Algumas razões para ter (ou não) um animal de estimação

Um animal bem tratado é fiel, companheiro, carinhoso e tem o potencial de ajudar a reduzir a solidão, a depressão ligeira e o stress.

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Nesta sexta-feira, 4 de Outubro, assinala-se o Dia Mundial dos Animais @petercalheiros
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Cerca de 50% das famílias portuguesas têm um animal de estimação em casa, mas a sociedade ainda precisa de ser sensibilizada para as necessidades e para os direitos dos animais, de modo a pôr fim às situações de abandono, maus tratos e abuso.

Partilhando da ideia de que há muitas vantagens em uma criança e a família cuidarem de um animal de estimação, sobretudo pela ajuda emocional que estes proporcionam, a consideração desta presença em casa assume-se como necessária e relevante, de modo a não aumentar o risco de uma decisão impulsiva que acarrete mais dano do que bem-estar.

Um animal bem tratado é fiel, companheiro, carinhoso e tem o potencial de ajudar a reduzir a solidão, a depressão ligeira e o stress. A alegria que transmite e que consegue despertar nas pessoas promove a libertação de endorfina no nosso cérebro, causando uma sensação de bem-estar e relaxamento e contribui para regular a pressão sanguínea e o sono. Outros aspectos positivos para crianças e adultos envolvem o estímulo à curiosidade, o sentimento do que é o companheirismo e o desenvolvimento da responsabilidade (sendo a consistência dos pais determinante) pelos cuidados a ter com o animal para garantir a sua qualidade de vida.

Os animais não fazem perguntas, não se mostram mal-humorados nem criticam, pelo contrário, recebem-nos sempre com boa disposição. Muitos passam grande parte do dia à espera do nosso reencontro, num momento de tanta alegria que fazem-nos sentir as pessoas mais importantes do mundo. Na verdade, no mundo deles somos mesmo!

É cada vez mais comum uma criança pedir um animal de estimação aos pais. Quando o adulto é receptivo à ideia e, ao mesmo tempo responsável, gera-se um misto de emoções que devem ser acompanhadas de ponderação. Num momento social em que os animais de estimação assumem um papel de pertença à família, muito distante do que acontecia no passado, é natural que a ideia seja mais bem recebida, sendo de especial relevo a consideração do compromisso a longo prazo.

Em situações em que não se possa garantir os cuidados necessários, os pais precisam mostrar-se firmes e dizer que não. À consciência da educação para o respeito e para a responsabilidade no que toca aos animais, pautada pela sensibilidade e pela capacidade de transmitir apoio emocional à criança, associa-se uma parentalidade positiva e responsável. Dizer não pode ser um desafio, especialmente quando a criança não compreende o que envolve o verdadeiro acolhimento dentro da família, incluindo os custos com alimentação e veterinário, os treinos de sociabilização, os passeios e a presença física e emocional para prestar cuidados.

Os animais não devem estar longas horas sozinhos ou presos numa varanda, nem acorrentados porque saltam, ou afastados das pessoas porque cresceram demais! Sensíveis a tal, cabe aos pais a responsabilidade de, numa conversa firme, mas ao mesmo tempo acolhedora, explicar que este não é o momento. Passam muito tempo fora? Viajam com frequência? Chegam a casa muito tarde? A família que não pode ter um animal de estimação deve optar por soluções que acompanhem a sua forma de vida, como o apadrinhamento de um animal que está numa instituição, com visitas regulares.

Muitos animais que acabam abandonados nos canis ou nas ruas foram adoptados ou comprados por impulso e são fruto de uma prestação de cuidados insuficiente e negligente por pessoas que deixam de achar piada ao cãozinho bebé que era fofinho quando chegou, mas que agora está maior do que o filho mais novo e já não há espaço nem paciência para levá-lo à rua para fazer as suas necessidades.

Sendo certo que um animal de estimação pode ser de inestimável valor emocional, a adopção obriga ao compromisso. Importa ter a certeza de que há disponibilidade emocional e de tempo para o animal e, ainda mais importante, que cada membro da família tenha a noção da sua disposição para dar ao animal aquilo que ele necessita.

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