IL revela posição sobre Orçamento “semelhante ao que o PS desejava” na quinta-feira

Rui Rocha marcou a data em que IL se vai manifestar sobre Orçamento do Estado, mas adiantou que a proposta de OE “não cobre, nem cumpre, o projecto de mudança de que o país precisa”.

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Rui Rocha na abertura da reunião do conselho nacional da IL PAULO NOVAIS / LUSA
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A Iniciativa Liberal assumiu-se neste domingo como a única alternativa "de confiança" que quer uma mudança a sério para o país, e remeteu para quinta-feira a tomada de posição sobre o Orçamento do Estado para 2025, que criticou por ser demasiado próximo ao que faria o PS.

Falando em Coimbra, no início da reunião do conselho nacional do partido, o líder, Rui Rocha, defendeu que os liberais são, no actual momento político, a "única alternativa alicerçada na confiança, na seriedade e no rigor da proposta" para Portugal.

"Esta nossa responsabilidade faz parte do caminho que viemos trilhando até agora. Não é por acaso que no congresso do PSD, que se realiza neste fim-de-semana, não haja uma única ideia para o país", sublinhou.

Para o presidente da IL, o congresso dos sociais-democratas tem discutido diferenças com o anterior Governo socialista, quando "não há divergência política e de visão" e as diferenças é que "uns fizeram pouco e outros fizeram muito".

O líder dos liberais acusou o Governo PSD-CDS de não ter "o ímpeto reformista de que o país precisa" e de fazer crescer o número de funcionários públicos, de comissões e órgãos, de task-forces, de observatórios e de equipas de missão e a despesa corrente".

Salientando que as diferenças entre o actual e o anterior Governo são de execução e não de visão ou de política, Rui Rocha assumiu que a IL é a oposição "mais intensa, mais séria, mais credível e sistemática ao caminho errado" do executivo de Luís Montenegro.

O dirigente partidário anunciou que o partido só vai tomar e anunciar a posição sobre o sentido de voto no Orçamento do Estado para 2025 na próxima quinta-feira, depois de ouvir a comissão executiva, o conselho nacional e os deputados do grupo parlamentar nesse dia.

"Essa posição, com os argumentos que aqui vamos discutir, tem de ser absolutamente coerente com duas questões essenciais: coerência com todo o percurso que fizemos e, sobretudo, com a oportunidade de afirmação da IL como único partido com visão transformadora do país", frisou.

No entanto, no seu discurso, Rui Rocha disse que a proposta de Orçamento do Estado "não cobre, nem cumpre, o projecto de mudança de que o país precisa".

Ao longo da reunião, o líder liberal disse que se confirma um Orçamento do Estado para 2025 "em tudo semelhante ao que o PS desejava", quando devia ser um documento com "visão estratégica e económica para trazer prosperidade".

"Os casais, quando estão juntos há muito tempo, começam a ficar muito iguais, nas suas atitudes, nas suas percepções, no seu modo de estar. Acho que o PS e o PSD estão precisamente nesses pontos", sublinhou.

Para Rui Rocha, o Orçamento do próximo ano "parece mesmo o primeiro orçamento socialista da nova legislatura", em que o PS consegue aprovar mais um documento, "mesmo não estando no poder". E salientou ainda que as consequências "deste jogo" do Orçamento do Estado vão além do secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, como no passado já foram além da troika.

"Porque quando ouço o ministro das Finanças, Miranda Sarmento, dizer que, se não existir a pequeníssima descida de IRC que estava prevista inicialmente na proposta apresentada no Parlamento, não há problema nenhum, eu queria salientar que nem Pedro Nuno Santos teve coragem para exigir isso ao PSD na negociação que fez", disse.

Notícia actualizada com declarações feitas pelo líder da IL ao longo da reunião e um novo título