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Furacão Helene: casas e recordações foram levadas pelas águas nos EUA

 Após a passagem do furacão Helene, os Estados Unidos registaram perto de 100 mortes. O país começa agora a limpar a destruição causada pela tempestade.

Uma casa destruída com um carro debaixo dela em Chimney Rock, Carolina do Norte, EUA, 29 de Setembro de 2024 REUTERS/Khadejeh Nikouyeh
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Uma casa destruída com um carro debaixo dela em Chimney Rock, Carolina do Norte, EUA, 29 de Setembro de 2024 REUTERS/Khadejeh Nikouyeh

Os ventos, a chuva e a tempestade mataram pelo menos 90 pessoas na Carolina do Norte, Carolina do Sul, Geórgia, Florida, Tennessee e Virgínia, de acordo com uma contagem da Reuters de agentes locais. As autoridades dos EUA temiam que mais corpos fossem descobertos após a passagem do furacão Helene.

Com as torres de telemóveis desligadas em toda a região, centenas de pessoas ainda não conseguiram contactar os seus familiares. As estimativas dos prejuízos ascendem aos vários milhares de dólares, segundo avançaram as seguradoras e os meteorologistas durante o fim-de-semana, uma vez que foram afectados os sistemas de água, as comunicações e as vias de transporte essenciais. Na Carolina do Norte, quase todas as mortes ocorreram no condado de Buncombe, onde morreram 30 pessoas, disse o xerife Quentin Miller numa videoconferência com os jornalistas.

As ruas da pitoresca cidade de Asheville ficaram submersas nas águas das cheias. “Esta é uma catástrofe devastadora de proporções históricas”, disse o governador Roy Cooper à CNN. “As pessoas com quem falo no oeste da Carolina do Norte dizem que nunca viram nada como isto.”

Segundo a Reuters, equipas de busca e salvamento de 19 estados e do governo dos EUA convergiram para o estado, disse Cooper, acrescentando que algumas estradas poderão levar meses a reparar.

Em Flat Rock, na Carolina do Norte, registaram-se apagões generalizados e as pessoas esperaram horas na fila para comprar mantimentos. “As mercearias estão fechadas, o serviço de telemóvel não funciona”, disse Chip Frank, 62 anos, ao entrar na sua terceira hora de espera na fila. “Tudo depende destas estações de serviço. Não se pode ir a lado nenhum e é uma sensação assustadora”.

Cerca de 2,7 milhões de clientes em todo o Sul ficaram sem energia no domingo, segundo um funcionário do Departamento de Energia dos EUA. A Carolina do Sul registou 25 mortos, a Geórgia 17 e a Florida 11, de acordo com os governadores destes Estados.

O Presidente Joe Biden tenciona visitar as zonas afectadas esta semana, logo que o possa fazer sem perturbar os serviços de emergência, informou a Casa Branca. A vice-presidente e candidata democrata à presidência, Kamala Harris, planeou interromper uma viagem de campanha no Nevada, na segunda-feira, para participar em reuniões de informação em Washington sobre a resposta ao furacão e visitará a região quando isso não impedir as respostas de emergência, disse um funcionário da Casa Branca.

O candidato presidencial republicano, Donald Trump, visitará Valdosta, na Geórgia, na segunda-feira, para receber informações sobre os danos causados pela tempestade e “facilitar a distribuição de material de socorro”, informou a sua campanha.

O furacão Helene atingiu a costa do Golfo da Florida na quinta-feira à noite, provocando dias de chuva torrencial e destruindo casas que estavam de pé há décadas.

Em Horseshoe Beach, na costa do Golfo da Florida, a cerca de 120 km a oeste de Gainesville, Charlene Huggins examinava os destroços da sua casa destruída pelo vento, retirando um casaco dos escombros no sábado. “Cinco gerações viveram nesta casa, desde a minha avó, o meu pai, eu própria, a minha filha, o meu filho e a minha neta”, disse Huggins, segurando um suporte de vidro lascado para bolos. “Por isso, há aqui muitas recordações. É de partir o coração.”

