SAD do FC Porto abateu 45 milhões de euros em dívidas a clubes e fornecedores

Portistas tinham 88 milhões de euros por liquidar junto de outros clubes. SAD “azul e branca” conseguiu renegociar prazos para o pagamento da restante dívida, passando no controlo financeiro da UEFA.

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André Villas-Boas (presidente do FC Porto) e José Pereira da Costa (administrador financeiro) Adriano Miranda
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A administração liderada por André Villas-Boas já conseguiu abater dívidas no valor de 45 milhões de euros, aproveitando as receitas provenientes da Liga Europa, a emissão de papel comercial para financiamento de curto prazo e uma política renovada de contratações no mercado de transferências para conseguir diminuir a dívida perante outros clubes e fornecedores. A notícia foi avançada pelo jornal desportivo O Jogo esta sexta-feira e confirmada pelo PÚBLICO junto de fonte oficial do clube.

Quando André Villas-Boas tomou posse como presidente portista, a SAD tinha cerca de 88 milhões de euros em dívida a outros clubes. Este valor diz respeito à contratação de jogadores, sendo conhecidos vários casos em a antiga administração dos "dragões" arrastou o pagamento dos passes. Em algumas instâncias, empresas e futebolistas chegaram mesmo a avançar judicialmente contra os portistas, reclamando o pagamento de valores em atraso. Nesta rubrica, a SAD portista já abateu mais de 35 milhões, reduzindo a dívida a outros emblemas para valores perto dos 50 milhões de euros.

Dadas as obrigações financeiras e dívidas, as receitas que o clube conseguia gerar pouco mais serviam do que para as despesas correntes: por esse motivo, o dinheiro que entrava no Dragão não era suficiente para abater o passivo ou saldar as dívidas. Foram então aplicadas neste esforço a emissão de papel comercial, instrumento de financiamento a curto prazo e as receitas da Liga Europa para reduzir o valor em dívida. O clube garantiu ainda a passagem no controlo financeiro da UEFA, depois de conseguir renegociar novos prazos para o pagamento da restante dívida.

Outras das mudanças foi a adopção de uma nova política de transferências, medida estrutural que a nova administração considera ser importante para cortar gastos desnecessários. Este mercado de Verão, o FC Porto privilegiou a contratação de jogadores por valores mais baixos e sem custos de intermediação associados – algo que baixa substancialmente o valor das transferências. A mais recente janela de transferências representou 58 milhões de euros em vendas, dando à actual administração uma "almofada" financeira para aplicar na redução da dívida e investir em novas contratações para a formação treinada por Vítor Bruno.

Na rubrica de valores em dívida a fornecedores, a nova administração saldou 11 milhões de euros de uma dívida de quase 20 milhões. No que diz respeito aos valores em atraso aos agentes envolvidos em transferências, a SAD "azul e branca" demonstrou vontade de aguardar pela auditoria forense que decorre e tem como alvo a gestão de Jorge Nuno Pinto da Costa. Esta é a fatia mais pesada do bolo total de dívidas dos "azuis e brancos", com o total a ascender aos 47 milhões de euros. De momento, têm sido dialogados adiamentos aos prazos, de modo a serem conhecidos concretamente os valores devidos a cada credor.

André Villas-Boas adiantou, na passada terça-feira, que as conclusões preliminares da auditoria eram "surpreendentes", adiantando que o clube alargará o período temporal analisado. Além dos negócios feitos pela antiga administração, está ainda sob análise a relação de bilhética entre a antiga direcção e a claque Super Dragões. Suspeita-se que a claque portista tenha desenvolvido um esquema de comercialização dos ingressos cedidos pelo clube ao abrigo de um protocolo, lesando os "dragões" em vários milhões de euros ao longo dos últimos anos. Fernando Madureira, líder da claque detido no âmbito da Operação Pretoriano, é um dos principais suspeitos e seria o beneficiário principal destas verbas.

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