No Sintrense-FC Porto só se “fez Taça” até ao apito inicial
O jargão do “futebolês” diz que “fazer Taça” é quando uma equipa de escalões secundários vence um conjunto de I Liga. Nessa medida, não se fez Taça na Reboleira, num jogo tranquilo do FC Porto.
Neste domingo, na Reboleira, houve muito convívio no solinho quente da tarde, muita gente a cumprir a preceito os rituais pré-jogo nas imediações do estádio e recinto praticamente cheio. Nesse prisma, "fez-se Taça". Mas o jargão do “futebolês” também diz que “fazer Taça” é quando uma equipa de escalões secundários vence um conjunto de I Liga. Nessa medida, não se fez Taça.
O FC Porto venceu tranquilamente o Sintrense, por 3-0, ultrapassando a eliminatória jogada no Estádio José Gomes, na Reboleira, “emprestado” ao Sintrense por uma tarde.
Geralmente, o que define jogos com muita diferença de qualidade entre as equipas é o espírito que a equipa mais forte leva para o jogo. Se tiver os níveis mínimos aceitáveis de concentração, empenho, intensidade e interesse pelo jogo, então os planos técnico e físico farão o resto. Caso isso não aconteça, a equipa menos renomada estará mais perto de “fazer Taça”, como se diz no mundo da bola.
Neste domingo, foi a primeira hipótese a prevalecer, com um FC Porto que não ofereceu muito ao jogo, mas ofereceu os mínimos necessários para uma tarde tranquila.
Início audaz do Sintrense
Com confiança trazida do Campeonato de Portugal, a quarta divisão nacional, a equipa de Sintra trouxe uma defesa a quatro como plano-base, médios bem ousados e alguns momentos de pressão média/alta. A ideia acabou, porém, por ruir ainda cedo, com a cedência à fatalidade do bloco baixo.
A linha de cinco ou mesmo seis defensores sugeria que a equipa conseguia defender com bastante largura, mas não foi exactamente assim. A prioridade foi colocar muita densidade na zona central e os dois defesas-centrais do Sintrense estavam estranhamente juntos em quase todos os momentos.
Não é algo comum estarem tão “colados”, mas era a prova de que a prioridade era mesmo tirar o jogo interior ao FC Porto e esvaziar também a probabilidade de sucesso dos cruzamentos e das bolas verticais entre linhas. E até o fizeram quase sempre.
Início audaz do Sintrense
Aos 25’, o Sintrense não resistiu à tentação entretanto abandonada de fazer uma pressão mais alta. Tinha cinco jogadores a “apertarem” a saída do FC Porto e a linha defensiva muito subida – e bem, para reduzir o espaço entre linhas.
Fábio Vieira pediu a bola em posição recuada, driblou um adversário e numa pressão deste tipo a equipa fica partida quando o jogador que sai no portador da bola é batido.
Vieira lançou Gonçalo Borges, que cruzou para o remate acrobático de Galeno, depois da má leitura de Bral, que estava a marcá-lo e deixou a bola passar-lhe por cima.
O FC Porto acabou por perceber, depois do intervalo, que a tal proximidade excessiva entre os centrais do Sintrense promovia algum espaço entre o central e o lateral, sobretudo no corredor esquerdo dos portistas. E explorou isso com alguma insistência, criando lances de perigo.
Foi já na terceira tentativa nessa zona que houve o 2-0. Aos 55’, Jaime encarou o central atraído, driblou e rematou em arco. Djaló ainda fez o 3-0 num canto e "matou" um jogo que já parecia bastante morto.