Praga vai proibir pub crawls para atrair “turistas mais cultos e ricos”
As visitas aos bares entre as 22h e as 6h acabaram. A República Checa quer ainda limitar o número e rendas dos AL para que os moradores não tenham que sair das zonas onde vivem.
A autarquia de Praga, na República Checa, anunciou esta semana que vai proibir o tradicional roteiro de turistas pelos bares da cidade entre as 22h e as 6h, em nome do bem-estar dos habitantes e para a capital não estar no centro do mapa como destino turístico para saídas à noite.
A cidade é conhecida por ter o maior pub crawl da Europa (ou seja, o maior número de bares que podem ser visitados por noite) e pela cerveja ser mais barata do que a água em vários espaços comerciais do centro histórico.
Por tudo isto, escreve a Euronews, é um dos destinos mais escolhidos para despedidas de solteiro e outras festas nocturnas que dão origem a desacatos, lixo nas ruas e têm provocado uma má imagem aos olhos de moradores e investidores.
Citado pelo Guardian a propósito da medida, Jiri Pospisil, vice-presidente da câmara municipal da cidade, afirmou que Praga está à procura “de turistas mais cultos e ricos e não de alguém que está de visita por um curto período apenas para ficar bêbado”.
Os britânicos estão entre os turistas que mais visitam a capital checa. Além do consumo de álcool, os visitantes usam nas despedidas de solteiro aquilo que as autoridades de Praga apelidam de “roupas extravagantes e socialmente inaceitáveis” e que, segundo as mesmas, incentivam a um comportamento desordeiro.
Regras mais apertadas para o turismo
O Governo da República Checa discutiu um possível projecto de lei com vista a limitar o número de alojamentos locais (AL) no país e os valores das rendas dos imóveis para que os moradores não se vejam obrigados a sair das zonas onde vivem, como aconteceu em Málaga. A nova lei também pode limitar os dias em que um Airbnb é arrendado por ano.
Se for aprovado, o projecto de lei entrará em vigor em Julho de 2025 e vai obrigar os proprietários a registarem os Airbnb numa plataforma chamada eTurista e declararem as estadias que fizerem ao longo do ano. Segundo a Euronews, as autoridades checas estimam que 40% a 70% das estadias não são declaradas, o que representa uma perda de quase 32 milhões de euros anuais em impostos.
Além de Praga, também Barcelona está à procura de formas de combater o excesso de turistas nas cidades. Recentemente, o presidente da câmara, Jaume Collboni, anunciou que a autarquia vai deixar de emitir licenças e acabar com os alojamentos turísticos das zonas residenciais até 2028 e assim recuperar mais de 10 mil casas para o mercado de arrendamento de longa duração.