Não muito longe, James Ellenburg estava na propriedade onde a sua própria família vive há quatro gerações. “Dei o meu primeiro passo aqui mesmo, neste pátio.” O telhado de uma casa estava na terra, com as paredes destruídas.

Na costa de Steinhatchee, uma vaga de tempestade - uma parede de água do mar empurrada para terra pelos ventos - de 2,4 a 3 metros deslocou casas móveis, segundo o serviço meteorológico. Noutras zonas, a tempestade atingiu uma altura de 4,5 metros.

Na pequena comunidade vizinha de Spring Warrior Fish Camp, as pessoas estavam a avaliar os danos no sábado e ainda à espera de ajuda de emergência ou de socorristas. “Ninguém pensa em nós aqui”, disse David Hall, enquanto ele e a mulher escavavam entre ervas marinhas e peixes mortos no escritório do hotel de que eram proprietários. Muitas das casas da comunidade são construídas sobre palafitas, devido a uma lei local, e sobreviveram aos graves danos.

Kristin Macqueen estava a ajudar amigos a limpar depois de a sua casa ter sido destruída na vizinha Keaton Beach. “É uma devastação total”, disse ela. “As casas foram simplesmente arrancadas das suas lajes.”

Os danos causados pela passagem do furacão <i>Helene</i> em Elk Park, Carolina do Norte, EUA, a 29 de Setembro de 2024, nesta fotografia obtida nas redes sociais
Os danos causados pela passagem do furacão Helene em Elk Park, Carolina do Norte, EUA, a 29 de Setembro de 2024, nesta fotografia obtida nas redes sociais REUTERS/Sean Reed
Os danos causados pela passagem do furacão <i>Helene</i> em Elk Park, Carolina do Norte, EUA, a 29 de Setembro de 2024, nesta fotografia obtida nas redes sociais
Os danos causados pela passagem do furacão Helene em Elk Park, Carolina do Norte, EUA, a 29 de Setembro de 2024, nesta fotografia obtida nas redes sociais REUTERS/Sean Reed
Um membro do corpo de bombeiros caminha na margem do rio Broad, após a passagem do furacão <i>Helene</i>, em Bat Cave, Carolina do Norte, EUA, 30 de Setembro de 2024
Um membro do corpo de bombeiros caminha na margem do rio Broad, após a passagem do furacão Helene, em Bat Cave, Carolina do Norte, EUA, 30 de Setembro de 2024 REUTERS/Marco Bello
Membros dos bombeiros e dos serviços de socorro descarregam um bote de um camião, após a passagem do furacão <i>Helene</i>, em Bat Cave, Carolina do Norte, EUA, 30 de Setembro de 2024
Membros dos bombeiros e dos serviços de socorro descarregam um bote de um camião, após a passagem do furacão Helene, em Bat Cave, Carolina do Norte, EUA, 30 de Setembro de 2024 REUTERS/Marco Bello
Um membro do corpo de bombeiros caminha numa estrada danificada, após a passagem do furacão <i>Helene</i>, em Bat Cave, Carolina do Norte, EUA, 30 de Setembro de 2024
Um membro do corpo de bombeiros caminha numa estrada danificada, após a passagem do furacão Helene, em Bat Cave, Carolina do Norte, EUA, 30 de Setembro de 2024 REUTERS/Marco Bello
Pessoas e um cão são escoltados para um barco de salvamento em Chimney Rock, Carolina do Norte, EUA, 29 de Setembro de 2024
Pessoas e um cão são escoltados para um barco de salvamento em Chimney Rock, Carolina do Norte, EUA, 29 de Setembro de 2024 REUTERS/Khadejeh Nikouyeh
Pessoas e um cão são escoltados para um barco de salvamento em Chimney Rock, Carolina do Norte, EUA, 29 de Setembro de 2024
