“Eu era um deles, o povo. Só que eu tinha uma câmara fotográfica e eles não”
Foram precisos 50 anos para que José Carlos Nascimento fizesse saltar da gaveta um acervo fotográfico do 25 de Abril tão surpreendente quanto poético. Captou como poucos “a maralha toda”, o povo.
As perguntas que mais nos vêm à cabeça quando olhamos para as fotografias do 25 de Abril de José Carlos Nascimento são estas: como é que alguém aguenta 50 anos sem o anseio de fazer saltar da gaveta um acervo visual com esta dimensão, com dezenas de imagens em locais pouco ou nada vistos, onde também se juntaram pequenas multidões em manifestações de gratidão para com os revoltosos? Como é que foi possível esperar tanto para fazer ampliações de fotografias (até este ano inéditas) do momento fundador do Portugal contemporâneo? Não desejar antes fazer uma exposição? Um livro?
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