Fredric Jameson (1934-2024), um dos mais singulares críticos do capitalismo
Foi sem grande aparato, no que resta da nossa esfera pública e intelectual, que o autor de Pós-Modernismo – A Lógica Cultural do Capitalismo Tardio nos deixou. Não sem uma profícua e controversa obra.
“É, para nós, hoje, mais fácil a destruição da natureza e do planeta Terra do que o fim do capitalismo.” A esta frase atribuída ao filósofo e crítico norte-americano Fredric Jameson (que pode ser encontrada no livro Seeds of Times, de 1994) poderíamos acrescentar outra que lhe é habitualmente associada: “O futuro não é mais do que a repetição monótona do que já existe.” Hoje, não serão poucos os que as repetem (em especial, a primeira) sem reconhecerem a sua origem. Como não serão poucos os leitores que desconhecem a morte do seu autor, no dia 23 de Setembro. De facto, entre nós, com excepção do site esquerda.net e das insaciáveis redes sociais, poucos ecos se escutaram. Apesar da prolífica, estimulante e controversa obra do antigo aluno do teórico da literatura Erich Auerbach e do leitor de diversas figuras do pensamento (Karl Marx, Gyorgy Lukács, Ernst Bloch, Theodor Adorno, Walter Benjamin, Herbert Marcuse, Louis Althusser e Jean-Paul Sartre), o silêncio da indiferença foi, vai sendo, a terrível norma. Lembre-se então o autor, filósofo, crítico, cujas exegeses e análises mereceram uma ruidosa e fértil recepção, mais ou menos controversa, mas sempre estimulante.
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