Palcos da semana: Variedades, Out.Fest, cinema francês, musicomédia e PREC em festas

Há Festa do Cinema Francês pelo país, TEP e Assédio numa comissão “PRECformativa” no Porto, O Gesto Orelhudo em Águeda, o Out.Fest a explorar no Barreiro e o Variedades a reabrir no Parque Mayer.

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As Grandes Comemorações Quase Oficiais do Período Histórico Habitualmente Conhecido como PREC..., em estreia no Porto José Sérgio
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O trio France integra o cartaz do 20.º Out.Fest DR
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Entraria Nesta Sala, de Ricardo Neves-Neves, uma das peças em estreia na reabertura do Teatro Variedades Humberto Mouco / CML-ACL
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O Gesto Orelhudo conta com A Grande Fantochada de Hugo van der Ding DR
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Coração Partido, de Gilles Lellouche, o filme de encerramento da 25.ª Festa do Cinema Francês DR
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A festa da comissão “PRECformativa”

Num ano repleto de referências ao 25 de Abril de 1974, duas companhias de teatro unem forças para assinalar os 50 anos do início do período convulso que se estendeu até 1976.

O resultado, a estrear, é uma peça cujo título explica quase tudo no seu comprimento: As Grandes Comemorações Quase Oficiais do Período Histórico Habitualmente Conhecido como PREC (Processo Revolucionário em Curso), Organizadas pela Comissão de Festas Populares do Teatro Experimental do Porto e da Assédio - Companhia de Teatro.

O objectivo é revisitar “momentos, protagonistas e discussões” dessa altura, para “problematizar e contrariar a ideia de que este foi um processo dominado pelo caos e por excessos ideológicos”, explicam na folha de sala.

Que ninguém venha em busca de imparcialidade, que este espectáculo é “parcial, de esquerda, anti-reaccionário e antifascista” esclarece a “estrutura PRECformativa”. “E, por isso mesmo, é celebratório, festivo e popular”, acrescenta. A encenação é de Gonçalo Amorim; a coordenação dramatúrgica, de Rui Pina Coelho.

À margem, sem barreiras

Também o Barreiro está em festa, mas por assistir à 20.ª edição do Out.Fest e dos seus pergaminhos pautados por música que se afasta da corrente central para sondar terrenos menos explorados. Espalhado por vários locais, forma um ambiente propício e perfeito à adição de novos vícios à playlist de cada par de ouvidos curiosos.

O número redondo é então celebrado por mais de 30 convocados, em muitos casos a fazer-se ouvir por cá pela primeira vez. A união de Nídia & Valentina, o krautrock do trio France, o noise de Luwayne “Dreamcrusher” Glass, o gira-disquismo de Mariam Rezaei, o hip-hop experimental das H31R e as batidas da dupla Armand Hammer integram esta categoria.

Convivem no cartaz com o kuduro engajado de Nazar, a arte sonora de Fujita Yosuke, o doomcore afrofuturista de Nkisi e Rodrigo Amado em modo Unity, entre muitos outros. Nota ainda para uma exposição ao ar livre, no centro da cidade, com uma selecção de imagens captadas pela fotógrafa barreirense Vera Marmelo desde a terceira edição do festival.

Variedades, finalmente

Noutra margem, outra festa. A reabertura do Teatro Variedades, tantas vezes anunciada, concretiza-se finalmente, ao fim de 30 anos de porta fechada. A ocasião motiva todo um fim-de-semana de actividades no Parque Mayer, das tábuas do teatro renovado até ao pátio que, lá fora, se enche de cantigas.

Ricardo Neves-Neves faz as honras teatrais inaugurais com a estreia de duas peças que escreveu há uns anos e que, agora, também encena: Entraria Nesta Sala e The Swimming Pool Party. No novo Variedades também estará a exposição de fotografia O Parque Mayer Visto por Lauro António.

Nas imediações, instalam-se O Baile dos Candeeiros da Radar 360º, intervenções de arte urbana, um espectáculo musical com curadoria de Dino D’Santiago (No Futuro Lisboa), concertos de Tó Trips, Expresso Transatlântico, Pedro Jóia e outros, DJ sets e os filmes A Canção de Lisboa e O Costa do Castelo no Cinema no Terraço. Mais: E Ninguém Vai Preso! no Maria Vitória.

Com ouvido para o riso

Primeiro, sente-se o caos musical de Igudesman & Joo. Hão-de vir outros, como A Grande Fantochada manipulada por Hugo van der Ding, as batidas (com baquetas ou batedeira) da dupla de bateristas Fills Monkey ou a Manoviva de Girovago & Rondella. É mais uma edição d’O Gesto Orelhudo, o festival onde sons e risos fazem parelha Por Humor à Música.

Alimentada por artistas de sete países, a 23.ª edição bebe também de uma grade de cervejas belgas transformadas em instrumentos por Max Vandervorst, de um Concerto em Só de David Meco – que “nem é bem músico, é um curioso que calhou de estar ali”, refere a organizadora d’Orfeu – e da sincronização de “música, humor, imagens poéticas e uma virtuosa precisão” da dupla Ual.la! . Não falta sequer uma banda de covers – aliás, uma Banda de Couverts.

Lisboa (e mais nove) à francesa

Habituada a saltitar pelo país, a Festa do Cinema Francês entra na 25.ª edição em Lisboa. É o primeiro dos dez municípios que há-de visitar até 30 de Novembro – a saber: Porto, Coimbra, Oeiras, Almada, Setúbal, Leiria, Beja, Silves e Faro – com mais de 50 filmes na bagagem e 17 antestreias entre eles.

Dirigido e programado por Katia Adler, o festival elege para a abertura uma grande (e milionária) produção: O Conde de Monte Cristo pela câmara de Matthieu Delaporte e Alexandre de la Patellière. A sessão conta com a presença do actor Patrick Mille e do produtor Dimitri Rassam.

Também estarão a apresentar os seus filmes os realizadores Stéphane Brizé (A Vida Entre Nós), Ladj Ly (Os Indesejáveis), Dominique Abel e Fiona Gordon (Estrela Cadente), Simon Moutaïrou (Sem Amarras), Léa Domenach (Bernadette - A Mulher do Presidente) e Élise Girard (Sidonie ao Japão). O encerramento é de ficar com o Coração Partido de Gilles Lellouche.

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