"Quando Apocalypse Now se estreou, houve pessoas que detestaram e pessoas que odiaram. Mas quiseram sempre ver o filme. Uma e outa vez. Ainda hoje, mais de 40 anos depois, ele é visto. Acho que é isso o que vai acontecer a Megalopolis. Não é propriamente um filme aborrecido, mas as pessoas exclamam: ‘Que raio isto é?’."

Francis Ford Coppola sabe o que tem em mãos: um filme que divide opiniões.

 
           
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          Com um acordeão e Bach como companhia. Eis o vencedor do Prémio Novos Talentos Ageas

O jovem algarvio de apenas 22 anos venceu o prémio no valor de €5000 na Casa da Música, durante o evento do passado dia 5 de Outubro.

         
           
 

Na entrevista que deu a Vasco Câmara, o cineasta situa Megalopolis, que chega a Portugal no dia 17 depois de ter polarizado opiniões em Cannes e nos países onde já foi exibido, como algo entre o grande projecto, da indústria, alimentado por milhões de dólares, e o projecto de paixão, cinema ‘puro’. Diz isto: "Megalopolis é um pequeno filme, o tal filme de arte, com uma dimensão grande".

"Todo o cinema é pessoal, toda a arte é pessoal. De uma forma ou de outra abordei todos os meus filmes com paixão e amor. Não é possível fazer arte sem paixão", resume o cineasta, que canaliza para Megalopolis – onde há um arquitecto e uma Nova Roma futurista, utópica – uma crença inabalável na espécie humana, nas suas capacidades.

Em tempos de cinismo e desânimo, Coppola pede-nos um salto, um abraço ao futuro.

"Quando damos um salto no desconhecido, provamos que somos livres; nós, seres humanos, não temos sido livres, temos sido escravizados. Quem se atreve a escravizar uma espécie tão genial?"

No dossier sobre Megalopolis, Jorge Mourinha dá cinco estrelas ao filme e Vasco Câmara coloca esta obra entre as várias vidas de Coppola.

"É preciso manter o fogo vivo todos os dias", diz Pedro Costa. Fala de As Filhas do Fogo, a sua nova curta, que chega às salas com uma versão restaurada do clássico Ossos, fala da música, fala do cinema. Nesta entrevista a Luís Miguel Oliveira, deixa uma espécie de "mandamentos" para os realizadores jovens. "É vital que os cineastas mais jovens tenham consciência dos seus direitos e deveres: lutem para que o vosso filme vos pertença."

Ao lado do guitarrista Djodje Almeida, Mayra Andrade revisita a sua carreira em formato "voz e violão". reEncanto é um registo fora do tempo, nascido dos fins e começos de uma gravidez. Gonçalo Frota conversou com a cantora cabo-verdiana.

A primeira exposição de Paula Rego na Suíça reúne dezenas de obras para apresentar ao público do Kunstmuseum uma artista que, disse a curadora a Lucinda Canelas, fala aos nossos instintos, não à nossa cabeça.

Também neste Ípsilon:

- Entrevista com o escritor Hervé Le Tellier: dos contos de Jaime Montestrela à paixão por Lisboa;

- Livros: Intermezzo, de Sally Rooney; A História da Arte Sem Homens, de Katy Hessel; e Os Dias do Ruído, de David Machado;

- Os novos discos de João Maia Ferreira (com entrevista) e Coldplay;

- Filmes: Todo o Tempo que Temos; A Febre de Petrov; Natureza Violenta; O Melhor dos Mundos; Reagan; e Quando a Terra Foge.

E não só. Boas leituras!


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