Milhares de pessoas manifestam-se em apoio à Palestina, de Londres a Manila

A dias de se assinalar um ano do agravar do conflito do Médio Oriente, um pouco por todo o mundo milhares de pessoas juntaram-se por uma “Palestina Livre” e para pedir a paz na região.

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Manifestação de solidariedade com a Palestina em Bilbau, Espanha Vincent West / REUTERS
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Milhares de manifestantes juntaram-se este sábado em várias cidades europeias, e noutros pontos do mundo, em solidariedade com os palestinianos para apelar a um cessar-fogo no Médio Oriente, a dias de se assinalar um ano sobre o ataque do Hamas a Israel e do início de uma nova guerra em Gaza.

Em Londres, no Reino Unido, "Free, free Palestine" ("Palestina livre") era a palavra de ordem mais escutada no desfile. Em defesa da criação de um Estado palestiniano, mobilizaram-se diferentes grupos e organizações, como a Coligação “Stop The War” ("Parar a Guerra"), o Partido Socialista dos Trabalhadores, Amigos de Al-Aqsa e a Associação Muçulmana do Reino Unido. Os organizadores estimam que o protesto tenha juntado cerca de 250 mil pessoas.

Ben Jamal, director da Campanha de Solidariedade com a Palestina, afirmou à Agência Lusa que é importante mostrar aos palestinianos que há muitas pessoas do seu lado. "A nossa mensagem é: estamos a ver-vos, estamos a ouvir-vos, estamos convosco, não estão sozinhos enquanto continuam a confrontar e a resistir a este genocídio", disse.

Cartazes e bandeiras pelas ruas de Sófia, Bulgária REUTERS/Stoyan Nenov
As ruas de Granada, Espanha, encheram-se de manifestantes solidários com a Palestina EPA/PEPE TORRES
Em Quito, Equador também houve manifestações REUTERS/Karen Toro
O protesto perto da embaixada dos EUA em Manila, Filipinas REUTERS/Lisa Marie David
Um homem com um cachecol da Palestina em Belgrado, Sérvia EPA/ANDREJ CUKIC
Uma mulher numa marcha em Copenhaga, Dinamarca EPA/THOMAS TRAASDAHL
Em Santiago do Chile relembraram um ano de conflito EPA/AILEN DIAZ
Também em Estocolmo se pediu o cessar-fogo e apoiou-se o Líbano TT News Agency/Jessica Gow via REUTERS
Em Copenhaga, na Dinamarca, uma rua com manifestantes EPA/THOMAS TRAASDAHL
Bilbau foi uma das várias cidades espanholas onde ocorreram manifestações REUTERS/Vincent West
Uma mulher numa marcha pela Palestina, em Londres EPA
Em Londres, manifestantes pró-Israel fizeram-se ouvir nas marchas pela Palestina EPA
Em Joanesburgo, África do Sul, um manifestante mostra a bandeira da Palestina à frente do consulado norte-americano EPA
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Cartazes e bandeiras pelas ruas de Sófia, Bulgária REUTERS/Stoyan Nenov

Mas a outra mensagem é dirigida aos governos britânico e de outros países, que considera "cúmplices porque continuam a oferecer a Israel impunidade pelo que está a fazer, continuam a proteger diplomática, política e militarmente" o governo de Benjamin Netanyahu.

Em Paris, França, com o mote “Acabar com o genocídio em Gaza”, milhares de pessoas foram-se juntando na Praça da República, entoando frases como: “Palestina livre”, “Do rio ao mar, a Palestina deve ser livre”, “Genocídio em Gaza e no Líbano” e “Israel assassino, Macron cúmplice”.

A mobilização, organizada pela Associação França Palestina Solidariedade (AFPS) e os seus parceiros do Colectivo Nacional para uma Paz Justa e Duradoura Entre Palestinianos e Israelitas, começou a ser pensada em solidariedade para com o povo palestiniano e por um cessar-fogo em Gaza, mas acabou por se expandir para apoiar o Líbano.

Em Roma a manifestação começou de forma pacífica mas acabou com a polícia italiana a lançar gás lacrimogéneo, usar canhões de água e bastões para dispersar manifestantes violentos, muitos com o rosto coberto.

O protesto reuniu cerca de 7000 pessoas numa praça da capital italiana, sem desfile pelas ruas da capital, visto que as autoridades tinham blindado a zona com um forte dispositivo policial, por "razões de segurança pública" e por acreditarem que a proximidade com o dia 7 de Outubro poderia levar a "expressões de celebração do massacre" levado a cabo pelo Hamas, como citado pelo El País.

O jornal espanhol avança que em Madrid a manifestação percorreu o centro da cidade e que os cânticos se focaram nos pedidos pelo fim da venda de armas a Israel: "Israel assassina, a Europa patrocina!". Granada e Bilbau foram outras cidades espanholas onde ocorreram manifestações.

Em Berlim, avança a Reuters, foram mais de mil manifestantes com cânticos de alerta para "Um ano de genocídio". A agência também refere que houve conflitos entre a força policial e alguns manifestantes de ambos os lados, já que por ali também se ouviam apoiantes de Israel.

Também fora da Europa se sente o apoio aos palestinianos. Em Joanesburgo, África do Sul, foram cerca de 2000 a marchar com keffiyeh, o lenço palestiniano que representa a esperança.​ Também na Cidade do Cabo houve manifestações. Houve protestos também noutras cidades como Santiago do Chile, Quito, no Equador, Caracas, na Venezuela e Manila, nas Filipinas.

Há, contudo, países nos quais as marchas ainda não começaram. Na Nova Zelândia acontece no domingo, em Wellington, a par de dezenas de outros eventos. O El País adianta, ainda, que na Austrália também está prevista uma marcha em Sydney e uma vigília segunda-feira.

No último ano, a guerra entre Israel e o Hamas fez mais de 40 mil mortos na Faixa de Gaza, incluindo mais de 10 mil crianças.

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