Pessoas e um cão são escoltados para um barco de salvamento em Chimney Rock, Carolina do Norte, EUA, 29 de Setembro de 2024 REUTERS/Khadejeh Nikouyeh
Um helicóptero voa perto de edifícios danificados após a passagem do furacão <i>Helene</i>, em Bat Cave, Carolina do Norte, EUA, 30 de Setembro de 2024
Um helicóptero voa perto de edifícios danificados após a passagem do furacão Helene, em Bat Cave, Carolina do Norte, EUA, 30 de Setembro de 2024 REUTERS/Marco Bello
Um homem escreve “Não aterre” numa ponte danificada para notificar helicópteros, após a passagem do furacão <i>Helene</i>, em Bat Cave, Carolina do Norte, EUA, 30 de Setembro de 2024
Um homem escreve “Não aterre” numa ponte danificada para notificar helicópteros, após a passagem do furacão Helene, em Bat Cave, Carolina do Norte, EUA, 30 de Setembro de 2024 REUTERS/Marco Bello
Uma equipa de busca e salvamento de Atlantic Beach examina uma carrinha arrastada para o rio em Swannanoa, devido às cheias causadas pelo <i>Helene</i>, na Carolina do Norte, EUA, a 29 de Setembro de 2024
Uma equipa de busca e salvamento de Atlantic Beach examina uma carrinha arrastada para o rio em Swannanoa, devido às cheias causadas pelo Helene, na Carolina do Norte, EUA, a 29 de Setembro de 2024 REUTERS/Travis Long
Uma ponte destruída sobre o rio Swannanoa em Black Mountain
Uma ponte destruída sobre o rio Swannanoa em Black Mountain REUTERS/Travis Long
Moradores de Swannanoa caminham por entre os devastadores danos causados pelas cheias do rio Swannanoa. Os restos do furacão <i>Helene</i> causaram inundações generalizadas, árvores derrubadas e cortes de electricidade no oeste da Carolina do Norte, EUA, 29 de Setembro de 2024
Moradores de Swannanoa caminham por entre os devastadores danos causados pelas cheias do rio Swannanoa. Os restos do furacão Helene causaram inundações generalizadas, árvores derrubadas e cortes de electricidade no oeste da Carolina do Norte, EUA, 29 de Setembro de 2024 REUTERS/Travis Long
Moradores de Swannanoa caminham por entre os devastadores danos causados pelas cheias do rio Swannanoa. Os restos do furacão <i>Helene</i> causaram inundações generalizadas, árvores derrubadas e cortes de electricidade no oeste da Carolina do Norte, EUA, 29 de Setembro de 2024
Moradores de Swannanoa caminham por entre os devastadores danos causados pelas cheias do rio Swannanoa. Os restos do furacão Helene causaram inundações generalizadas, árvores derrubadas e cortes de electricidade no oeste da Carolina do Norte, EUA, 29 de Setembro de 2024 REUTERS/Travis Long
Uma vista de drone mostra uma ponte danificada na estrada 64 dos EUA, após a passagem do furacão <i>Helene</i>, em Bat Cave, Carolina do Norte, EUA, 30 de Setembro de 2024
Uma vista de drone mostra uma ponte danificada na estrada 64 dos EUA, após a passagem do furacão Helene, em Bat Cave, Carolina do Norte, EUA, 30 de Setembro de 2024 REUTERS/Marco Bello
O local onde se situava a estação de rádio Jet Broadcasting em Erwin, Tennessee, EUA, 29 de Setembro de 2024
O local onde se situava a estação de rádio Jet Broadcasting em Erwin, Tennessee, EUA, 29 de Setembro de 2024 REUTERS/Saul Young
Maddie Hackney, que perdeu tudo devido ao furacão, faz uma pausa enquanto procura roupa num centro de donativos organizado por Janalea e Garrett England, na sua empresa Steinhatchee Fish Company, na sequência do furacão <i>Helene</i>, em Steinhatchee, Florida, EUA, 29 de Setembro de 2024
