Com sondagens a apertar, Kamala divulga relatório médico, em contraste com Trump
Candidata democrata aposta nas diferenças de transparência e vitalidade face ao adversário, num dia em que uma sondagem do WSJ mostra que a corrida continua empatada, mas Trump tem pontos fortes.
Kamala Harris, a candidata democrata à presidência dos EUA e actual vice-presidente de Joe Biden, divulga este sábado um relatório médico que comprova a sua “capacidade de resistência física e mental necessária para desempenhar com êxito as funções da Presidência, incluindo as de Chefe do Executivo, Chefe de Estado e Comandante em Chefe", antecipou um assessor sénior da sua campanha.
A divulgação do seu historial médico e informações de saúde de Kamala Harris representam um esforço para chamar a atenção para a recusa do rival republicano, Donald Trump, em fazê-lo. E acontece num dia em que novas sondagens mostram desvantagens para a candidata democrata face ao adversário nos estados decisivos e face a temas como as guerras na Ucrânia e Médio Oriente.
O relatório sobre o historial médico e as informações de saúde de Harris conclui: "Ela possui a capacidade de resistência física e mental necessária para desempenhar com êxito as funções da Presidência, incluindo as de chefe do Executivo, chefe de Estado e comandante em chefe", segundo o assessor.
Kamala Harris, de 59 anos, está a concorrer contra Donald Trump, de 78 anos, para a Casa Branca. Segundo a Reuters, a campanha de Harris está “ansiosa por realçar a idade do antigo Presidente”, esperando que “o contraste da sua juventude e acuidade mental com a idade mais avançada de Trump e a sua tendência para a divagação, juntamente com as diferenças de transparência entre os dois, ajude a convencer os eleitores indecisos” de que ela está mais apta para o cargo do que ele.
O factor idade, que chegou mesmo a afastar o Presidente Joe Biden (81 anos) da corrida na sequência de um fraco desempenho no debate contra Trump, é agora usado pelos democratas contra o republicano, o mais velho candidato nestas eleições.
Segundo o jornal The Guardian noticiou no início de Outubro, Trump tem-se tornado cada vez mais incoerente nos comícios de campanha. De acordo com os médicos especialistas, tem andado a gaguejar, a tropeçar nas palavras, a proferir palavrões e a mostrar sinais de declínio cognitivo consistentes com alguém que se aproxima dos 80 anos.
Em discursos recentes, Trump falou de temas que vão desde o seu corpo supostamente "bonito" até "um milhão de Rambos" no Afeganistão. Os assessores da campanha de Kamala Harris citados pelo Guardian referiram-se ao facto de Trump ter desistido de dar uma entrevista ao programa 60 Minutes da CBS, concedida pela vice-presidente, e à sua recusa em voltar a debater com ela após o confronto de 10 de Setembro. Argumentam que o antigo Presidente está a "evitar o escrutínio público" e a dar aos eleitores "a impressão (...) de que tem algo a esconder e pode não estar à altura do cargo".
Disputa ombro-a-ombro
As médias das sondagens nacionais recentes mostram Kamala Harris com uma vantagem de quase quatro pontos sobre Trump na corrida para a presidência, a 5 de Novembro. Mas os principais estados indecisos continuam em situação de empate técnico e até com vantagens para o candidato republicano.
Uma sondagem do Wall Street Journal (WSJ) nos sete estados que podem decidir as eleições divulgada este sábado confirma o empate entre os dois candidatos em termos médios, mas revela que Donald Trump é visto como sendo quem melhor conduziria o país nas guerras da Ucrânia e do Médio Oriente.
A sondagem mostrou Kamala Harris com uma vantagem marginal de dois pontos percentuais no Arizona, Geórgia e Michigan, Trump com seis pontos no Nevada e um na Pensilvânia, e os dois empatados na Carolina do Norte e Wisconsin. A sondagem de 600 eleitores registados em cada Estado, realizada entre 28 de Setembro e 8 de Outubro, tem uma margem de erro de quatro pontos percentuais em cada Estado.
Uma sondagem Reuters/Ipsos realizada esta semana também revelou que Trump e Harris estão numa corrida renhida a nível nacional, com uma vantagem marginal de Kamala Harris de 46% para 43%.
As sondagens aos eleitores dos swing states podem ser um indicador importante, uma vez que os resultados do Colégio Eleitoral por estado determinarão o vencedor, com os sete estados do campo de batalha a serem provavelmente decisivos. Harris ganharia uma maioria estreita no Colégio Eleitoral se conquistasse os estados onde tem uma vantagem nesta sondagem.
De acordo com a sondagem do WSJ, Trump lidera Harris nos sete swing states por 50% a 39% sobre quem é mais capaz de lidar com a guerra da Rússia na Ucrânia. Trump também tem uma vantagem de 48% a 33% sobre Harris sobre quem é mais adequado para lidar com a guerra Israel-Hamas.
Mais eleitores disseram que apoiavam Trump na economia e na imigração, enquanto a maioria disse que Kamala faria um trabalho melhor no que diz respeito à habitação, aos cuidados de saúde e à preocupação com pessoas como eles, segundo a sondagem do WSJ.