Apresentador britânico Jeremy Clarkson revela que foi submetido a uma intervenção cardíaca
O apresentador de televisão revelou que lhe foi colocado um “stent” depois de ter sido levado para o hospital de ambulância.
Jeremy Clarkson mudou de vida: deixou os automóveis e passou a dedicar-se à agricultura. Ou mais ou menos, já que, no seu programa de televisão Clarkson’s Farm, não faltam tractores, entre os quais Lamborghinis. Agora, anunciou, prepara-se para outra mudança: descobrir “a que sabe a água e se é possível tornar o aipo interessante”, escreve esta semana na sua coluna no The Sunday Times.
Tudo porque, relata no texto, foi recentemente submetido a uma intervenção cardíaca depois de ter sofrido uma “súbita deterioração” do seu estado de saúde. No artigo, Jeremy Clarkson, que se notabilizou, ao lado de Richard Hammond e de James May, pelos seus comentários polémicos no programa Top Gear, entre 2002 e 2015 (que terminou com a BBC a suspendê-lo e a não renovar contrato), detalhou que, durante as férias se sentiu extremamente cansado. “Tinha dificuldades em nadar” e não conseguia descer escadas “sem o apoio de alguém”. O que, ironiza, lhe permitiu umas férias relaxadas: “Tudo o que fiz foi sentar-me numa cadeira a beber vinho e a comer queijo.”
No entanto, após as férias, o seu estado de saúde piorou e, de um momento para o outro, começou a sentir “um aperto no peito” e “alfinetes e agulhas” no braço esquerdo, tendo sido transportado para o hospital de ambulância, ainda que garanta que não estava a ter um ataque cardíaco.
De acordo com o ex-apresentador do Top Gear e do The Grand Tour, cujo último episódio estreou em Setembro, no Hospital John Radcliffe, em Oxford, os exames excluíram a existência de enfarte, mas identificaram uma artéria bloqueada, o que poderia vir a causar um. “Parece que, das artérias que alimentam o meu coração com sangue nutritivo, uma estava completamente bloqueada e a segunda de três estava a ir pelo mesmo caminho”, escreveu. A solução passou por colocar um “stent”, que permite abrir a artéria e, assim, deixar que o sangue flua. “Caramba, foi por pouco”, desabafou o jornalista de 64 anos.
Jeremy Clarkson tornou-se famoso a fazer testes a automóveis, mas também pelos seus comentários politicamente incorrectos: catalogou como “egoístas” as pessoas que se suicidam debaixo de comboios; disse que os trabalhadores grevistas deviam ser abatidos; usou um termo racista num episódio do Top Gear filmado na Birmânia; conduziu um Porsche na Argentina com a matrícula H982 FKL, o que muita gente entendeu como uma referência ao conflito nas Malvinas/Falklands que opõe a Argentina e o Reino Unido.
Mais recentemente viu-se envolvido numa polémica com a mulher do príncipe Harry, Meghan Markle. Num artigo de opinião publicado pelo tablóide The Sun, Clarkson declarou ter um “ódio visceral” pela duquesa. “À noite, quando me deito, sou incapaz de dormir, rangendo os dentes e sonhando com o dia em que ela é obrigada a desfilar nua pelas ruas de todas as cidades da Grã-Bretanha enquanto a multidão grita ‘Vergonha!’ e lhe atira pedaços de excrementos.”
O texto originaria dezenas de milhares de queixas à entidade reguladora para a comunicação social britânica (Independent Press Standards Organisation - IPSO), que concluiu que o conteúdo era “sexista”.
Actualmente, o inglês, de Doncaster, apresenta A Quinta do Clarkson, uma das séries de maior sucesso da Amazon Prime. Ao estilo reality show, o programa acompanha Clarkson no papel do “agricultor mais improvável do Reino Unido” à medida que tenta explorar economicamente a propriedade de 400 hectares que comprou na região das Cotswolds, no Sudoeste de Inglaterra.