Maddie Hackney, que perdeu tudo devido ao furacão, faz uma pausa enquanto procura roupa num centro de donativos organizado por Janalea e Garrett England, na sua empresa Steinhatchee Fish Company, na sequência do furacão Helene, em Steinhatchee, Florida, EUA, 29 de Setembro de 2024 REUTERS/Kathleen Flynn
Rex Liberman leva o seu frigorífico para o exterior antes de o esvaziar enquanto limpa a sua casa depois de esta ter sido inundada pelo furacão <i>Helene</i> em Steinhatchee, Florida, EUA, 29 de Setembro de 2024
Rex Liberman leva o seu frigorífico para o exterior antes de o esvaziar enquanto limpa a sua casa depois de esta ter sido inundada pelo furacão Helene em Steinhatchee, Florida, EUA, 29 de Setembro de 2024 REUTERS/Kathleen Flynn
Teresa Lashley queima detritos no seu relvado na sequência do furacão <i>Helene</i> em Steinhatchee, Florida, EUA, a 28 de Setembro de 2024
Teresa Lashley queima detritos no seu relvado na sequência do furacão Helene em Steinhatchee, Florida, EUA, a 28 de Setembro de 2024 REUTERS/Kathleen Flynn
Melinda Segassie leva consigo alguns objectos que considerou recuperáveis da sua casa que tinha sido inundada pelo furacão <i>Helene</i>, em Steinhatchee, Florida, EUA, 29 de Setembro de 2024
Melinda Segassie leva consigo alguns objectos que considerou recuperáveis da sua casa que tinha sido inundada pelo furacão Helene, em Steinhatchee, Florida, EUA, 29 de Setembro de 2024 REUTERS/Kathleen Flynn
Paula Williams ajuda uma amiga a limpar a sua casa que tinha sido inundada pelo furacão <i>Helene</i>, em Steinhatchee, Florida, EUA, 29 de Setembro de 2024
Paula Williams ajuda uma amiga a limpar a sua casa que tinha sido inundada pelo furacão Helene, em Steinhatchee, Florida, EUA, 29 de Setembro de 2024 REUTERS/Kathleen Flynn
Empresas de serviços públicos trabalham para restaurar a energia eléctrica na sequência do furacão <i>Helene</i> em Perry, Florida, EUA, 29 de Setembro de 2024
Empresas de serviços públicos trabalham para restaurar a energia eléctrica na sequência do furacão Helene em Perry, Florida, EUA, 29 de Setembro de 2024 REUTERS/Kathleen Flynn
Baker Jarvis, morador de Keaton Beach, trabalha para recuperar os seus pertences de casa depois de o furacão <i>Helene</i> ter passado pela Florida, afectando severamente a comunidade em Keaton Beach, Florida, EUA, 29 de Setembro de 2024
Baker Jarvis, morador de Keaton Beach, trabalha para recuperar os seus pertences de casa depois de o furacão Helene ter passado pela Florida, afectando severamente a comunidade em Keaton Beach, Florida, EUA, 29 de Setembro de 2024 REUTERS/Octavio Jones
Detritos no local onde casas foram destruídas após a passagem do furacão <i>Helene</i>
Detritos no local onde casas foram destruídas após a passagem do furacão Helene REUTERS/Octavio Jones
Vista do local de uma casa levantada das fundações pelo furacão <i>Helene</i> que passou pela Florida, afectando gravemente a comunidade de Keaton Beach, Florida, EUA, 29 de Setembro de 2024
Vista do local de uma casa levantada das fundações pelo furacão Helene que passou pela Florida, afectando gravemente a comunidade de Keaton Beach, Florida, EUA, 29 de Setembro de 2024 REUTERS/Octavio Jones