Mais de 80 apartamentos construídos no local onde morreu Gisberta já foram vendidos
Edifício, que agora se transformou em empreendimento, estava abandonado há décadas. Projecto ainda está em fase de construção, mas imobiliária diz que predominam os compradores estrangeiros.
A comercialização só começou em Julho desde ano, mas 83 dos apartamentos do empreendimento Fernão Magalhães 127, na avenida com o mesmo nome, no centro do Porto, já estão vendidos — cerca de 60% a estrangeiros. O terreno do edifício, que agora se transformou em empreendimento, estava abandonado há décadas, assombrado pela morte de Gisberta Salce Júnior, a mulher transgénero brutalmente assassinada por um grupo de 14 menores em 2006.
Os terrenos da desactivada fábrica de fiação, junto ao Campo 24 de Agosto, começaram a ser transformados na década de 70. Na altura, os supermercados Pão de Açúcar compraram aquela parcela com o objectivo de fazer nascer ali uma grande superfície comercial, mas as obras acabariam por ser suspensas nos anos 90, o que não impediu que o edifício acabasse por ficar conhecido como antigo “Pão de Açúcar".
Como noticiou esta segunda-feira o Jornal de Notícias, 83 dos 334 apartamentos já foram comercializados numa primeira fase de venda. Segundo confirmou ao PÚBLICO Aniceto Viegas, administrador da Avenue, a imobiliária responsável pela comercialização, 49 destes foram vendidos a cidadãos estrangeiros. "Neste momento predominam os compradores estrangeiros, mas é bastante habitual nos nossos projectos que isto aconteça porque acabam por estar mais habituados a comprarem em planta e aparecem mais na fase inicial. Depois os portugueses acabam por se tornar na maioria e costumamos ter 60% de compradores nacionais, acredito que isto não fuja muito desse padrão", apontou.
Num investimento de 150 milhões, o projecto residencial conta com 334 apartamentos distribuídos por quatro edifícios autónomos e dois deles, cada um com 25 andares, estarão entre os prédios mais altos da cidade. O empreendimento conta 31 mil metros quadrados de área residencial, 17 mil metros quadrados de escritórios e 300 metros quadrados de comércio. "Será um apoio de conveniência para quem lá trabalha e quem lá vive", apontou Aniceto Viegas.
Nesta altura, estão já terminados todos os trabalhos de escavação e já foram iniciados as obras de estrutura acima do solo e prevê-se que o processo esteja concluído na segunda metade de 2026. Os preços começam nos 212 mil euros para um T0, nos 260 mil para T1 e nos 395 mil para um T2. O preço dos T3 podem vão oscilar entre os 545 e os 685 mil euros.