jörgen Andersson, em comunicado.
Não se sabe especificamente que peças estarão disponíveis e em que lojas, mas a H&M adianta que o relançamento contará com itens de todas as colaborações, a começar por Lagerfeld (2004), mas também Roberto Cavalli (2007), Comme des Garçons by Rei Kawakubo (2008), Jimmy Choo (2009), Versace (2011), Maison Martin Margiela (2012), Isabel Marant (2013), Alexander Wang (2014), Balmain (2015) ou Moschino (2018), entre outros.
Em 2022, coube a Iris Apfel (1921-2024) assinar a colecção especial, levando o seu estilo icónico, admirado em todo o mundo, “aos que querem parecer um bocadinho diferentes”. O sucesso foi tal que as peças esgotadas continuam a ser procuradas e vendidas em plataformas de segunda mão, a preços frequentemente mais altos do que os originais.
Já no ano passado, a marca lançou duas colaborações, com a Mugler e a Rabanne, cujas peças também voltarão às lojas internacionais. “O nosso objectivo era apresentar o mundo da moda aos consumidores de todo o mundo, ao mesmo tempo que mostrávamos a nossa ligação a um design forte, ponderado e original”, declara por sua vez Ann-Sofie Johansson, conselheira criativa da H&M.
A colaboração deste ano — excluída da iniciativa do 20.º aniversário —, lançada em Abril, foi com a Rokh, a marca da designer sul-coreana Rok Hwang, que, antes de se lançar em nome próprio, passou pela Chloé e pela Louis Vuitton. A criadora adaptou alguns dos seus clássicos de alfaiataria, as gabardines da marca ou as peças em estilo corpete, tornando-as mais acessíveis e usáveis para a marca de fast fashion sueca.
O lançamento das colecções da H&M com designers sempre foi um dos mais esperados do ano pelos entusiastas da moda, por permitirem acesso à assinatura dos criadores a um preço mais competitivo. Chegavam a formar-se filas à porta das (poucas) lojas seleccionadas um pouco por todo o mundo. Em Lisboa, as peças ficavam disponíveis na H&M da Rua do Carmo.
No início deste ano, a marca anunciou um novo CEO, Daniel Erver, para fazer face a uma quebra nas vendas anunciada no final do ano passado, culpa da competição das marcas de ultra fast fashion como a Shein.